A ENTREVISTA DOS DUQUES DE BRAGANÇA
Achei bem o Duque de
Bragança na entrevista à SIC no final do telejornal das 20h. Fiquei
surpreendido pelas palavras desempoeiradas e democráticas que pronunciou
em relação ao Partido Comunista considerando-o um partido sério e
cumpridor bem como ao BE estando de acordo de que se tiverem um pacto
fundamentado e estável com o PS, nada impede que sejam Governo.
O
papel de um Chefe de uma Dinastia e pretendente ao trono de um sistema
de monarquia constitucional é o de assegurar o funcionamento das
instituições e permitir que haja estabilidade e que os cidadãos tenham
uma vida sustentável aonde os valores básicos de uma sociedade sejam
assegurados, e muito mais que aqui não cabe referir neste sucinto
comentário.
Pode e deve dizer o que sente e até o que lhe é
transmitido pelo povo e demais autoridades, cabendo-lhe gerir os
interesses das diversas forças como um árbitro inteligente, sagaz,
sensível, experimentado e patriota.
O lema é o de servir a Nação e não servir-se nem à sua Família.
Também é tradição na Monarquia Portuguesa, acontecer que quando os
monarcas "não servem" por razões justas, atendíveis, objectivas e
comummente sentidas serem substituídos por quem melhor possa desempenhar
as funções. Para isso são educados e preparados.
Dito isto,
parece-me que o Senhor Dom Duarte, que conheço bem e de há muitos anos,
deveria, para além da sua espontaneidade legítima e de uma preparação
que é justo reconhecer ser bastante abrangente e bem fundamentada,
aceitar aconselhar-se em momentos de grande responsabilidade na
transmissão de mensagens que podem ser mal interpretadas.
Em
todos os centros de poder, nacionais e estrangeiros e em outras Casas
Reais de países em que existe monarquia, os Reis ou Pretendentes, têm um
cuidado rigoroso em medir as consequências do que afirmam.
Nada
disto do que digo, coarta a inteligência ou capacidade de cada um, mas
já passou o tempo de "excêntricos" ou "bizarros" ou génios mal
compreendidos, até porque o objectivo é manterem-se no poder,
respeitados e gerindo com prudência e eficácia as Nações.
A
Duquesa de Bragança, que também conheço bem, deveria também, no seu
papel de Mãe de Príncipes e como importante auxiliar do Duque de
Bragança, dar uma imagem um pouco mais sofisticada e concreta da maneira
como são educados, ainda que com toda a simplicidade e lhaneza que lhe
são típicas, demonstrando ser uma Mulher moderna, tanto do agrado de
muita gente.
Neste momento crucial de incerteza, de perplexidade e
de necessidade de ouvir palavras avisadas e independentes, não podem
ocorrer amadorismos.
Mas isto é o que eu penso.
sábado, 31 de outubro de 2015
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
O que é que se pode dizer em mais um dia de anos?
O que é que se pode dizer em mais
um dia de anos?
Em primeiro lugar e desde logo um
agradecimento, no meu caso a Deus, no de outras pessoas à semente de vida que
nos fez nascer, esta maravilha de máquina que é o nosso corpo, com uma precisão
e encadeamento de dependências naturais entre os diversos órgãos, diria
perfeita. Só se avaria, hoje estou bem certo disso, por nossa exclusiva culpa.
Sabe cada um, porquê, nos seus excessos, falta de cuidado, de intemperança, mas
ainda bem que podemos escolher e não sermos uns simples robots imortais.
Depois aos meus Pais, que tanto
amei e respeitei e tentei seguir o exemplo. Tudo quanto possa dizer está bem
fundo gravado no meu coração e a cada dia relembro com doçura e saudade.
Finalmente à minha Família
directa, indirecta e aos meus Amigos/as que sempre contribuíram para me moldar
no que hoje sou.
Tenho para mim, que embora
devamos estar sempre aos comandos da nossa vida, e traçar o nosso rumo, não
podemos deixar de fazer derivações consoante os escolhos que nos vão
aparecendo. Muitas vezes nem são escolhos, são atalhos que sendo mais longos
para a chegada, aparentemente nos contrariam, mas por outro lado fazem a outros
mais felizes.
E escuso de vos descrever como é
bom ser amado, gostado, às vezes menos do que gostaríamos e essa ausência,
maior valor dá aos bons momentos. Isto acontece a todos, sem excepção.
Por isso no dia de anos, estes
votos de parabéns que se recebem são pequenas/grandes atenções que nos prestam
e adoçam a agrura do dia-a-dia.
Muitos me dizem, por muitos e
bons anos. É bom pensar nisso, sobretudo se como eu, temos ainda planos para o
futuro, nomeadamente de retribuir, se puder, o bem que recebi de outros. É isso
o que eu quero e nas actividades a que me tenho dedicado como voluntário, bem
como no mundo dos negócios internacionais vou encontrando uma enorme motivação
para continuar a olhar para a vida com entusiasmo, interesse, uma certa ingenuidade
de menino pequeno e de facto uma grande humildade em aprender.
Isto vem com a
experiência e o facto de se ser mais tolerante sem ceder nos princípios, e não
julgar os outros sem os ouvir e mesmo assim, guardar um prudente silêncio, e é isto o que levo
deste mundo.
