quinta-feira, 31 de julho de 2014
quarta-feira, 30 de julho de 2014
o meu conceito de férias
Este
conceito do termo "férias" tem muito que se lhe diga: três condições
indispensàveis, na minha maneira de ver para que o sejam
verdadeiramente.
1. Devem ser partilhadas com quem nos damos bem, queremos, gostamos e nos dê uma sensação de bem-estar, de paz e de desligamento da rotina do dia-a-dia;
2. O sítio é muito importante: não o da moda ou ditado por terceiros, mas tão sòmente o que estiver dentro das nossas possibilidades materiais, o que significa que "vareia" de pessoa para pessoa. Deve ser um sítio propenso ao descanso do corpo e do espírito, sem muito barulho durante algumas horas do dia ou da noite. Pode-se fazer bom desporto, ir à praia ou estar no campo, mas numa versão pausada e temperada;
3. O acto de nos desapegarmos do stress pode levar alguns dias, mas é importantíssimo que ocorra. Para isso ajuda a leitura de um livro que nos dê gozo, boa música, passeios a pé, de bicicleta, de carro, a cavalo, mas sobretudo se nos dedicarmos a prazeres mais simples e a brincarmos, conversarmos, participarmos na vida de filhos, netos, maridos, mulheres, amantes e unionistas de facto, eu sei lá tudo quanto há para aí...
Estou a falar a sério e acredito mesmo nestas três regras.
Boas férias a quem vai começar.
1. Devem ser partilhadas com quem nos damos bem, queremos, gostamos e nos dê uma sensação de bem-estar, de paz e de desligamento da rotina do dia-a-dia;
2. O sítio é muito importante: não o da moda ou ditado por terceiros, mas tão sòmente o que estiver dentro das nossas possibilidades materiais, o que significa que "vareia" de pessoa para pessoa. Deve ser um sítio propenso ao descanso do corpo e do espírito, sem muito barulho durante algumas horas do dia ou da noite. Pode-se fazer bom desporto, ir à praia ou estar no campo, mas numa versão pausada e temperada;
3. O acto de nos desapegarmos do stress pode levar alguns dias, mas é importantíssimo que ocorra. Para isso ajuda a leitura de um livro que nos dê gozo, boa música, passeios a pé, de bicicleta, de carro, a cavalo, mas sobretudo se nos dedicarmos a prazeres mais simples e a brincarmos, conversarmos, participarmos na vida de filhos, netos, maridos, mulheres, amantes e unionistas de facto, eu sei lá tudo quanto há para aí...
Estou a falar a sério e acredito mesmo nestas três regras.
Boas férias a quem vai começar.
domingo, 27 de julho de 2014
As festas de casamento dos tempos hodiernos ou de como sou malandreco
Os casamentos, que acabam por ser de muitas horas seguidas, tanto podem ser divertidos como uma verdadeira estopada.
Depende do sítio onde tudo se passa, da qualidade das pessoas que nos calham nas mesas, do clima (muito frio ou muito quente), da comodidade que nos é oferecida (cadeiras, sofás, chapéus de sol, tendas) do catering incluindo as bebidas para nos acompanharem durante horas infindas…
Quando quem nos convida tem o cuidado de saber fazer o placement correcto, as horas em que estamos sentados à volta de uma mesa podem-se tornar num momento alto da boda ou de vontade de nos levantarmos e ir embora…
Quando temos convivas inteligentes, cultos e com graça ou pessoas interessantes, aprendemos sempre qualquer coisa e acabamos por ocupar o tempo, sobretudo…a não falar mal dos outros, ou sobre rendas e bordados, ou sobre a crise e a nossa angústia…são lufadas de ar fresco!
Devia haver impresso no menu, uma espécie de “agenda de trabalhos” para cada mesa tendo em consideração as personalidades e características de cada pessoa.
Mesas com miúdas giras, entre outros temas para além de sexo, poder-se-ia falar discretamente sobre os carros que cada um dos homens presentes têm, sobretudo os descapotáveis, os restaurantes da moda aonde vão, as viagens de barco que fazem, as de férias, as de negócio para suscitar o interesse meramente cultural das ditas garotas…
Em mesas de gente um pouco mais idosa, comentar as residências de Terceira Idade dos ES e Mellos citando o caso de tias lindamente que se sentem felicíssimas…
Sou um malandreco impenitente….
