A ENTREVISTA DOS DUQUES DE BRAGANÇA
Achei bem o Duque de
Bragança na entrevista à SIC no final do telejornal das 20h. Fiquei
surpreendido pelas palavras desempoeiradas e democráticas que pronunciou
em relação ao Partido Comunista considerando-o um partido sério e
cumpridor bem como ao BE estando de acordo de que se tiverem um pacto
fundamentado e estável com o PS, nada impede que sejam Governo.
O
papel de um Chefe de uma Dinastia e pretendente ao trono de um sistema
de monarquia constitucional é o de assegurar o funcionamento das
instituições e permitir que haja estabilidade e que os cidadãos tenham
uma vida sustentável aonde os valores básicos de uma sociedade sejam
assegurados, e muito mais que aqui não cabe referir neste sucinto
comentário.
Pode e deve dizer o que sente e até o que lhe é
transmitido pelo povo e demais autoridades, cabendo-lhe gerir os
interesses das diversas forças como um árbitro inteligente, sagaz,
sensível, experimentado e patriota.
O lema é o de servir a Nação e não servir-se nem à sua Família.
Também é tradição na Monarquia Portuguesa, acontecer que quando os
monarcas "não servem" por razões justas, atendíveis, objectivas e
comummente sentidas serem substituídos por quem melhor possa desempenhar
as funções. Para isso são educados e preparados.
Dito isto,
parece-me que o Senhor Dom Duarte, que conheço bem e de há muitos anos,
deveria, para além da sua espontaneidade legítima e de uma preparação
que é justo reconhecer ser bastante abrangente e bem fundamentada,
aceitar aconselhar-se em momentos de grande responsabilidade na
transmissão de mensagens que podem ser mal interpretadas.
Em
todos os centros de poder, nacionais e estrangeiros e em outras Casas
Reais de países em que existe monarquia, os Reis ou Pretendentes, têm um
cuidado rigoroso em medir as consequências do que afirmam.
Nada
disto do que digo, coarta a inteligência ou capacidade de cada um, mas
já passou o tempo de "excêntricos" ou "bizarros" ou génios mal
compreendidos, até porque o objectivo é manterem-se no poder,
respeitados e gerindo com prudência e eficácia as Nações.
A
Duquesa de Bragança, que também conheço bem, deveria também, no seu
papel de Mãe de Príncipes e como importante auxiliar do Duque de
Bragança, dar uma imagem um pouco mais sofisticada e concreta da maneira
como são educados, ainda que com toda a simplicidade e lhaneza que lhe
são típicas, demonstrando ser uma Mulher moderna, tanto do agrado de
muita gente.
Neste momento crucial de incerteza, de perplexidade e
de necessidade de ouvir palavras avisadas e independentes, não podem
ocorrer amadorismos.
Mas isto é o que eu penso.
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