Lembro-me sempre destas palavras
da parábola das 10 virgens (as néscias e as prudentes): "Portanto vigiai, porque não sabeis nem o dia
nem a hora." (Mateus 25:1-13)
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
if you obbey the rules, you miss all the fun
É uma grande maçada ter que se fazer sempre tudo nos conformes.
Como dizia a Katharine Hepburn “ if you obbey all the rules, you miss all the fun”!
No entanto, tudo está preparado na sociedade civil e moral, para castigar quem não cumpra as leis.
Como dizia a Katharine Hepburn “ if you obbey all the rules, you miss all the fun”!
No entanto, tudo está preparado na sociedade civil e moral, para castigar quem não cumpra as leis.
Isto faz-me lembrar o Decálogo, que foi atribuído a Deus e que foi dado a Moisés na montanha.
Grande treta: os povos já estavam a abusar, a abandalhar e os políticos lá do sítio, obrigaram Moisés a subir ao alto do monte, já com dificuldade pois era velho, os bordões para se apoiar não abundavam, e sobretudo não havia cá máscaras de oxigénio para o ajudar a respirar com a falta de ar na altitude.
Já estava tudo escrito e esculpido numas tábuas, tudo pensadinho e o pobre do profeta quando desceu disse que não tinha encontrado ninguém mas sim um frio de rachar.
Espetaram-lhe nas mãos o dito Decálogo e prometeram-lhe mais umas cabras e outras vitualhas, se dissesse o que lhe diziam para dizer. Nada de invenções e falar pouco e não responder às perguntas dos jornalistas.
Lá fez isso, ficou para a história e nós lixámo-nos.
Grande treta: os povos já estavam a abusar, a abandalhar e os políticos lá do sítio, obrigaram Moisés a subir ao alto do monte, já com dificuldade pois era velho, os bordões para se apoiar não abundavam, e sobretudo não havia cá máscaras de oxigénio para o ajudar a respirar com a falta de ar na altitude.
Já estava tudo escrito e esculpido numas tábuas, tudo pensadinho e o pobre do profeta quando desceu disse que não tinha encontrado ninguém mas sim um frio de rachar.
Espetaram-lhe nas mãos o dito Decálogo e prometeram-lhe mais umas cabras e outras vitualhas, se dissesse o que lhe diziam para dizer. Nada de invenções e falar pouco e não responder às perguntas dos jornalistas.
Lá fez isso, ficou para a história e nós lixámo-nos.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
O PENINHA E A RURITÂNEA
O PENINHA E A RURITÂNEA
O Peninha acordou agitado e para piorar deu-lhe para ouvir a 5ª sinfonia de Beethoven. Um esplendor: os sons da orquestra entravam-lhe pelas entranhas a dentro.
Estes últimos tempos não tinham sido de feição para a sua vida. Um emprego chato, rotineiro, mal pago e com colegas invejosos, mesquinhos e intriguistas na Repartição.
A Adélia, a chefe de secção, era zarolha e coxa e reflectia no seu carácter o azedume das suas deficiências. Odiava Peninha por ele ser alto, bem lançado, com farta cabeleira aloirada, olhos verdes, mãos finas e dedos compridos com unhas lindas e bem tratadas. Vestia sempre correctamente e raramente se salientava no ambiente do trabalho. Chegava a horas, cumpria o seu dever e saía no fim do dia, desejando uma boa tarde para todos.
O Peninha nunca revelara o furacão que lhe ia na alma, de revolta pela falta de horizontes que no seu país – a Ruritânea – os políticos traçavam para si e para os seus concidadãos.
Acresce que sendo governados por uma ditadura de esquerda, a Junta revolucionária abolira todos os traços de religiosidade e era-se preso por praticar alguma religião, fosse ela qual fosse.
Ora Peninha, tendo nascido numa família de crenças religiosas cristãs, andava desde pequeno em conversações com o seu Deus para ver se O encontrava, fisicamente, vá..assim tu cá tu lá!
Não lhe serviam as teorias todas dos livros sagrados, nem dos rituais litúrgicos por mais bonitos que fossem. Quando era miúdo acompanhava o pai à catedral e acendia uma vela e punha-a no altar do seu ícone preferido, um Deus de barbas num fundo ricamente decorado com desenhos a ouro fino, com a corte celeste no fundo.
Nem as vozes bem moldadas em uníssono do coro ortodoxo, que subiam ao céu e ecoavam na nave do templo, o faziam desistir de, como dizia, encontrar-se frente a frente com o seu Deus.
Depois tudo fora proibido, e vivia num país sem Deus e sem moral, cinzento, planificado e lúgubre.
No emprego, pertenciam todos ao partido e vigiavam-se uns aos outros e não hesitavam em delatar ao comité central, quando suspeitassem que alguém pudesse estar a praticar algum desvio ideológico.
Peninha, reunia-se todas as 5ª feiras à noite num celeiro, fora da cidade, com um grupo de amigos para falarem de religião. Era um risco tremendo pois, se descoberto, implicaria a prisão e a perda do emprego, que apesar de miserável, sempre lhe dava para sobreviver.