Depende do sítio onde tudo se passa, da qualidade das pessoas que nos calham nas mesas, do clima (muito frio ou muito quente), da comodidade que nos é oferecida (cadeiras, sofás, chapéus de sol, tendas) do catering incluindo as bebidas para nos acompanharem durante horas infindas…
Quando quem nos convida tem o cuidado de saber fazer o placement correcto, as horas em que estamos sentados à volta de uma mesa podem-se tornar num momento alto da boda ou de vontade de nos levantarmos e ir embora…
Quando temos convivas inteligentes, cultos e com graça ou pessoas interessantes, aprendemos sempre qualquer coisa e acabamos por ocupar o tempo, sobretudo…a não falar mal dos outros, ou sobre rendas e bordados, ou sobre a crise e a nossa angústia…são lufadas de ar fresco!
Devia haver impresso no menu, uma espécie de “agenda de trabalhos” para cada mesa tendo em consideração as personalidades e características de cada pessoa.
Mesas com miúdas giras, entre outros temas para além de sexo, poder-se-ia falar discretamente sobre os carros que cada um dos homens presentes têm, sobretudo os descapotáveis, os restaurantes da moda aonde vão, as viagens de barco que fazem, as de férias, as de negócio para suscitar o interesse meramente cultural das ditas garotas…
Em mesas de gente um pouco mais idosa, comentar as residências de Terceira Idade dos ES e Mellos citando o caso de tias lindamente que se sentem felicíssimas…
Sou um malandreco impenitente….
sábado, 26 de julho de 2014
é altura de fazer silêncio sobre Ricardo Salgado e o Grupo Espírito Santo
Começa a cansar tantas notícias repetitivas sobre RS e o Grupo ES (GES).
É
altura de fazermos silêncio, tal como aliás o fazem os próprios membros
desavindos, pois só ganhamos todos se o BES não soçobrar, se a família ES não
envolvida nestes sarilhos, puder continuar a ser respeitada, pois tem uma
tradição de grande afabilidade, amizade para quem com eles convive e prestou assinaláveis serviços ao país e à
economia portuguesa, apoiando as pequenas e médias empresas e o tecido
empresarial português.
Em todo o lado há debilidades e fraquezas e por isso existe a Justiça que
apurará com imparcialidade as culpas de cada um e não nos compete antecipar julgamentos
nem perturbar com uma pressão constante e negativa o trabalho de Magistrados
que terão muito que analisar e perscrutar, com idoneidade e seriedade.
Tudo
levará o seu tempo.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Há momentos e situações em que o olhar comunica mais que as palavras
Há momentos e situações em que o olhar comunica mais que as palavras,
isso também é intimidade. Creio que sou capaz de dizer muitas coisas sem
falar, é o outro que também tem de compreender e de saber interpretar.
Quando se estabelece essa relação de intimidade e de amizade, não é
necessário falar. (...) Frequentemente é melhor não o fazer porque as
palavras estão muito gastas.
António Lobo Antunes
António Lobo Antunes
quarta-feira, 23 de julho de 2014
O Nietzsche escreveu a Ricardo Salgado
O Nietzsche escreveu a Ricardo Salgado a dizer-lhe bem claramente:
Look, I'm not upset that you lied to me, I'm upset that from now on I can't believe you.
the snake, the skin and the mind
The snake which cannot cast its skin has to die. As well the minds which
are prevented from changing their opinions; they cease to be mind.
Friedrich Nietzsche
Friedrich Nietzsche
João amava Teresa que amava Raimundo
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade.
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Algumas recomendações de Fernando Pessoa a Ricardo Salgado
Algumas recomendações de
Fernando Pessoa a Ricardo Salgado:
1. Uma família não é um grupo de
parentes; é mais do que a afinidade do sangue, deve ser também uma afinidade de
temperamento. Um homem de génio muitas vezes não tem família. Tem parentes.
2. A característica principal do
homem que nasceu para mandar é que sabe mandar em si mesmo.
3. Vivo sempre no presente. O
futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho.
4. Ninguém se admira a si mesmo,
salvo um paranóico com o delírio das grandezas.
5. Alguns têm na vida um grande
sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a
esse também.
6. O homem não sabe mais que os
outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não.
7. O génio, o crime e a loucura,
provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras,
uma inadaptabilidade ao meio.
8. Assim como lavamos o corpo
devíamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de roupa.
