REVER O NATAL
Haveria que rever o lado "civil" e social do Natal: o religioso é a comemoração anual para os católicos de um evento que terá acontecido há milhares de anos.
Os seres humanos são atreitos a comemorações e mesmo em outras religiões festejam-se momentos importantes das respectivas origens ou martírios.
Nada a objectar. E todo o ritual solene e de beleza que o pode rodear torna mais viva a memória a que ninguém da nossa era assistiu.
Mas voltando ao tema inicial, verifico a cada ano que passa que os mais velhos estão menos frescos para tornar a celebração mais aggiornata e os mais novos têm as suas vidas e entre eles confraternizam.
Eu faço sempre o contrário: aproveito para me actualizar sobre a vida de sobrinhas ou sobrinhos e tenho largas conversas com eles sobre tudo: livros, ideias e opiniões sobre o mundo actual, as implicações que podem ter na vida deles (na minha pouco interessa) e escuto mais do que falo. E é óptimo e saio de jantares ou almoços óptimos de comeres mas fracos de conversa até porque o vinho sempre excelente vai fazendo o seu caminho e a asneira começa a frivolizar o ambiente.
Se calhar em vez de tanta comida e get togethers se pudesse para inovar, em cada família haver uma equipe misturada de idades, que num dado momento destas incontáveis horas tivesse preparado com tempo, uma qualquer actividade fóra ou dentro das casas, em que nos esquecêssemos de nós e dos presentes e das raivas e intrigas ou copos e pensássemos nos outros, no sentido restrito ou lato.
Enfim tudo isto me vem pela experiência que tive com o meu voluntariado na cadeia de Alta Segurança de Monsanto.
Há tantas "cadeias" nas nossas famílias, amigos, pessoas que precisam da nossa atenção.
Posso-lhes afirmar com modéstia que ao me ocupar de reclusos e nem tanto no campo judicial, mas entregar-me e viver a solidão e afastamento das famílias, do sentimento de culpa, me tornou sempre um homem melhor.
Just an idea for change.
Há muitas iniciativas que os mais novos com imaginação e generosidade nos podem sugerir.
Estão, eventualmente, mais atentos.
Escrito em Lisboa junto ao Tejo numa tarde cinzenta mas inspiradora.
Haveria que rever o lado "civil" e social do Natal: o religioso é a comemoração anual para os católicos de um evento que terá acontecido há milhares de anos.
Os seres humanos são atreitos a comemorações e mesmo em outras religiões festejam-se momentos importantes das respectivas origens ou martírios.
Nada a objectar. E todo o ritual solene e de beleza que o pode rodear torna mais viva a memória a que ninguém da nossa era assistiu.
Mas voltando ao tema inicial, verifico a cada ano que passa que os mais velhos estão menos frescos para tornar a celebração mais aggiornata e os mais novos têm as suas vidas e entre eles confraternizam.
Eu faço sempre o contrário: aproveito para me actualizar sobre a vida de sobrinhas ou sobrinhos e tenho largas conversas com eles sobre tudo: livros, ideias e opiniões sobre o mundo actual, as implicações que podem ter na vida deles (na minha pouco interessa) e escuto mais do que falo. E é óptimo e saio de jantares ou almoços óptimos de comeres mas fracos de conversa até porque o vinho sempre excelente vai fazendo o seu caminho e a asneira começa a frivolizar o ambiente.
Se calhar em vez de tanta comida e get togethers se pudesse para inovar, em cada família haver uma equipe misturada de idades, que num dado momento destas incontáveis horas tivesse preparado com tempo, uma qualquer actividade fóra ou dentro das casas, em que nos esquecêssemos de nós e dos presentes e das raivas e intrigas ou copos e pensássemos nos outros, no sentido restrito ou lato.
Enfim tudo isto me vem pela experiência que tive com o meu voluntariado na cadeia de Alta Segurança de Monsanto.
Há tantas "cadeias" nas nossas famílias, amigos, pessoas que precisam da nossa atenção.
Posso-lhes afirmar com modéstia que ao me ocupar de reclusos e nem tanto no campo judicial, mas entregar-me e viver a solidão e afastamento das famílias, do sentimento de culpa, me tornou sempre um homem melhor.
Just an idea for change.
Há muitas iniciativas que os mais novos com imaginação e generosidade nos podem sugerir.
Estão, eventualmente, mais atentos.
Escrito em Lisboa junto ao Tejo numa tarde cinzenta mas inspiradora.
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