sábado, 18 de setembro de 2021

O metro


 INSTANTÂNEO - O METRO 

 O que se observa no metropolitano logo de manhã! Tive que ir e vir cedo na passada semana à hora em que não estando cheio ainda vinha com muita gente. 

Rapaziada nova topa-se à distância quem tomou banho ou saiu da cama de mochila às costas para a escola. Depois hoje vinha muita gente com uma cara crispada de máscara, de quem detesta a 2f. 

Mas o que me fez reflectir como os dias podem ser rotineiros e chatos, foi ver muita, mas mesmo muita gente, de todas as idades com estes "marmiteiros" (que transportam o "comer") a tiracolo e um olhar vazio e vago sem chama nem interesse. 

 Estou a imaginar a chegada, mais ou menos dentro do horário, ao open space, um bom-dia meio grunhido, e com as mais tagarelas ter que ouvir a descrição do fim-de-semana ou as dores de ouvido da Carlinha! Um horror, isto todos os dias. 

E pior, quando à hora do almoço, num acanhado espaço todos aquecerem as vitualhas, a conversa será inevitavelmente sobre um de três temas: o colega Amaro que fez isto e aquilo e entram num detalhe aterrorizador de burocracia do escritório aonde convivem todo o dia, ou sobre futebol ou sobre as tragédias familiares. 

 Nothing else...até porque é gente que nas suas vidas pessoais, sexuais, espirituais são zen, nichts, nada, nulas ou nulos e pouco olham e sabem da vida, muito menos do país, ou até eventualmente do seu próprio emprego. 

 Então para isto é melhor emigrar para o Polo Norte aonde há frio, igloos e silêncio ou ficar em casa com o subsídio de desemprego. 

 Li hoje que os USA têm 30 triliões de dívida. Que venha lá o tal fim-do-mundo no dia 23, ao menos seremos elevados ao Céu - aposto que numa grande confusão - e começa uma outra vida ou não! 

 Isto tudo a propósito do metropolitano: 

Haja Deus, Vicente Mais ou Menos de Souza! (nome do meu blogue)

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