9. Os homens são fáceis de
afastar. Basta não nos aproximarmos.
10. Todos temos por onde sermos
desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma
lhe pede para fazer.
E finalmente este
conselho impagável:
Digo-vos:
praticai o bem. Porquê? O que ganhais com isso? Nada, não ganhais nada. Nem
dinheiro, nem amor, nem respeito, nem talvez paz de espírito. Talvez não
ganheis nada disso. Então por que vos digo: Praticai o bem? Porque não ganhais
nada com isso. Vale a pena praticá-lo
por isto mesmo.
Fernando
Pessoa
domingo, 20 de julho de 2014
Como nos podemos esquecer disto?
Não aceites críticas de quem não conhece as tuas lutas.
Como nos podemos esquecer disto?
Como nos podemos esquecer disto?
sexta-feira, 18 de julho de 2014
And The Moon And The Stars And The World
Long walks at night--that's what good for the soul:
peeking into windows
watching tired housewives
trying to fight off
their beer-maddened husbands.
Charles Bukowski
quinta-feira, 17 de julho de 2014
You are what you do
Tão verdade...andamos distraídos com a cabeça nas nuvens, sonhamos...o que é bom, mas a queda é dolorosa. Também nem toda a gente pode fazer ou sequer ter capacidade para realizar grandes feitos.
O que soubermos fazer bem feito é na realidade o que somos, por mais modesto que seja.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
O pensamento de Eça de Queiroz (1845-1900) - O que verdadeiramente nos mata
O pensamento de Eça de Queiroz (1845-1900)
O que verdadeiramente nos mata, o que torna esta conjuntura inquietadora, cheia de angústia, estrelada de luzes negras, quase lutuosa, é a desconfiança. O povo, simples e bom, não confia nos homens que hoje tão espectaculosamente estão meneando a púrpura de ministros; os ministros não confiam no parlamento, apesar de o trazerem amaciado, acalentado com todas as doces cantigas de empregos, rendosas conezias, pingues sinecuras; os eleitores não confiam nos seus mandatários, porque lhes bradam em vão: «Sede honrados», e vêem-nos apesar disso adormecidos no seio ministerial; os homens da oposição não confiam uns nos outros e vão para o ataque, deitando uns aos outros, combatentes amigos, um turvo olhar de ameaça. Esta desconfiança perpétua leva à confusão e à indiferença. O estado de expectativa e de demora cansa os espíritos. Não se pressentem soluções nem resultados definitivos: grandes torneios de palavras, discussões aparatosas e sonoras; o país, vendo os mesmos homens pisarem o solo político, os mesmos ameaços de fisco, a mesma gradativa decadência. A política, sem actos, sem factos, sem resultados, é estéril e adormecedora.
Quando numa crise se protraem as discussões, as análises reflectidas, as lentas cogitações, o povo não tem garantias de melhoramento nem o país esperanças de salvação. Nós não somos impacientes. Sabemos que o nosso estado financeiro não se resolve em bem da pátria no espaço de quarenta horas. Sabemos que um deficit arreigado, inoculado, que é um vício nacional, que foi criado em muitos anos, só em muitos anos será destruído.
O que nos magoa é ver que só há energia e actividade para aqueles actos que nos vão empobrecer e aniquilar; que só há repouso, moleza, sono beatífico, para aquelas medidas fecundas que podiam vir adoçar a aspereza do caminho.
Trata-se de votar impostos? Todo o mundo se agita, os governos preparam relatórios longos, eruditos e de aprimorada forma; os seus áulicos afiam a lâmina reluzente da sua argumentação para cortar os obstáculos eriçados: as maiorias dispõem-se em concílios para jurar a uniformidade servil do voto. Trata-se dum projecto de reforma económica, duma despesa a eliminar, dum bom melhoramento a consolidar? Começam as discussões, crescendo em sonoridade e em lentidão, começam as argumentações arrastadas, frouxas, que se estendem por meses, que se prendem a todo o incidente e a toda a sorte de explicação frívola, e duram assim uma eternidade ministerial, imensas e diáfanas.
O país, que tem visto mil vezes a repetição desta dolorosa comédia, está cansado: o poder anda num certo grupo de homens privilegiados, que investiram aquele sacerdócio e que a ninguém mais cedem as insígnias e o segredo dos oráculos. Repetimos as palavras que há pouco Ricasoli dizia no parlamento italiano: «A pátria está fatigada de discussões estéreis, da fraqueza dos governos, da perpétua mudança de pessoas e de programas novos.»