Ora nessa noite Peninha resolvera não ir e ficar em casa, pois, excepcionalmente, a televisão estatal passava um filme de que ele sempre gostara. Tratava-se da produção grandiosa e histórica dos “Dez Mandamentos”. Peninha sempre admirara a figura de Moisés e teve um pressentimento de que talvez fosse a oportunidade, tal como o profeta na montanha sagrada, de se encontrar finalmente com Deus.
Peninha, era espirita e ouvia vozes e contactava com as almas, mas nunca conseguira ir para além de familiares ou de pessoas que lhe indicavam, quando acompanhado nas sessões.
Comprara uma pizza e uma bebida parecida com a coca-cola, pois na Ruritânea não deixavam entrar produtos do imperialismo, e sentara-se comodamente no sofá, à espera da hora do início do filme.
O seu apartamento não era no centro da cidade, pois as rendas eram mais caras, e nos subúrbios sempre se encontravam algumas oportunidades.
Herdara dos pais alguns móveis, mas nada de especial, por isso tinha muitos quartos fechados sem mobília, com as paredes escorrendo humidade. Vivia entre o quarto de cama e a sala com um pequeno televisor a preto e branco e um aparelho de hi-fi aonde ouvia a música de que tanto gostava.
Passara para a 9ª sinfonia e o coro ia começar a cantar, quando ouviu um barulho como se fosse alguém que tivesse entrado de mansinho.
Ficou de sentidos alerta, pôs o som mais baixo e esperou.
- Aqui estou. Sei que procuras por mim.
Peninha, olhando à sua volta, nada nem ninguém encontrou.
A voz continuava a fazer-se ouvir dentro da sua cabeça:
- Nada temas, e fala comigo.
- Quem és tu? – perguntou.
- Sou o teu Deus, que vem ao teu encontro.
E Peninha, de contente, respondeu:
- Há tanto tempo que Te procuro. Aonde tens estado?
E nesse momento, invadiu-o uma sensação de grande conforto e de alegria.
Na manhã seguinte, quando acordou e se levantou, Peninha era outro homem, tinha finalmente acreditado plenamente.
Quando saiu do psiquiatra, olhou para a prescrição do médico: internamento forçado no hospício-prisão para dementes. Motivo: distorção mental e visões perigosas para o regime.
O Peninha acordou agitado e para piorar deu-lhe para ouvir a 5ª sinfonia de Beethoven. Um esplendor: os sons da orquestra entravam-lhe pelas entranhas a dentro.
Estes últimos tempos não tinham sido de feição para a sua vida. Um emprego chato, rotineiro, mal pago e com colegas invejosos, mesquinhos e intriguistas na Repartição.
A Adélia, a chefe de secção, era zarolha e coxa e reflectia no seu carácter o azedume das suas deficiências. Odiava Peninha por ele ser alto, bem lançado, com farta cabeleira aloirada, olhos verdes, mãos finas e dedos compridos com unhas lindas e bem tratadas. Vestia sempre correctamente e raramente se salientava no ambiente do trabalho. Chegava a horas, cumpria o seu dever e saía no fim do dia, desejando uma boa tarde para todos.
O Peninha nunca revelara o furacão que lhe ia na alma, de revolta pela falta de horizontes que no seu país – a Ruritânea – os políticos traçavam para si e para os seus concidadãos.
Acresce que sendo governados por uma ditadura de esquerda, a Junta revolucionária abolira todos os traços de religiosidade e era-se preso por praticar alguma religião, fosse ela qual fosse.
Ora Peninha, tendo nascido numa família de crenças religiosas cristãs, andava desde pequeno em conversações com o seu Deus para ver se O encontrava, fisicamente, vá..assim tu cá tu lá!
Não lhe serviam as teorias todas dos livros sagrados, nem dos rituais litúrgicos por mais bonitos que fossem. Quando era miúdo acompanhava o pai à catedral e acendia uma vela e punha-a no altar do seu ícone preferido, um Deus de barbas num fundo ricamente decorado com desenhos a ouro fino, com a corte celeste no fundo.
Nem as vozes bem moldadas em uníssono do coro ortodoxo, que subiam ao céu e ecoavam na nave do templo, o faziam desistir de, como dizia, encontrar-se frente a frente com o seu Deus.
Depois tudo fora proibido, e vivia num país sem Deus e sem moral, cinzento, planificado e lúgubre.
No emprego, pertenciam todos ao partido e vigiavam-se uns aos outros e não hesitavam em delatar ao comité central, quando suspeitassem que alguém pudesse estar a praticar algum desvio ideológico.
Peninha, reunia-se todas as 5ª feiras à noite num celeiro, fora da cidade, com um grupo de amigos para falarem de religião. Era um risco tremendo pois, se descoberto, implicaria a prisão e a perda do emprego, que apesar de miserável, sempre lhe dava para sobreviver.
Ora nessa noite Peninha resolvera não ir e ficar em casa, pois, excepcionalmente, a televisão estatal passava um filme de que ele sempre gostara. Tratava-se da produção grandiosa e histórica dos “Dez Mandamentos”. Peninha sempre admirara a figura de Moisés e teve um pressentimento de que talvez fosse a oportunidade, tal como o profeta na montanha sagrada, de se encontrar finalmente com Deus.
