Logo de manhã fui ao
barbeiro. Situa-se no bairro e trata-se de um rapaz novo, inteligente, bem querido
por toda a gente, bem informado de tudo quanto se passa mas não intriguista e
com a enorme vantagem de custar a módica quantia de € 8,00.
Antes costumava ir às
Amoreiras aonde só para as primeiras tosses aparecia uma pequena de mini-saia
para lavar a cabeça, outra para pôr uma toalha quente na cara, e só depois o
barbeiro vinha fazer a arte. Tudo isto no fim custava para cima de € 30,00.
Havia uns gabinetes lá em cima, num mezanino claustrofóbico, aonde não raro se
punham capachinhos, pintava-se o cabelo, e tratava-se dos pés e das mãos. Aí o
preço, upa, upa!
Quem me conhece de agora,
sabe que rapo o cabelo o que me dá um enorme prazer pois é mais higiénico, mais
fácil de pentear todos os dias…ahahaah….e sobretudo, mais barato, pelo que o
dito barbeiro de bairro cumpre a sua missão perfeitamente.
Muito antes disso, quando
em Lisboa, ia em pequeno ao Chiado com o meu Pai, cortar o cabelo ao “Campos”
que ainda existe ao pé do Hagen-Daas. Toda a gente conhecida lá ia, e lembro-me
de duas coisas: uma manicura gorda que tratava os ditos conhecidos com
intimidades suspeitas, fruto da sua beleza de antanho, e um shampoo de morango
com que me lavavam a cabeça.
No Estoril, no Verão, ia
à barbearia Paris aonde os barbeiros e nomeadamente o Ilídio cortaram o cabelo
a 5 gerações da minha família. Iam todos os dias fazer a barba à nossa casa, ao
meu Bisavô e Avô. O Pai, médico, era mais modernaço e era de Gillette e vinha
cedo para Lisboa trabalhar para o Hospital e não tinha as vagarezas dos
Senhores antigos.
Serve-me este alibi do
shampoo de morango da Barbex, segundo me diziam, para justificar a minha queda
do cabelo a partir dos 40 anos…ahaahahah
Faz muito sucesso no
estrangeiro quando nas reuniões olham meios estranhos para a “espessura” do meu
cabelo, pois acham impensável numa barbearia decente lavar a cabeça com frutos
tropicais…
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