Eça de Queirós, in ‘Distrito de Évora’
terça-feira, 15 de julho de 2014
Viagem de um homem comum a um céu extraordinário
E como um dia há de ser com toda
boa alma, hoje um homem subiu aos céus de manhãzinha e descobriu que o
paraíso não é só um amontoado de anjos tomando sol num campo verde e
infinito além das nuvens. Entorpecido pela surpresa, o homem se deu
conta de que o céu é uma grande e abençoada cozinha.
Ali, as crianças brincam com batatas espetadas por palitos de fósforo formando rebanhos em fazendas de sonho, debaixo de uma mesa onde as avós escolhem de grão em grão o arroz e o feijão das próximas refeições. Os adultos, homens e mulheres, sem distinção, trabalham nos afazeres culinários com a seriedade e o prazer de quem leva adiante sua única causa.
O
recém-chegado se põe a um canto e observa o funcionamento perfeito das
coisas. Repara na organização sublime das panelas e utensílios, na
limpeza do chão, nas paredes de cada cor, na integridade do trabalho de
um e outro, na beleza da vida que acontece ao sabor dos detalhes. Ele
deita os olhos na espuma branca do leite que ferve e derrama a manhã
sobre o mundo, respira fundo o cheiro afetuoso do pão feito em casa, do
café que borbulha para acordar o dia, dos temperos sutis, dos bolos que
crescem lentos no forno como os amores novos em seu saber esperar.
Ali, as crianças brincam com batatas espetadas por palitos de fósforo formando rebanhos em fazendas de sonho, debaixo de uma mesa onde as avós escolhem de grão em grão o arroz e o feijão das próximas refeições. Os adultos, homens e mulheres, sem distinção, trabalham nos afazeres culinários com a seriedade e o prazer de quem leva adiante sua única causa.
E assim ele vai se deixando estar ali, entregue à observação das
miúdas formalidades culinárias, ao rigor elegante das pitadas, ao
movimento organizado dos anjos preparando a ceia do mundo, quando nota a
seu lado a presença definitiva de uma fada, porque no céu também há
fadas, organizando e inspirando a orquestra sublime em seus afazeres.
Com a beleza do riso das crianças que brincam na praia, a fada o olha nos olhos e o convida a passear pelo céu a seu lado. Uma porta se abre, ela o leva até o quintal e lhe mostra a floração das alfaces, os brotos da couve-flor, o som genuíno dos rabanetes e cenouras e mandiocas arrancados da terra sob o destino sublime de enfeitar e fortalecer as saladas de frescores e frescuras divinas.
E o espetáculo de viver e interagir se faz escandaloso aos cinco sentidos do homem na grandeza da horta, na perfeição da cozinha, na beleza da fada que tem o riso triste, os olhos de afeição, as mãos e o coração de quem cozinha para manter o mundo em equilíbrio.
O homem e a fada caminham juntos, em seus dois estados diferentes de existir. Ela conta a ele em sua dicção perfeita de fada os segredos das grandes receitas, revela o ponto exato dos cozimentos, os ingredientes insuspeitados, enquanto as panelas bafejam encanto e mistério. À hora do almoço, ela o convida a sentar-se à mesa, e ali há mais pessoas do que seus olhos podem ver. Durante a refeição, as conversas são longas e saborosas, das entradas à sobremesa e ao café.
Eles comem sorrindo, depois dormem a sesta sob um vento manso. A fada acorda o homem à tardinha e o leva para caminhar sobre as nuvens. Anoitece, os assuntos se multiplicam como as safras mais fartas e eles continuam ali, beliscando as estrelas, contemplando a noite, a lua e o susto do amor.
Ela diz “bem-vindo”. E caminha sob o olhar humano do homem até a beirada de um penhasco no céu. Lá de cima, polvilha a Terra de amor e açúcar, resgatando em hora certa os seres pequeninos aqui embaixo de seus desastres domésticos, tornando seu caminho mais sutil e suportável.
Em sua infinita graça e devoção de quem cozinha por puro afeto a seus comensais, ela sorri um riso meio triste e abre inteiro, generosamente, o apetite do mundo para o maravilhoso manjar da vida.
Hoje um homem subiu aos céus. E descobriu que o paraíso é uma grande e abençoada cozinha, e que lá existe uma fada que sorri o sol e faz a vida mais doce.