Peninha, era espirita e ouvia vozes e contactava com as almas, mas nunca conseguira ir para além de familiares ou de pessoas que lhe indicavam, quando acompanhado nas sessões.
Comprara uma pizza e uma bebida parecida com a coca-cola, pois na Ruritânea não deixavam entrar produtos do imperialismo, e sentara-se comodamente no sofá, à espera da hora do início do filme.
O seu apartamento não era no centro da cidade, pois as rendas eram mais caras, e nos subúrbios sempre se encontravam algumas oportunidades.
Herdara dos pais alguns móveis, mas nada de especial, por isso tinha muitos quartos fechados sem mobília, com as paredes escorrendo humidade. Vivia entre o quarto de cama e a sala com um pequeno televisor a preto e branco e um aparelho de hi-fi aonde ouvia a música de que tanto gostava.
Passara para a 9ª sinfonia e o coro ia começar a cantar, quando ouviu um barulho como se fosse alguém que tivesse entrado de mansinho.
Ficou de sentidos alerta, pôs o som mais baixo e esperou.
- Aqui estou. Sei que procuras por mim.
Peninha, olhando à sua volta, nada nem ninguém encontrou.
A voz continuava a fazer-se ouvir dentro da sua cabeça:
- Nada temas, e fala comigo.
- Quem és tu? – perguntou.
- Sou o teu Deus, que vem ao teu encontro.
E Peninha, de contente, respondeu:
- Há tanto tempo que Te procuro. Aonde tens estado?
E nesse momento, invadiu-o uma sensação de grande conforto e de alegria.
Na manhã seguinte, quando acordou e se levantou, Peninha era outro homem, tinha finalmente acreditado plenamente.
Quando saiu do psiquiatra, olhou para a prescrição do médico: internamento forçado no hospício-prisão para dementes. Motivo: distorção mental e visões perigosas para o regime.
domingo, 25 de outubro de 2015
Uma vergonha
Tento ser equilibrado na minha vida, tanto quanto consigo, com bom-senso
e prudência no julgamento de terceiros, mas confesso que Sócrates
tira-me do sério. Nas declarações que ouvi hoje proferidas numa
pseudo-conferência em não sei bem aonde, teve o descaramento de afirmar
que vai voltar à vida política e a intervir.
Não quero ser injusto em criticar a Justiça, o Juiz Carlos Alexandre e o Ministério Público sem ter ainda sido pronunciada a acusação ou o arquivamento.
Mas deixar passar estes meses todos, com Sócrates preso e todas as fugas ao segredo de justiça que foram sendo desvendadas indiciando-o como culpado, mais os comentários que os seus advogados fizeram hoje dizendo que nada encontram, trata-se de uma situação insustentável.
Uma vergonha, um desgoverno em Portugal em quase tudo e um desânimo para o futuro. Apetece fugir e esquecer.
Não quero ser injusto em criticar a Justiça, o Juiz Carlos Alexandre e o Ministério Público sem ter ainda sido pronunciada a acusação ou o arquivamento.
Mas deixar passar estes meses todos, com Sócrates preso e todas as fugas ao segredo de justiça que foram sendo desvendadas indiciando-o como culpado, mais os comentários que os seus advogados fizeram hoje dizendo que nada encontram, trata-se de uma situação insustentável.
Uma vergonha, um desgoverno em Portugal em quase tudo e um desânimo para o futuro. Apetece fugir e esquecer.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
O PENINHA, O Presidente e os "ARMAZÉNS PAGA POUCO"
O PENINHA, O Presidente e os "ARMAZÉNS PAGA POUCO"
Peninha tinha estado até tarde no Largo do Gato. A reunião tinha-se prolongado e estava exausto. No entanto tinha uma missão a cumprir: entregar ao Presidente uma mensagem privada do seu Secretário-geral. Sem falta.
A mensagem dizia o seguinte:
Peninha tinha estado até tarde no Largo do Gato. A reunião tinha-se prolongado e estava exausto. No entanto tinha uma missão a cumprir: entregar ao Presidente uma mensagem privada do seu Secretário-geral. Sem falta.
A mensagem dizia o seguinte:
“Excelência,
Venho comunicar privadamente que fez muito bem em ter tomado a decisão que tomou. Só não posso apoiar às claras por isso é às escuras que o faço.
Salvou-me a vida, pois a luta continua e os meus camaradas, foram mais uma vez enganados pois são todos uns trouxas.
Esta farsa do acordo secreto, é mesmo assim porque não existe nenhum. Alguma vez eu seria capaz de atraiçoar os meus ideais do centro-esquerda. Claro que tenho muito mais chances de sobreviver se me aliar ao outro (todos os cuidados são poucos em não dizer nomes).
Cá o espero para um jantarinho em tête-à-tête, e a entrada é pela Condenssa de Cuba.
Venha disfarçado e a senha é "o filósofo grego (nada de nomes) que vá para o inferno". Sugiro-lhe que cantarole as primeiras letras do fado do embuçado do Ferreira Rosa e traga uma capa com a Banda das Três Ordens.
Nota à parte: o meu desiderato em ser o que sabe que sei que sabe que quero ser, é para no final do cargo ter uma Grã-Cruz da Ordem de quem sabe (nada de nomes). Ressalta muito e é chic a valer.
