terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Não somos insubstituíveis


A propósito da morte destas diversas personagens que foram morrendo e que fui conhecendo ao longo da vida profissional e pessoal (Amorim, Belmiro, Mário Soares, Jean d'Ormesson, o General de Milosevic no meu trabalho prisional em Monsanto incluindo outros reclusos de peso e tantos outros incluindo Khadaffi e alguns chefes de Estado africanos, entre eles o Presidente José Eduardo dos Santos) deixaram-me no momento a sensação de que foram bons no que fizeram, outros discutíveis e de quem discordei ou discordava, mas nunca me recusei por qualquer razão política ou de ética de encontrar fosse quem fosse.

A minha curiosidade pelo ser humano, é mais forte do que preconceitos radicais, até porque "não se pega"!

A minha liberdade e o direito de julgar, a que não atribuo grande importância, foram sempre preservadas e como no caso da maioria das pessoas acima indicadas foi por razões profissionais que os encontrei, só aguçaram o meu interesse em aprender e habituar-me a tratar de assuntos objectivos, claros e directos que mereciam sim ou não da parte deles, ainda que valorizado pela minha capacidade de negociação.

Chegado o momento da morte, como tantas vezes o tenho referido, fica para quem deles mais gostou a sensação difusa da saudade e da presença que se vai esbatendo a cada dia, para os outros um generoso olvídio que pode durar dias.

Por isso cada vez vou lendo mais sobre o "au-delà" ou seja o que pessoas inteligentes e estudiosas vão reunindo em livros sobre uma eventual outra vida. Nada por ter medo de vir algum "pagador de promessas" pedir-me contas do que fiz ou omiti. Está feito. Não me exime de ser cuidadoso e atento ao que faço mas por razões de aperfeiçoamento pessoal e não de temor de labaredas.

Será sempre grato comparar, observar e até eventualmente pôr em prática alguns ensinamentos ou ideias de quem já morreu e se notabilizou por obra feita.

Mas já pensaram na vertigem do tempo que passa? O filho de Belmiro e os descendentes de Amorim sabem o que fazem e melhor ou pior são eles que cá estão. Seria parar no tempo querer voltar atrás.
Fianalizo dizendo-vos que nada mais prosaico do que nos prepararmos para a ideia que não somos insubstituíveis ( há muito que o sabemos) mas não tanto na glória ou na desgraça mas mais ainda na PRESENÇA real neste mundo, no dia em que fecharmos os olhos.

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