Com a beleza do riso das crianças que brincam na praia, a fada o olha nos olhos e o convida a passear pelo céu a seu lado. Uma porta se abre, ela o leva até o quintal e lhe mostra a floração das alfaces, os brotos da couve-flor, o som genuíno dos rabanetes e cenouras e mandiocas arrancados da terra sob o destino sublime de enfeitar e fortalecer as saladas de frescores e frescuras divinas.
E o espetáculo de viver e interagir se faz escandaloso aos cinco sentidos do homem na grandeza da horta, na perfeição da cozinha, na beleza da fada que tem o riso triste, os olhos de afeição, as mãos e o coração de quem cozinha para manter o mundo em equilíbrio.
O homem e a fada caminham juntos, em seus dois estados diferentes de existir. Ela conta a ele em sua dicção perfeita de fada os segredos das grandes receitas, revela o ponto exato dos cozimentos, os ingredientes insuspeitados, enquanto as panelas bafejam encanto e mistério. À hora do almoço, ela o convida a sentar-se à mesa, e ali há mais pessoas do que seus olhos podem ver. Durante a refeição, as conversas são longas e saborosas, das entradas à sobremesa e ao café.
Eles comem sorrindo, depois dormem a sesta sob um vento manso. A fada acorda o homem à tardinha e o leva para caminhar sobre as nuvens. Anoitece, os assuntos se multiplicam como as safras mais fartas e eles continuam ali, beliscando as estrelas, contemplando a noite, a lua e o susto do amor.
Ela diz “bem-vindo”. E caminha sob o olhar humano do homem até a beirada de um penhasco no céu. Lá de cima, polvilha a Terra de amor e açúcar, resgatando em hora certa os seres pequeninos aqui embaixo de seus desastres domésticos, tornando seu caminho mais sutil e suportável.
Em sua infinita graça e devoção de quem cozinha por puro afeto a seus comensais, ela sorri um riso meio triste e abre inteiro, generosamente, o apetite do mundo para o maravilhoso manjar da vida.
Hoje um homem subiu aos céus. E descobriu que o paraíso é uma grande e abençoada cozinha, e que lá existe uma fada que sorri o sol e faz a vida mais doce.
domingo, 13 de julho de 2014
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Grupo Espírito Santo
Com as notícias alarmantes, as decisões tomadas pelas Autoridades de regulação, os resultados catastróficos da perda de valor de todo um capital acumulado há mais de um século, as consequências nefastas para o tecido empresarial português, bem como para os investidores e accionistas, tenho que me render à evidência de que o GES e os seus dirigentes demonstraram ser totalmente irresponsáveis, deliberadamente pouco sérios e sem jamais terem imaginado o que o seu desregrado comportamento, pode vir a prejudicar seriamente a recuperação do país.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
tão singelo e tão bonito...às vezes apetece este consolo de último recurso
Na vida, é preciso estar preparado para tudo: para o melhor e para o
pior, para o apoio e para o abandono, para a gratidão e para a
ingratidão.
Nunca sabemos totalmente com o que contar nem com quem contar. Às vezes, apanhamos desilusões e somamos angústias. Outras vezes, a alma fica cheia.
Alguém, porém, nunca falha: Deus.
João Teixeira
Nunca sabemos totalmente com o que contar nem com quem contar. Às vezes, apanhamos desilusões e somamos angústias. Outras vezes, a alma fica cheia.
Alguém, porém, nunca falha: Deus.
João Teixeira
Provérbio chinês
É impossível evitar que os pássaros da dor, da angústia e do desespero voem sobre as nossas cabeças. Mas podemos evitar que façam ninhos nos nossos cabelos.
(Provérbio chinês)
segunda-feira, 7 de julho de 2014
2ª viagem a Luanda com o Príncipe de Sabóia e Embaixador americano para encontro com o Presidente dos Santos
Completados os estudos,
propostas e estratégias que a cada um competia, centralizou-se em Washington na
empresa de lobby do Capitólio, do Embaixador C., a respectiva análise.