Seu muito dedicado
Arcanjo S. Gabriel (na última mensagem era S.Rafael, por isso não há perigo de identificarem).”
E o Peninha, lá foi e em chegando, perguntou se podia falar com o Arcanjo S. Miguel (nome de código). O Oficial riu-se-lhe na cara mas ele insistiu para comunicar para dentro que tinha uma mensagem para o dito Anjo.
Qual não foi o espanto do Oficial, quando viu chegar de afogadilho Sua Excelência, ainda de roupão, que arrancou com sofreguidão das mãos de Peninha, a referida missiva.
O Oficial ainda fez atabalhoadamente a continência, sem o capacete das plumas posto, pois não teve tempo, e reparou que no roupão havia uma etiqueta que dizia: “Armazéns Paga Pouco”!
Venho comunicar privadamente que fez muito bem em ter tomado a decisão que tomou. Só não posso apoiar às claras por isso é às escuras que o faço.
Salvou-me a vida, pois a luta continua e os meus camaradas, foram mais uma vez enganados pois são todos uns trouxas.
Esta farsa do acordo secreto, é mesmo assim porque não existe nenhum. Alguma vez eu seria capaz de atraiçoar os meus ideais do centro-esquerda. Claro que tenho muito mais chances de sobreviver se me aliar ao outro (todos os cuidados são poucos em não dizer nomes).
Cá o espero para um jantarinho em tête-à-tête, e a entrada é pela Condenssa de Cuba.
Venha disfarçado e a senha é "o filósofo grego (nada de nomes) que vá para o inferno". Sugiro-lhe que cantarole as primeiras letras do fado do embuçado do Ferreira Rosa e traga uma capa com a Banda das Três Ordens.
Nota à parte: o meu desiderato em ser o que sabe que sei que sabe que quero ser, é para no final do cargo ter uma Grã-Cruz da Ordem de quem sabe (nada de nomes). Ressalta muito e é chic a valer.
Seu muito dedicado
Arcanjo S. Gabriel (na última mensagem era S.Rafael, por isso não há perigo de identificarem).”
E o Peninha, lá foi e em chegando, perguntou se podia falar com o Arcanjo S. Miguel (nome de código). O Oficial riu-se-lhe na cara mas ele insistiu para comunicar para dentro que tinha uma mensagem para o dito Anjo.
Qual não foi o espanto do Oficial, quando viu chegar de afogadilho Sua Excelência, ainda de roupão, que arrancou com sofreguidão das mãos de Peninha, a referida missiva.
O Oficial ainda fez atabalhoadamente a continência, sem o capacete das plumas posto, pois não teve tempo, e reparou que no roupão havia uma etiqueta que dizia: “Armazéns Paga Pouco”!
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
O PENINHA, a secretária e o PAF
O PENINHA, a secretária e o PAF
- Fiquei danado hoje quando me contrariaram. Sou um sujeito convencido, arrogante e detesto que me digam que não tenho razão – dizia o Peninha para Emília, sua secretária, ao entrar no gabinete naquela manhã ensoleirada.
A Emília, já o aturava há 20 anos e apesar de ser bem paga, e não ter assim muito para fazer, já se lhe viam na cara umas rugas que tentava disfarçar com borato de sódio – tinham-lhe dito que era eficaz – mas não se viam os resultados.
Peninha fazia inúmeros negócios, uns bem-sucedidos, outros nem tanto – mas sempre na sua cabeça – por isso Emília no fundo era assistente de um patrão inexistente.
Ele entrava, sentava-se numa cadeira que mandara vir do Azerbeijão – toda horrorosa, com dourados e umas costas enormes forradas a tecido com fios de seda – e numa posição confortável, começava a falar vários idiomas, cada um mais estranho.
Emília que era católica, até já conversara com o senhor prior, à saída da missa de Domingo e aventara que o Peninha talvez pudesse estar possuído pelo demo. – Que sim, que há muitos casos e se ele falava em vietnamita, galês, esperanto, mandarim da Mongólia e em dialecto da Papua Nova Guiné, tudo era possível. Combinaram então, que Emília deixaria disfarçado, debaixo de uns papéis, uma pagela de Santo Honório, patrono dos que padecem de males desconhecidos.
Passava a manhã nisto, ora se ria ora se zangava e no intervalo vinha ter com Emília, passava-lhe carinhosamente a mão pela cara – ela sempre fora irresistivelmente enfeitiçada por aquele homem de tez morena e de olhos castanhos, com uns beiços carnudos e um nariz bem feito – e dizia invariavelmente: - ainda hás-de ser feliz com o dinheiro que te der, quando ganhar muito, muito, nestes negócios.
Outras vezes, vinha com uma cara carrancuda e perguntava-lhe: - tu achas que sou má pessoa? Bem sei que às vezes tenho o diabo dentro de mim, mas ao ponto de me detestarem…
- Lá está, pensava Emília, isto é coisa de Satanás. Que ele é bom homem, lá isso é.
Peninha, entabulara, desta vez em português, uma conversa com alguém:
- Tu vê-me se podes manipular o gajo, que eu pago-te bem. Insinua-te no pensamento e fá-lo atraiçoar os compromissos e fazer o que eu quero.
