domingo, 15 de abril de 2012
para uma mulher só
Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.
Cecília Meireles, in 'Poemas
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exala a sua plenitude
ResponderEliminartemendo a beleza de que se veste
desarmada e nua,
confronta dores, sonhos rasgados
acesos acessos de quem perdura
infinita na perda,
eterna nos ganhos.
Isabel Maia Jácome
Beijinho, Manuel... :)
que bonito, Isabel:-) são seus?
ResponderEliminar...são... e a "culpa é sua"... porque feitos a quente imediatamente após a leitura do poema que aqui deixou da Cecília...assim, directamente, como comentário... é que gostei tanto... e há tanto para dizer dos segredos que os outros nos inspiram e que a vida nos diz em segredo também...
ResponderEliminarobrigada
keep going Isabel Cecília...very good:-)
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