Tenho estado meio calado nos últimos tempos, se bem que tanta coisa
tenha vindo a acontecer. E ainda por cima coisas complicadas, terríveis
umas, complexas outras.
Claro que observo, informo-me, espanto-me e pergunto-me.
Hoje li na imprensa internacional que a polícia belga e francesa anda há 3 dias atrás de um morto.
A rapaziada do Daesh deve estar a rir-se pelo baralhamento que causa.
Por outro lado o rapaz que está preso em Bruxelas só ao fim de 6 meses,
diz que quer ir para França aonde presumo que levará coças monumentais
pois foi lá que tudo começou, e nas cadeias não são para brincar...
Há no ar um desmerecimento da vida humana e morre-se com uma relativa
facilidade, sem querer...ao chegar a um aeroporto, ao apanharmos o
metro, ao tomarmos um café numa esplanada em Paris, etc..
Doenças
novas e epidemias são aos molhos e paulatinamente parece-me, que se vai
encarando a morte como algo de que se não pode fugir ou evitar. Nada que
não saibamos já desde os tempos do saudoso Abel do éden...
Por
isso, mais uma vez, reflicto se no meio de tantas lutas, despiques,
maledicências pessoais e políticas, egos desproporcionados e arrogância,
dificuldades, tantas vezes um estado constante de tristeza, de
violência e opressão, de injustiças, de pobreza .. vale mesmo a pena
aforrarmos pretensa felicidade como se de pacotes de açúcar se tratasse,
arrumados a um canto da despensa just in case de vir a haver
açambarcamento.
Eu acho que há que gozar a vida a cada dia e a cada
momento ser atento a tudo quanto nos enche e àqueles a quem amamos,
sejam animais irracionais...estou a dar a primazia ou racionais.
Vem
a morte, vem a noite de velório normalmente, as carpideiras
encomendadas ou aquelas por dever de ofício, enterra-se de manhã, ou
passa-se a cinzas rapidamente, e à tarde a vida continua...Já cá não
estamos, passámos a ser memória, muitas vezes má memória ou alívio e o
relógio como o dos cucos...soa tic, tac, tic, tac, e às horas diz cu
cu...
Quantas vezes apetece esganar o cuco, ou atirar-lhe com um cinzeiro pesado para o partir...porquê?
O passado é incómodo ou por omissão, ou por má acção, ou por
indiferença e o que interessa é como nos testes de airbag dos
carros...uns mais devagar outros mais rápido, acabamos sempre por bater
com força contra a parede e explodir...
Só que nestes testes são
bonecos e nem nos importamos...quero eu dizer bonecos=outros, mas um dia
é o diabo, somos nós o boneco...
C'est la vie...
quinta-feira, 24 de março de 2016
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