Nisto, na secretária, alguns papéis voaram, sem embargo, porém, das janelas estarem fechadas.
- Valha-me Deus, que é Santo Honório que está a lutar com o demo – disse Emília apavorada.
Peninha, ficou com uma voz alterada e irreconhecível e começou freneticamente à procura de algo, por cima da secretária. Cada vez ia gritando mais e mais com uns guinchos tremendos, espumando da boca.
Emília assomou à porta a tremer de medo e viu que de súbito a mão de Peninha se abateu sobre um papel que estava em cima da mesa. E Peninha começou a acalmar e passado uns instantes, olhou para ela e perguntou-lhe o que queria.
Emília aproximou-se da secretária de Peninha e viu finalmente o papel ao qual o patrão tinha dado uma pantufada.
Tinha escrito: PÀF
Entre pafs e pufs, Peninha tinha contentado o diabo que existe dentro de si e sorridente, de saída, repetiu para Emília:
- Ainda hás-de ser muito feliz. Confia em mim.
Emília, lavada em lágrimas teve a certeza que a troika voltaria de novo a breve trecho.
- Fiquei danado hoje quando me contrariaram. Sou um sujeito convencido, arrogante e detesto que me digam que não tenho razão – dizia o Peninha para Emília, sua secretária, ao entrar no gabinete naquela manhã ensoleirada.
A Emília, já o aturava há 20 anos e apesar de ser bem paga, e não ter assim muito para fazer, já se lhe viam na cara umas rugas que tentava disfarçar com borato de sódio – tinham-lhe dito que era eficaz – mas não se viam os resultados.
Peninha fazia inúmeros negócios, uns bem-sucedidos, outros nem tanto – mas sempre na sua cabeça – por isso Emília no fundo era assistente de um patrão inexistente.
Ele entrava, sentava-se numa cadeira que mandara vir do Azerbeijão – toda horrorosa, com dourados e umas costas enormes forradas a tecido com fios de seda – e numa posição confortável, começava a falar vários idiomas, cada um mais estranho.
Emília que era católica, até já conversara com o senhor prior, à saída da missa de Domingo e aventara que o Peninha talvez pudesse estar possuído pelo demo. – Que sim, que há muitos casos e se ele falava em vietnamita, galês, esperanto, mandarim da Mongólia e em dialecto da Papua Nova Guiné, tudo era possível. Combinaram então, que Emília deixaria disfarçado, debaixo de uns papéis, uma pagela de Santo Honório, patrono dos que padecem de males desconhecidos.
Passava a manhã nisto, ora se ria ora se zangava e no intervalo vinha ter com Emília, passava-lhe carinhosamente a mão pela cara – ela sempre fora irresistivelmente enfeitiçada por aquele homem de tez morena e de olhos castanhos, com uns beiços carnudos e um nariz bem feito – e dizia invariavelmente: - ainda hás-de ser feliz com o dinheiro que te der, quando ganhar muito, muito, nestes negócios.
Outras vezes, vinha com uma cara carrancuda e perguntava-lhe: - tu achas que sou má pessoa? Bem sei que às vezes tenho o diabo dentro de mim, mas ao ponto de me detestarem…
- Lá está, pensava Emília, isto é coisa de Satanás. Que ele é bom homem, lá isso é.
Peninha, entabulara, desta vez em português, uma conversa com alguém:
- Tu vê-me se podes manipular o gajo, que eu pago-te bem. Insinua-te no pensamento e fá-lo atraiçoar os compromissos e fazer o que eu quero.
Nisto, na secretária, alguns papéis voaram, sem embargo, porém, das janelas estarem fechadas.
- Valha-me Deus, que é Santo Honório que está a lutar com o demo – disse Emília apavorada.
Peninha, ficou com uma voz alterada e irreconhecível e começou freneticamente à procura de algo, por cima da secretária. Cada vez ia gritando mais e mais com uns guinchos tremendos, espumando da boca.
Emília assomou à porta a tremer de medo e viu que de súbito a mão de Peninha se abateu sobre um papel que estava em cima da mesa. E Peninha começou a acalmar e passado uns instantes, olhou para ela e perguntou-lhe o que queria.
Emília aproximou-se da secretária de Peninha e viu finalmente o papel ao qual o patrão tinha dado uma pantufada.
Tinha escrito: PÀF
Entre pafs e pufs, Peninha tinha contentado o diabo que existe dentro de si e sorridente, de saída, repetiu para Emília:
- Ainda hás-de ser muito feliz. Confia em mim.
Emília, lavada em lágrimas teve a certeza que a troika voltaria de novo a breve trecho.
domingo, 18 de outubro de 2015
O PENINHA E O ROUXINOL
O PENINHA E O ROUXINOL
O Peninha saiu de casa num desaforo. Ia de peúgas de cada côr e tamanho, uma mostrando o pelo forte da canela e a outra com a marca do avesso, conseguindo-se apesar de tudo ler, “made in Taiwan”.
O pai, embarcadiço, trazia-lhe invariavelmente de Taipé, meias de todas as cores e feitios. Estas eram horrendas, de feltro grosso, captivando o cheiro e empapando-se de suor de dias de caminhadas sem fim…o Peninha andava na escola técnica de Massamá e calcorreava a pé uns 10km á ida e outros tantos à volta, fosse à chuva, ao vento ou ao sol.