Veio de lá um documento
pré-final para o nosso nihil obstat e após algumas correcções e acrescentos,
assentou-se que o Presidente dos Santos:
- tinha uma cara
apelativa para aparecer nas capas da TIME e NEWSWEEK durante a sua viagem oficial aos USA, com uma extensa
reportagem no interior sobre o seu trabalho como Presidente de Angola e sucessor
de Agostinho Neto: um homem moderado, empreendedor e que mesmo durante a guerra
civil tinha conseguido desenvolver Angola e que no dealbar de uma paz frágil era mais convincente e
consistente do que Savimbi;
- visitaria o Capitólio,
os principais Senadores, o Presidente dos USA, e receberia doutoramentos
honoris causa por Universidades negras do Sul dos Estados Unidos, viajaria em aviões
particulares, limousines presidenciais, honras militares, com todas as despesas
pagas pelo Governo;
- teria encontros com
homens de negócios americanos e investidores potenciais importantes e poderosos com interesses em Angola;
- receberia a promessa do
apoio total dos USA na organização das primeiras eleições livres em Angola;
- receberia outros apoios de vária
natureza…
Pusémo-nos de acordo
sobre o texto final e encetei os meus contactos com a presidência de Angola
para marcar a data da viagem.
Confirmado o acordo para
uma data, combinámos que partiríamos todos de Lisboa. Vieram assim juntar-se a
mim o Príncipe Victor Emanuel de Sabóia, o Embaixador americano C. ( não de
carreira mas colocado em Genebra como homem de confiança de Bush e já do tempo
de Reagan), e o meu sócio e amigo Advogado que já mencionei em anteriores
crónicas.
À chegada a Luanda
tínhamos no aeroporto à nossa chegada várias limousines oficiais e o Chefe de
Gabinete do Presidente José Eduardo dos Santos bem como uma escolta militar, armada até
aos dentes.
Ainda havia nessa época em Luanda e
nomeadamente na zona para aonde nos dirigíamos, o Futungo de Belas, “compound”
militar e residência do Presidente, ataques perigisíssimos de milícias de Savimbi.
Lembro-me bem do medo com
que estávamos pela velocidade tresloucada a que circulavam as nossas
limousines, com a escolta armada que fazia afastar o trânsito.
Lá chegados fomos
conduzidos para uma moradia muito bem cuidada com um jardim e um pequeno
relvado à volta, já dentro do Futungo. Era a residência oficial para os
convidados presidenciais.
Como éramos quatro, e
apesar da casa ser confortável, não era muito grande. Tinha uma sala razoável com
o necessário e uma casa de jantar acoplada, dois quartos e uma suite.
Os quartos eram um, com duas
camas, o outro com uma mais pequena e a suite com uma cama de casal e uma casa-de-banho
própria. De resto havia mais duas, que serviam os outros quartos.
Antes de nos
distribuirmos, tomei a iniciativa e propus que a suite fosse para o Príncipe,
o que de imediato foi arrogante e malcriadamente negado pelo embaixador
americano, que disse que quem era o chefe da missão era ele e que no seu país não
havia príncipes por isso sendo a pessoa mais importante. Um selvagem!
Bem educadamente o
Príncipe respondeu que não se importava de dormir no quarto de duas camas comigo
pois não só me conhecia bem, como não cabia na cama do outro quarto!
Ficámos logo a embirrar
com o embaixador que se veio a revelar um companheiro insuportável!
(Continua)
domingo, 6 de julho de 2014
do blogue "Antologia do Esquecimento"
Se Deus existisse, o problema demográfico estaria resolvido, o homem resignar-se-ia à função de espalhar pelo mundo a semente divina, sémen, gérmen que o Inferno reivindica, mas não existindo senão como sombra sem corpo, sombra debaixo da qual nos protegemos do sol, fica o homem parado, sentado, deitado a fingir que caminha, que tem direcção, quando, na realidade, só dentro da sua cabeça saltam do lado esquerdo para o direito e do direito para o esquerdo os neurónios, enquanto nos nervos as sinapses proliferam aleatoriamente o desespero que é andar emparedado com a inexistência de Deus, mas se Deus existisse teríamos algo com que nos entreter, não andaríamos nesta azáfama de trabalhos comezinhos e poemas desunhados, porque Deus seria uma inesgotável fonte de transpiração, nem respirar preciso seria, apenas e tão-somente os corpos estrumando as azinhagas, que se Deus existisse nunca as Igrejas teriam sido erguidas e por elas nem um escravo teria morrido, que raio de vocação, bastariam riachos de água pura, marés sem navios, naufrágios, talvez, de peixes afoitos e mortes apenas as dos pássaros que, saturados do voo, não tivessem onde pousar, se Deus existisse eu não estaria aqui, agora, neste momento, a olhar para o céu nublado de Junho, com a janela do sótão aberta para receber o ar fresco do fim da tarde, martelando ao acaso palavras sem sentido, teria outros divertimentos tais como, quem sabe, pendurar-me numa sombra, caminhar sobre as águas (perdoem-me o plágio), inventar asas para que o tédio debandasse ou tentar compreender por que criou Deus o homem, ainda por cima à sua imagem e semelhança, porque se o homem foi criado à semelhança de Deus a esperança que nos resta de um Deus digno é ainda mais ténue, digo eu que creio em Homem Todo Poderoso e na semente que em seu corpo semeia o princípio e o fim de todas as guerras, pois se Deus existisse suponho que não existiria o silêncio nem o vazio nem a solidão nem a distância, estaríamos todos unidos pela vibração da luz, que é como quem diz contraluz, o que de mim sobra nos outros e o que dos outros em mim medra, que em existindo Ele, o Sagrado, o Divino, minhas filhas não diriam meu pai e eu, diriam alergias.
