quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O PENINHA, SÓCRATES, CASTRATO E A VINGANÇA DA ILUSTRE CASA

O PENINHA, SÒCRATES, CASTRATO E A VINGANÇA DA ILUSTRE CASA

O Peninha teve um pesadelo esta noite. Foi dormir a Tormes, e apesar da lareira acesa desde a tarde, fazia frio à noite. O arroz de favas estava óptimo mas caiu-lhe mal e passou a noite toda a rebolar-se na cama entre meio-acordado e a dormir.

Viu o Sócrates a entrar-lhe pelo quarto a dentro e a pedir-lhe que lhe emprestasse dinheiro e rechaçou-o a pontapés mas ele insistia e louvava-se no diploma falso ao Domingo, nas aprovações pífias em obras na Covilhã, nos negócios sujos com o Chávez, o Lula, o Santos Silva, a casa pretensiosa em Paris, enfim, vinha o rol todo de patifarias feitas, e que no sonho apareciam ao Peninha como totalmente provadas e sem dúvidas nenhumas.

Mas o que mais atormentou o Peninha, foi a voz insolente na entrevista. Insuportável de arrogância, de despudor e de falta de decência.

Peninha acordou irritado e indignado e logo telefonou para um número confidencial na Sicília e só deixou estas palavras na gravação: Avanti!

Era a altura de uns rapazes conhecidos de Siracusa virem e fazerem um trabalho limpinho, sem deixar provas. Era demais!

A caminho do campo, para a volta matinal junto ao riacho, com o bom do Tendinha, fiel caseiro e confidente, dizia em sottovoce : - há de se falar durante gerações!

E de regresso a Lisboa, passou pela S. Caetano e pelo Caldas, pois queria em primeira mão anunciar aos amigos o que tinha engendrado: uma operação cirúrgica, nomeadamente como as que se faziam aos castrati, um implante mamário de algum relevo, a mudança da dentadura com quiçá alguns dentes de ouro falso, e uma cabeleira de diva.

Seria désormais uma contratada a recibos verdes do coro de S. Carlos, if ever, a voz fosse audível.

Esta é a vingança da Ilustre Casa do Peninha!

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