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Miguel Sousa Tavares e o Presidente
Nesta
pausa Kit Kat do almoço, leio que foi arquivado o processo contra o
Miguel Sousa Tavares por ter chamado palhaço ao Presidente da República.
Goste-se ou não do Presidente, ele é o Chefe de Estado do meu País e foi eleito democraticamente.
Se a um qualquer estrangeiro, lhe for perguntado se chama nomes ou
insulta ou desmerece o seu Chefe de Estado, creio que diria que não, mas
se assim o fizesse não seria mais do que como o Miguel Sousa Tavares: um
malcriado sem maneiras, convencido da sua pesporrência e achando que tem
sempre razão. Um rapaz insuportável, em suma!
Esta minha
embirração já vem detrás, dos tempos da Faculdade aonde militávamos em
campos diferentes na Associação Académica. Numa noite e num teatro com
um grupo de amigos da Faculdade, no intervalo, aproximei-me e
cumprimentei estendendo a mão que foi por todos apertada excepto por ele
que afirmou: "não aperto a mão a fascistas!"
Perante a estupefação de todos, recolhi a mão e acrescentei: "e eu a filhos da puta!"
Como vêem edificante!
Só que nenhum de nós era o Venerando Chefe do Estado!
Como nunca fui fascista, e sou justo nas apreciações, gostava imenso da
Mãe dele que sempre admirei e li, também do Pai que versátil, foi
mudando de opiniões políticas ao longo da vida e finalmente do Miguel a
quem reconheço qualidades de inteligência e de escrita.
Mas envelhece mal…e torna-se num ancião embirrento e quezilento! Cáspite!
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