Com a devida vénia do blogue " Antologia do Esquecimento"
Nota minha: este blogue tem textos muito bons e surpreendentes, to say the least, mas já me conhecem e gosto de deitar "pedradas no charco" para reflexão e por isso o publico sem os meus comentários àcerca do conteúdo. Gostei sim, muito, do estilo, o resto é do meu foro íntimo.
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Os difíceis amigos
Estes mortos difíceis
que não acabam de morrer
dentro de nós; o sorriso
da fotografia,
a carícia suspensa, as folhas
dos estios persistindo
na poeira; difíceis;
o suor dos cavalos, o sorriso,
como já disse, nos lábios,
nas folhas dos livros;
não acabam de morrer;
tão difíceis, os amigos.
Eugénio de Andrade.
quinta-feira, 3 de julho de 2014
cuidar da dor
Nunca ignores uma pessoa que te ama e se importa contigo, porque um dia podes perceber que perdeste a lua enquanto contavas as estrelas.
Forgive
Têm alguns amigos estranhado porque escrevo sobre o Grupo Espírito Santo e Ricardo Salgado, em contra-corrente, como que os defendendo.
São conclusões apressadas, pois se lerem bem o que digo, verificarão que se enganam.
Ofereci-me como voluntário da Cruz Vermelha, e desde há uns meses
visito prisões, nomeadamente a das mulheres em Tires aonde irei com mais
duas raparigas dar um curso piloto de preparação para a reinserção na
sociedade civil, após a libertação.
Por outro lado, na Prisão de Alta Segurança do Estado, em Monsanto dou aulas de português duas vezes por semana e de 2 horas cada, a cinco reclusos estrangeiros conhecidos internacionalmente e com penas de topo.
Porque vos digo isto a propósito dos Espírito Santos?
Porque ninguém sonha nem imagina o que é a vida de um recluso de topo de alta segurança! Porque não têm ideia o que é ter uma pena de 12 anos ou mais, sendo a maioria com idades entre os 30 e os 40 anos.
Que fique bem claro que não estou a sugerir que o mesmo aconteça a algum ou alguns dos membros do Grupo Espírito Santo. Logo verão a baixo qual a ligação com o tema.
É para mim um exercício de esquecimento dos meus problemas, das minhas queixas, um olhar mais atento às minhas debilidades e exigências, contactar com reclusos nestas circunstâncias. E, enquanto lá estou, esqueço-me de mim e entrego-me totalmente.
Dou cerca de 20 minutos no fim de cada aula para falarmos com toda a liberdade sobre tudo.
Não vos posso descrever com mais detalhe nem as condições deles nem aquelas em que eu dou as aulas. É confidencial, como compreenderão.
Mas o tema que me leva a referir toda esta minha actividade de voluntário, de que talvez não me apetecesse desvendar, por pudor e pelos exercícios de humildade que aprendo a cada dia, tem a ver com a minha convivência com a culpa.
E só quem lida com gente que oficialmente é culpada como tendo cometido grandes crimes, pode começar a compreender o que é o bálsamo do perdão, do esforço na compreensão, no desejo da redenção e no progresso para a reinserção depois de anos afastados da sociedade civil.
Tema riquíssimo com tantas implicações para nós todos, como seres livres, “cá fora” mas tantas vezes corresponsáveis por omissão, das podridões da sociedade em que vivemos.
