segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O Fonseca, coitado


Ontem à tarde, cruzando-me com dois desconhecidos no passeio, ouvi de raspão a conversa entre os dois:

- Coitado, do Fonseca, lá foi, sabias?

Diz o outro:

- Andava adoentado, também apoquentado e a vida corria-lhe mal!

E isto não é por acaso, o que acontece à maioria das pessoas?

Fiquei a cogitar que uma frase deste género se dirá no dia em que eu morrer.

E doeu cá dentro a sensação de desperdício de energias que gastamos numa vida: zangas, desencontros, lutas para sermos vencedores, invejas e maledicências que suscitamos, também gratidão, amor, amizade, sentimentos de solidão, de prazer e de sensualidade e tantas outras sensações de dor ou de alegria....para umas frases curtas e "redondas" sobre e quando da nossa partida.

And is that all?

Não sei quem era o Fonseca mas seguramente a indiferença com que será lembrado com o decorrer do tempo, há de ser mais ou menos igual à minha!

Convencidos que somos imortais...cinza, pó e nada!

Tenho uma vaga esperança que possa ainda vir a ser o primeiro a vos falar de como é depois, quer no facebook ou no meu blogue. Tenho que escrever ao meu primo Luis Bernardo, pois ando arredio e com o Natal, as festas no paraíso são de grande qualidade e cheias de novidades.

Coitado do Fonseca, paz à sua alma!

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