sábado, 21 de julho de 2018

CARTA AO MEU PRIMO LUÍS BERNARDO - Dom João II


CARTA AO MEU PRIMO LUÍS BERNARDO

Resumo: Imaginem vocês que recebi uma carta de um primo que já morreu há vários anos e que me chegou à caixa do correio. No meu blogue está tudo explicado e as cartas anteriores trocadas foram abundantes. Creio ser o primeiro ser humano a ter verdadeiramente notícias reais, de além-túmulo. Deixei passar algum tempo para cair bem em mim, mas finalmente aparece alguém a explicar como tudo se passa. Aliás, nunca percebi porquê tantos mistérios!

Meu Querido Luís Bernardo,

É uma vergonha de que te peço as maiores desculpas, de não te escrever pelo menos há uns 6 meses.

Tenho tido uma vida atribulada para conseguir fazer frente ao Governo de esquerda e ao mesmo tempo ir montando paulatinamente um movimento que surja á luz do dia para se opor, concorrer a todas as eleições e ganhar.

Será um partido de apoio a Sua Majestade, o Senhor Dom João II, cognominado de o “Príncipe Perfeito”.
Foi rei da Segunda Dinastia e o decimo terceiro Rei de Portugal, era filho de Dom Afonso V, rei de Portugal e de Dona Isabel, rainha de Portugal, que nasceu em Lisboa a 05 de Maio de 1455 e morreu em Alvor a 25 de Outubro de 1495, e está sepultado na Batalha, no Mosteiro da Batalha, e casou com Dona Leonor com quem teve como descendentes legítimos: Dom Afonso e teve como descendentes ilegítimos: Dom Jorge.

Começou a governar em 1481 e terminou em 1495. Ainda muito jovem, foi incumbido pelo pai, Dom Afonso V, da regência do reino, enquanto este se ocupava das conquistas no Norte de África. Em 1471, Dom João II participou na expedição a Arzila, onde ganhou fama de valente. Quando Dom João II subiu ao trono, em 1481, queixava-se de que o seu pai apenas o deixara rei das estradas de Portugal. Queria ele dizer, de uma forma exagerada, que praticamente todo o país estava nas mãos da nobreza. A política de Dom João II foi muito diferente da de seu pai. Tudo fez para tornar mais forte e incontestada a sua autoridade de rei. À Casa de Bragança, acusada de traição na pessoa do duque Dom Fernando, que foi sentenciado à morte, foram-lhe confiscados todos os bens. Mas as acusações e mortes não pararam por aqui. Foram muitos os que não escaparam à pesada mão da «justiça joanina». Mas a grande prioridade do seu reinado foram as descobertas marítimas.

Aos descobrimentos efetuados sob a orientação de Dom João II, entre 1474 e 1495, é costume chamar «Descobrimentos joaninos». Foi uma época muito diferente da anterior, porque as viagens passaram a obedecer a um plano preestabelecido e tinham um objetivo último – a Índia.

Dom João II elaborou um projeto de expansão tão bem estruturado, tão complexo, tão ambicioso, que ainda hoje nos deixa mudos de espanto. Os seus planos abrangiam vários domínios e estendiam-se como tentáculos de um polvo gigantesco. No Norte de África, manteve e ampliou a presença portuguesa, acrescentando às terras herdadas de seu pai a praça de Azamor. Mas não se limitou ao domínio militar de uma zona que em princípio só dava honra e despesa. Procurou fazer negócio com os mouros e obter ali produtos utilizáveis no comércio com os povos da costa ocidental africana, para onde continuou a enviar Caravelas.

A segurança nos caminhos do mar foi uma das suas grandes preocupações. Por isso mesmo apoiou a náutica astronómica. Queria que se encontrasse um sistema prático, eficaz, de orientar a navegação. E equipou os navios com artilharia, para que pudessem defender as rotas, os homens, as mercadorias. E, consciente de que a defesa era tão importante em terra como no mar, mandou construir um castelo em São Jorge da Mina e povoar as ilhas de S. Tomé e Príncipe, portos privilegiados para acolherem navios na -viagem de regresso. Sob sua orientação o comércio marítimo floresceu. Fundaram-se diversas feitorias, onde os portugueses recolhiam produtos variados, que descarregavam em Lisboa na Casa da Guiné e da Mina. No entanto, o seu grande projeto era a Índia. Tinha informações sobre as dimensões do globo e decidira atingir a terra das especiarias contornando a África. Assim, ser-lhe-ia possível substituir os mouros e os italianos no comércio com o Oriente.

Às expedições regulares que enviava aos centros do comércio no litoral africano somaram-se outras com a missão concreta e definida de procurar a passagem para o Índico. Primeiro, Diogo Cão. Depois, Bartolomeu Dias, que de uma forma algo inesperada fez a vontade ao rei. Dom João II, certo de que mais tarde ou mais cedo os navios portugueses chegariam ao Índico, enviou mensageiros por terra a fim de averiguarem tudo o que pudesse facilitar o arranque e o encontro final. Desta viagem, efetuada por Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã, segunda tentativa no género, resultaram informações precisas sobre a navegação no Índico, sobre o comércio na Índia e sobre o tal reino cristão – o do Preste João – que se dizia existir e que existia mesmo na costa oriental de África. A morte veio surpreendê-lo demasiado cedo e não lhe deixou acabar quanto começara. 

Só no reinado seguinte, já sem dificuldades de maior, os portugueses atingiram a Índia.

Puderam também continuar a navegar no Atlântico sem concorrência graças à força e ousadia com que Dom João II impôs condições na espantosa partilha do novo mundo que os países ibéricos se sentiram no direito de fazer, quando assinaram o Tratado de Tordesilhas.


Se encontrares no Paço alguém que te apresente ao Rei, confirma com ele estas minhas informações.
Temo que na assinatura do Tratado de Tordesilhas haja uma nova versão.

Um beijo grande aos meus Pais e Avós e diz-lhes que estamos ansiosos por receber notícias deles.

Um abraço apertado e amigo do teu primo muito afeiçoado

Manuel




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