Aprende-se a não julgar, a não condenar sem primeiro ouvir, a esquecer e a dar uma chance para recomeçar.
Espero que compreendam agora um pouco melhor as razões porque me exprimo pois quando se está acossado pela opinião pública, talvez se possa sentir um certo consolo em saber que alguém está disposto a dar cara para que não se vá para a "forca" sem primeiro ser escrutinado.
E posso-lhes garantir que nenhum dos Espírito Santos, lerá alguma vez o que tenho vindo a escrever. É gratuito, expontâneo e do coração.
Por outro lado, na Prisão de Alta Segurança do Estado, em Monsanto dou aulas de português duas vezes por semana e de 2 horas cada, a cinco reclusos estrangeiros conhecidos internacionalmente e com penas de topo.
Porque vos digo isto a propósito dos Espírito Santos?
Porque ninguém sonha nem imagina o que é a vida de um recluso de topo de alta segurança! Porque não têm ideia o que é ter uma pena de 12 anos ou mais, sendo a maioria com idades entre os 30 e os 40 anos.
Que fique bem claro que não estou a sugerir que o mesmo aconteça a algum ou alguns dos membros do Grupo Espírito Santo. Logo verão a baixo qual a ligação com o tema.
É para mim um exercício de esquecimento dos meus problemas, das minhas queixas, um olhar mais atento às minhas debilidades e exigências, contactar com reclusos nestas circunstâncias. E, enquanto lá estou, esqueço-me de mim e entrego-me totalmente.
Dou cerca de 20 minutos no fim de cada aula para falarmos com toda a liberdade sobre tudo.
Não vos posso descrever com mais detalhe nem as condições deles nem aquelas em que eu dou as aulas. É confidencial, como compreenderão.
Mas o tema que me leva a referir toda esta minha actividade de voluntário, de que talvez não me apetecesse desvendar, por pudor e pelos exercícios de humildade que aprendo a cada dia, tem a ver com a minha convivência com a culpa.
E só quem lida com gente que oficialmente é culpada como tendo cometido grandes crimes, pode começar a compreender o que é o bálsamo do perdão, do esforço na compreensão, no desejo da redenção e no progresso para a reinserção depois de anos afastados da sociedade civil.
Tema riquíssimo com tantas implicações para nós todos, como seres livres, “cá fora” mas tantas vezes corresponsáveis por omissão, das podridões da sociedade em que vivemos.
Aprende-se a não julgar, a não condenar sem primeiro ouvir, a esquecer e a dar uma chance para recomeçar.
Espero que compreendam agora um pouco melhor as razões porque me exprimo pois quando se está acossado pela opinião pública, talvez se possa sentir um certo consolo em saber que alguém está disposto a dar cara para que não se vá para a "forca" sem primeiro ser escrutinado.
E posso-lhes garantir que nenhum dos Espírito Santos, lerá alguma vez o que tenho vindo a escrever. É gratuito, expontâneo e do coração.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Onde é que há gente no mundo?
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenha calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenha calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenha agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenha agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe . todos eles príncipes na vida…
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe . todos eles príncipes na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que, contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que, contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ò príncipes, meus irmãos,
Arre estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Arre estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos . mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Podem ter sido traídos . mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos
Dia cinzento
Estou sentado num banco da Avenida em frente do BES.
Vou ter uma reunião noutro edifício ao lado.
Está um dia cinzento e fresco demais para Julho.
Dentro
daquelas paredes e gabinetes que me habituei a visitar durante anos,
calculo como o ambiente deva estar neste dia tão triste de Verão.
É ainda dificil de acreditar que as soluções passem por entrada de venezuelanos!
Que grandes reviravoltas dá este mundo.
Termino,
fazendo uma constatação que muitas vezes não ocorre a quem não vive
situações de aflição: mesmo com culpa e o cometimento de factos
censuràveis e de que se paga o preço, o sofrimento, a ansiedade e quiçà
os sentimentos de arrependimento tardio, são indescritíveis e
incomensuráveis.
Afinal são todos seres humanos que erram, e que somewhere precisam de perdão.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Não me apetece os lugares-comuns
Não me apetece os lugares-comuns
Não me satisfaz a vida que todos almejam
Não me preenchem as verdades em que a maioria crê
Não consigo achar tão simples viver e morrer.
Ferolla
Subscrever:
Mensagens (Atom)