domingo, 14 de maio de 2017

O PENINHA E O AEROPORTO COM SALVADOR SOBRAL.


O PENINHA E O AEROPORTO COM SALVADOR SOBRAL.

Acabado de chegar de Paris aonde esteve na posse do novo Presidente Francês, Emanuel Macron, Peninha resolveu esperar pela chegada do Salvador Sobral que vinha de Kiev.

Não fizera a barba ainda, estava de preto pois vinha de um acto formal em França e tinha apanhado os cabelos em cima, tal e qual como o Salvador Sobral.

Numa palavra podia ser confundido com o dito e foi o que aconteceu, pois, duas empregadas de limpeza ao verem-no passar ligaram para a segurança do aeroporto e disseram quem tinha acabado de aterrar e excitadas foram por portas interiores avisar a malta.

Ora, como se sabe a gente das secretas percebe pouco de canções festivaleiras e de cantores, pelo que assim que o Peninha chegou à zona de controlo, rodearam-no e levaram-no bem protegido para uma sala à parte.

Por mais que o Peninha dissesse que vinha de Paris, eles gracejavam e tocavam-lhe como se ele fosse um deus. A sala foi inclusivé invadida por técnicos da torre de controlo, inspectores do Serviço de Estrangeiros e uma miríade de funcionários indiscriminados da Ana. O pessoal feminino dava gritinhos e clamava: Salvador! Salvador!

Quando Peninha quis dizer que havia uma confusão e que estavam errados, isso foi entendido como modéstia e o entusiasmo aumentou assim como os vivas e outras manifestações de carinho.

O voo de Salvador era muito mais tarde, pelo que alguém da segurança veio dizer que não estava ninguém lá fora à espera o que a todos intrigou.

O director do Aeroporto, o dr. Fonseca, furioso, perguntou a Peninha quem ele era. Tendo o Peninha respondido com sinceridade, começou tudo a sair e sobretudo os da torre de controlo, pois havia já aviões a sobrevoar o aeroporto, com apelos lancinantes para a torre, que tinha gravado uma mensagem automática: “Please wait, Salvador arrived”!

Os agentes da segurança que tinham trazido Peninha para a referida sala reservada do aeroporto, furiosos por se terem enganado, avançaram para o Peninha e deram-lhe uma tosa de criar bicho!

Peninha saiu cheio de contusões para a rua e ainda na zona dos táxis, maltrapilho e rôto, enquanto esperava por transporte, ouviu um homem do lixo a trautear a canção de Salvador!

Chegou-se ao pé dele e num gesto de fúria deu-lhe um estaladão e gritou: cala-te nojento!

A seguir correu para o primeiro carro-de-praça que lhe surgiu e ainda ofegante ao declinar o destino, viu o ofendido esbracejar atrás do táxi a insultá-lo.

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