sábado, 31 de outubro de 2015

A ENTREVISTA DOS DUQUES DE BRAGANÇA

A ENTREVISTA DOS DUQUES DE BRAGANÇA

Achei bem o Duque de Bragança na entrevista à SIC no final do telejornal das 20h. Fiquei surpreendido pelas palavras desempoeiradas e democráticas que pronunciou em relação ao Partido Comunista considerando-o um partido sério e cumpridor bem como ao BE estando de acordo de que se tiverem um pacto fundamentado e estável com o PS, nada impede que sejam Governo.

O papel de um Chefe de uma Dinastia e pretendente ao trono de um sistema de monarquia constitucional é o de assegurar o funcionamento das instituições e permitir que haja estabilidade e que os cidadãos tenham uma vida sustentável aonde os valores básicos de uma sociedade sejam assegurados, e muito mais que aqui não cabe referir neste sucinto comentário.

Pode e deve dizer o que sente e até o que lhe é transmitido pelo povo e demais autoridades, cabendo-lhe gerir os interesses das diversas forças como um árbitro inteligente, sagaz, sensível, experimentado e patriota.
O lema é o de servir a Nação e não servir-se nem à sua Família.

Também é tradição na Monarquia Portuguesa, acontecer que quando os monarcas "não servem" por razões justas, atendíveis, objectivas e comummente sentidas serem substituídos por quem melhor possa desempenhar as funções. Para isso são educados e preparados.

Dito isto, parece-me que o Senhor Dom Duarte, que conheço bem e de há muitos anos, deveria, para além da sua espontaneidade legítima e de uma preparação que é justo reconhecer ser bastante abrangente e bem fundamentada, aceitar aconselhar-se em momentos de grande responsabilidade na transmissão de mensagens que podem ser mal interpretadas.

Em todos os centros de poder, nacionais e estrangeiros e em outras Casas Reais de países em que existe monarquia, os Reis ou Pretendentes, têm um cuidado rigoroso em medir as consequências do que afirmam.

Nada disto do que digo, coarta a inteligência ou capacidade de cada um, mas já passou o tempo de "excêntricos" ou "bizarros" ou génios mal compreendidos, até porque o objectivo é manterem-se no poder, respeitados e gerindo com prudência e eficácia as Nações.

A Duquesa de Bragança, que também conheço bem, deveria também, no seu papel de Mãe de Príncipes e como importante auxiliar do Duque de Bragança, dar uma imagem um pouco mais sofisticada e concreta da maneira como são educados, ainda que com toda a simplicidade e lhaneza que lhe são típicas, demonstrando ser uma Mulher moderna, tanto do agrado de muita gente.

Neste momento crucial de incerteza, de perplexidade e de necessidade de ouvir palavras avisadas e independentes, não podem ocorrer amadorismos.

Mas isto é o que eu penso.

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