NOVAS INICIATIVAS NA MINHA ACTIVIDADE DE APOIO AOS RECLUSOS – 2016 ANO DE ARRANQUE
Volto hoje ao tema que me ocupou durante este ano: a assistência aos reclusos.
Quero implementar este ano de 2016 o meu projecto da criação de um
“think tank” com fundos independentes do Estado e apoiado por fundos
europeus.
Mas, gostaria antes,
de chamar as coisas pelos nomes: muito pouco foi feito pelos interesses
dos reclusos, durante este desvario incessante em que Portugal, o
Governo e as Instituições políticas passaram o ano todo. Fora louváveis
iniciativas de instituições particulares que sendo muito meritórias, são
uma gota de água no oceano, falhou o interesse real em discutir as
medidas de reinserção numa perspectiva de um Estado moderno que olha
para os presos não como os eternos abandonados, mas aqueles a quem a
sociedade deve atenção, apoio moral e material numa tentativa de os
recuperar para uma vida futura digna e inseridos nas suas famílias e
meio ambiente.
Eu sei que sou malvisto por defender quase, o indefensável.
A ideia que se tem cá fora das prisões é de que os reclusos são
barbudos, insolentes, indisciplinados e que merecem tudo: má-comida,
fria, duches gelados, muito tempo nas celas e outras condições de
incomodidade e sofrimento acrescidas à própria pena de privação da
liberdade.
Contactei os Grupos Parlamentares de todos os
partidos, enviei-lhes memorandos da minha experiência como professor-
voluntário de português para estrangeiros na prisão de Alta Segurança de
Monsanto, visitei o Provedor de Justiça, e a minha batalha foi
incansável para conseguir melhores condições.
Tive um infinito
prazer em ter dado e sobretudo recebido dos reclusos, a amizade,
reciprocidade e o reconhecimento de que os tratava como pessoas a quem,
sem nenhum interesse pessoal, estava a tentar ajudar a melhorarem as
suas situações morais, psicológicas e de tratamento mais justo. Ganhei
em humildade, tolerância e não-julgamento dos comportamentos dos outros
com ligeireza e sem fundamentação.
Esse foi, verdadeiramente o meu prémio, e a eles lhes estou muito grato.
Chegou a altura de agir e de não fazer depender a minha actuação nem as
minhas iniciativas de qualquer instituição pública ou privada. Existem
demasiadas barreiras e interesses mesquinhos, torpezas, estupidez,
incompetência e até maldade.
Por isso esta Instituição que
intentarei criar ao longo deste ano, será dotada de uma equipa de
profissionais competentes, generosos, preparados para lidar com os
outros e com uma potencial vocação para este sector. Será um conjunto de
pessoas bem pagos de acordo com os resultados que deles se esperam e
por forma a poderem ficar libertados de constrangimentos financeiros
familiares e a esta causa se poderem dedicar.
Farei parcerias
com Universidades portuguesas e estrangeiras e tentarei que as
experiências bem-sucedidas em outros países possam por nós ser
adoptadas.
Preciso de estabelecer boas, duradouras e cordiais
relações com o Estado Português, através das Autoridades que regulam
esta área de intervenção, mas desejo que sejam num estatuto de
igualdade, ou seja, em conjunto podermos ser intérpretes de reformas e
progressos a benefício dos reclusos e do sector prisional, como um todo.
De quem estou à procura:
1. De pessoas imbuídas do mesmo espírito e até sem muita formação mas
com apetência, para pensarmos em conjunto quais as melhores e mais
inovadoras soluções;
2. De empresas do sector privado e do
tecido empresarial que em conjugação com o Estado e connosco, bem com
com outras intuições similares, criem condições de empregabilidade no
âmbito da reinserção;
3. De fundos privados de Fundações ou
outras Instituições nacionais ou estrangeiras do sector ou com fins
congéneres e ou benfeitores ou beneméritos que queiram em conjunto
connosco, criar uma almofada de conforto para a pesquisa, formação e
implementação de métodos de reinserção que modifiquem o panorama actual
nacional.
São estes, assim, os meus votos para que 2016 me permita começar.
Assim Deus me ajude.
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