segunda-feira, 13 de agosto de 2012

História de absoluto terror que me aconteceu há uns tempos ( parte 1)


Hoje vou-vos começar a contar o que me aconteceu há uns anos e que me fez ter muito medo e perder bastante dinheiro.

É um relato assustador e pensei várias vezes se deveria torná-lo público, mas a fúria que ainda persiste todas as vezes que nele penso, a revolta e o desespero que na altura senti de impotência, talvez possam servir para temperar a ambição de alguns e a precaver incautos como eu.

Devo acrescentar que, como verão mais à frente, o lucro que se me prometia não me era especialmente excitante, pois o dinheiro para mim tem regras bem definidas desde que me conheço: sei muito bem como gastá-lo.

Preciso dele para fins certos e dignos que passam primeiro pela ajuda a quem mais precisa - da minha família ou terceiros - obviamente alguns gastos sumptuários e a realização de sonhos que cada um sempre aspira, mas tudo quanto tenho obtido de vida de grande qualidade, tem sido à custa de trabalho. O investimento financeiro mais garantido é no saber, na cultura e na excelência da formação pessoal e profissional.

Sigo um pequeno princípio familiar de há muitas gerações, e digo-o sem arrogância: é preciso ter tido sempre algum dinheiro, para saber usá-lo. Umas vezes pode-se ter muito, outras menos e algumas até muito pouco – nada muda se soubermos, como dizem os espanhóis, ” tratar al dinero por tu”, ou seja com naturalidade e desprendimento. Só desta maneira pode trazer a almejada felicidade de que todos falam e certamente!

Não acredito em pobreza feliz! Mas chega de considerandos filosóficos e passemos ao relato do que me aconteceu.

Só mais uma pequena observação: noutra ocasião contarei uma divertida, inusitada e estranha viagem minha à Serra Leôa, convidado oficialmente pelo respectivo Governo, de que sou representante em Portugal como Cônsul Geral Honorário, bem como outros episódios únicos no exercício destas minhas funções.

Esta nota vem a propósito, pois foi nessa qualidade diplomática que toda esta história de terror, começou!

Tenho um escritório que serve de Consulado e que é no centro da cidade de Lisboa, confortável, bem apetrechado e com tudo quanto é necessário para uma digna representação do país de que sou diplomata em Portugal. Também foi sempre o meu domicílio legal como Advogado e como empresário pois, enquanto durante o dia exercia funções de gestão em várias empresas e estava por natureza ausente, passava no fim da tarde para tratar dos meus assuntos particulares.

Recebi nesse dia um telefonema em inglês, como tantas vezes acontecia, de um indivíduo que pretendia uma audiência para tratar de assuntos consulares.

Também como de costume, perguntei do que se tratava pois faço sempre uma pequena triagem, por não ter tempo a perder. Muitas vezes ou por ignorância ou por impossibilidade minha de profissionalmente poder praticar alguns actos consulares que excedem a minha alçada, fica logo tudo esclarecido ao telefone.

A resposta que veio do outro lado era a de que, não sendo cidadão da Serra Leôa, mas sim de um país africano vizinho sem representação diplomática em Portugal, gostaria de obter esclarecimentos, ao que acedi. Pareceu-me razoável e é prática habitual dar conselhos e indicar pistas e soluções a súbditos sem representação diplomática e neste caso, com proximidade.

(continua)

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