Raivoso, gritava quando via o carro do PM passar, com ele pimpão lá dentro….- um dia o sol brilhará para todos nós - e fazia-lhe um manguito com o dedo bem espetado.
O Peninha era filho de um comunista e a mãe do MRPP. O pai estava sempre em todas as greves da estiva e apesar de imediato de um navio da Marinha Mercante, quando podia metia-se em conspirações a bordo.
A mãe, marchava na rua, de bata, mal cuidada, com os cabelos desgrenhados e oleosos, olhos fora das órbitas gritando com todos os bofes, palavras de ordem irrealistas…dizia-lhe o pai, que sendo ortodoxo suspeitava que o MRPP fosse uma camuflagem dos gringos. Havia discussões sérias entre ambos e davam-se mal, excepto quando era para zurzir na direita e no Governo.
Um dia o Peninha, transformara-se em rouxinol e voara até uma árvore que dava para o quarto de uma moça que conhecera na escola na aula de trabalhos manuais.
De seu nome, Lucrécia, achara-lhe logo graça pois lembrara-se da capa de um livro que encontrara lá em casa trazido pelo pai : “Lucrécia Bórgia, o Papado e a sensualidade de uma pecadora”: uma jovem nua deitada entre sedas e bordados, lasciva, com um olhar inconfundível de luxúria.
Não descansou enquanto não soube aonde morava e sempre que podia voava cedo para o pinheiro fronteiriço em frente da janela do seu quarto.
Todos os dias, Lucrécia levantava-se da cama nua e abria a janela de par-em-par e voltava para a cama espreguiçando-se em cima dos lençóis, deixando ver as partes mais sensuais do seu belo corpo.
Peninha, trinava ardentemente para chamar-lhe a atenção e louco de desejo não se atrevia a voar para o parapeito.
Voltava para casa muito excitado e saía então a pé para a escola prometendo que se declararia logo que a encontrasse. Mas depois hesitava sempre…como posso dizer-lhe que a vejo desnuda e que a desejo de todo o coração? Se me perguntar como, para além de incrédula, quiçá indignada, não lhe posso confessar que sou o rouxinol que lhe canta as canções mais lindas que um apaixonado pode conceber!
Se lhe digo que lhe quero, olha para mim e vê em mim o Peninha que anda a pé de volta a casa no fim das aulas, com calçado manco e rude, roupa russa e coçada, de cabelo espetado e mal cortado, sem graça e sem eira nem beira…
Peninha, resolveu falar com o pai a pedir-lhe que trouxesse um presente da China, assim coisa que se visse, para dar a uma amiga a quem arrastava a asa.
No regresso, o pai trouxe-lhe uma caixa vistosa, muito bem embrulhada em papel vermelho e com dragões e umas fitas doiradas garridas. Disse-lhe porém que não a podia abrir e teria que lha dar sem saber o que era, até que ela o abrisse.
Peninha odiou o pai nesse momento, mas assim fez por medo a alguma maldição chinesa de "feng shui" e seguiu de perto as suas instruções.
Nesse dia, mais uma vez voou para a árvore do costume e viu-a fresca, apetitosa, roliça e desejável. Voltou a casa decido a ser esse o dia tão esperado!
Partiu a pé mais uma vez, animado e cheio de coragem com a caixa na mão para lhe ofertar. Quando se cruzou com o PM que saía de Massamá na sua imponente viatura, como tinha as mãos ocupadas com o presente, nada fez mas com a cabeça e com os olhos os seus movimentos foram inequívocos.
Contava os passos e apressava-os para chegar à escola.
Lá chegado, quando a avistou, avançou em silêncio para ela e estendeu-lhe a caixa bem embrulhada e ficou à espera, que Lucrécia, entre espantada e divertida lhe perguntasse o que era.
- É uma prenda para ti – disse afogueado – foi o meu pai que a trouxe da China, mas disse-me para não a abrir sem ta entregar. Ardo em curiosidade para ver o que é.
Lucrécia, abriu o embrulho com vagar, desatando as fitas e desdobrando o papel vermelho, apreciando os desenhos com um olhar curioso. Levantou a tampa e abriu-a.
Dentro estava um rouxinol adormecido, com um papel em verso que dizia:
“Do teu Peninha, com amor para sempre”!
domingo, 11 de outubro de 2015
CHEGOU A HORA NOVAMENTE DE ACORDAR PORTUGAL
CHEGOU A HORA NOVAMENTE DE ACORDAR PORTUGAL
Tenho andado preocupado, como calculo que aconteça com uma boa maioria de portugueses decentes e patriotas.
O que se está a passar neste país neste momento é de molde a indignar a quem por Portugal, de ser seu filho, se orgulha, de ter tido gerações de antepassados que serviram a Pátria, que deram a vida e o seu sangue, que trabalharam com honradez prestigiando a Nação.
Somos muitos assim, eu diria mesmo que estas minhas palavras se aplicam
a todos os portugueses, pois que cada família compõe o todo que é
Portugal: e isto inclui democratas, conservadores, apolíticos, de
esquerda ou de direita, pobres e ricos, pois somos todos seres humanos e
cidadãos para além das nossas convicções.
