O PENINHA E O SÃO JOÃO
O Peninha tinha estado na véspera do S.João no Porto, com um
olho no peixe e outro no gato, ou seja brincando com os foliões e olhando para
as notícias a ver o que dava o referendo em Inglaterra.
Mais a mais estando lá o seu querido Presidente Marcelo,
apostara que lhe havia de dar com um alho porro, pois dava assim um ar de maior
intimidade. E lá se misturou na multidão, desta vez com um traje mais discreto.
Foi-se aproximando, aproximando e no meio da multidão chegou
bem perto. Tinha na mão um martelinho de plástico do S.João que tinha comprado
nos chineses, de côr laranja, por causa do PSD.
Vai de truz e quando o Presidente se vira, catrapum com
leveza na cabeça dá-lhe uma toutiçada. Marcelo com bonomia dá-lhe um abraço e
um sorriso. Alguém disparou um flash e entretanto Peninha desmaiou, tal foi o
gozo.
Borrifaram-lhe a cara, deram-lhe umas estaladas e quando
recuperou os sentidos, a sua primeira preocupação foi a de perguntar quem teria
tirado a fotografia dele com o Presidente. Ninguém lhe sabia dizer e começou
então, no meio da multidão, uma busca sôfrega e imparável, perguntando a torto
e a direito se lhe tinham tirado uma selfie com o Chefe do Estado.
Acabou por se ir deitar tardíssimo e estava exausto. Ninguém
sabia do que se tratava.
De manhã cedo, quando acordou, decidira pôr um anúncio nos
jornais do Porto e de Lisboa, com o seu retrato e dando alvíssaras a quem lhe
entregasse a fotografia que dele tirara com Marcelo, no momento do contacto.
Houve uma única resposta com uma fotografia em anexo. Ele há
coisas do diabo!
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