Acordei hoje com vontade de gritar bem alto que me honro de ser Português, que quero viver num país aonde haja pão, trabalho e educação para toda a gente.
Não concordo, nem aceito, nem quero políticos calculistas, que olham mais para o seu umbigo do que para os governados, que se enredam em negociatas de regime, que projectam um futuro negro para milhares de concidadãos sem para tal estarem mandatados.
Não quero um regime comunista em Portugal, quero ter a certeza que o meu País é governado por pessoas de bem, que o servem com generosidade, entrega e transparência, que zelam pelo bem-estar dos concidadãos com competência e rigor e de acordo com a vontade da maioria.
Acho que chegou a hora de fazermos qualquer coisa colectivamente e tomarmos a rédea do nosso destino, nas nossas mãos.
Chegou a hora, novamente de acordar Portugal.
Pensem nisto e depressa.
Acordei hoje com vontade de gritar bem alto que me honro de ser Português, que quero viver num país aonde haja pão, trabalho e educação para toda a gente.
Não concordo, nem aceito, nem quero políticos calculistas, que olham mais para o seu umbigo do que para os governados, que se enredam em negociatas de regime, que projectam um futuro negro para milhares de concidadãos sem para tal estarem mandatados.
Não quero um regime comunista em Portugal, quero ter a certeza que o meu País é governado por pessoas de bem, que o servem com generosidade, entrega e transparência, que zelam pelo bem-estar dos concidadãos com competência e rigor e de acordo com a vontade da maioria.
Acho que chegou a hora de fazermos qualquer coisa colectivamente e tomarmos a rédea do nosso destino, nas nossas mãos.
Chegou a hora, novamente de acordar Portugal.
Pensem nisto e depressa.
sábado, 3 de outubro de 2015
O Peninha e o período de reflexão para as eleições
O Peninha levantara-se cedo. Dia de reflexão que se preze, começa de manhãzinha. Tomou a sua frugal refeição de leite de sonhos, pão com raspas de ananás, e um copo de licor cheio de fel. Sempre ajuda para detestar toda a gente, para começar.
Lá para meio da manhã, quando chegar ao fígado, abranda a acidez e talvez se possa começar a ver alguma luz no fundo do cólon em quem votar.
Por isso a alguns animais se chama cloaca.
Claro está que o Peninha, tinha passado a semana toda em arruadas, com bandeirinhas e tal, beijos lambuzados e caso curioso, não perdeu um único comício. Nestas coisas não vá ter-se alguma surpresa e ganhar alguém, tipo Marinho e Pinto. É preciso aparecer, camaradas. Os tachos é assim que se conquistam.
Mas nunca dizer destes desabafos a ninguém, cara alegre e parecer que se adora todos e cada um dos candidatos.
E passaram-se muitas luas e a reflexão até hoje não mudou um pimento de critério. Não sabe, nem quer saber em quem votar.
Deixa-se conduzir pelo códradinho em que a mão pousar e já está. Escolherá a hora em que esteja muita gente para ser visto.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré.
Fico muito admirado pela progressiva decadência de Cavaco, pois achei
que no fim do mandato poderia fazer um esforço para sair com dignidade e
sem ressentimentos dos muitos que nele acreditaram nas eleições para o
seu primeiro mandato.
Há uns quantos adivinhos, quais Profs. Karamba, que dirão que sempre souberam que seria um mau Presidente, e tal, e qual. São estúpidos, irritantes e merecedores de bengaladas nas costas, porque não estão tempos para aturar imbecis.
Esta recusa de presidir, como deve institucionalmente, às cerimónias do 5 de Outubro, goste ou não desta República, é mais uma prova da sua total falta da noção para que foi eleito.
Os seus eleitores e o povo em geral, não lhe concedem o direito de ficar em casa na rua do Possolo a tomar o pequeno-almoço de pijama e roupão, depois de uma noitada a ver os resultados das eleições, se por acaso não se for deitar com as galinhas, em vez de numa rápida manhã cumprir o seu dever como Chefe de Estado.
Tudo desculpas reles, comezinhas e sem categoria pessoal e institucional.
Foi dos piores Presidentes e Chefes de Estado, para mim, pois quis ser mais do que na realidade era.
Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré.
Há uns quantos adivinhos, quais Profs. Karamba, que dirão que sempre souberam que seria um mau Presidente, e tal, e qual. São estúpidos, irritantes e merecedores de bengaladas nas costas, porque não estão tempos para aturar imbecis.
Esta recusa de presidir, como deve institucionalmente, às cerimónias do 5 de Outubro, goste ou não desta República, é mais uma prova da sua total falta da noção para que foi eleito.
Os seus eleitores e o povo em geral, não lhe concedem o direito de ficar em casa na rua do Possolo a tomar o pequeno-almoço de pijama e roupão, depois de uma noitada a ver os resultados das eleições, se por acaso não se for deitar com as galinhas, em vez de numa rápida manhã cumprir o seu dever como Chefe de Estado.
Tudo desculpas reles, comezinhas e sem categoria pessoal e institucional.
Foi dos piores Presidentes e Chefes de Estado, para mim, pois quis ser mais do que na realidade era.
Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré.
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