quinta-feira, 8 de março de 2012
Em defesa dos animais
O escândalo de milhões de animais criados em sanduíche e em espaços tão exíguos que nem se podem voltar, merece que se proteste veementemente contra os atropelos da dignidade e da hipocrisia de associações que se dizem defensoras dos seus direitos e da sua protecção, bem como das grandes redes agro-pecuárias que ganham milhões.
Pensemos nos porcos, e nomeadamente nos leitões: mal nascem nesses infernos que os alimentam, são retirados às mães para lhes alisarem à broca ou arrancarem os dentes a fim de não ferirem as tetas ou lhes cortarem as caudas, e com sorte ficam a ser amamentados pela própria mãe.
Esta está exangue pois os cruzamentos genéticos e as injecções de hormonas, fizeram-na passar de 16 leitões por ano em 1970 para 32 nos dias de hoje. A infeliz não tendo tetas suficientes para amamentar as suas crias, repassa-as para outras porcas que tiveram nados-mortos.
Como poderiam revoltar-se contra estas “adopções” forçadas, ou simplesmente até esborracharem-nos tentando mudar de posição nestes espaços concentrados, quando as mães estão, durante todo o período do aleitamento, deitadas de lado, sem se poderem mexer?
Para evitar que os animais mais joviais e curiosos não morram de aborrecimento, de desespero ou se matem entre si, enchem-nos de antidepressivos.
Nem uma única vez na sua vida o pequeno leitão verá a luz do dia, nem respirará outra coisa que não seja a pestilência e o amoníaco de toneladas de estrume pisado sobre o qual escorrega e magoa as patas, por cima dele. Não têm sequer palha.
Nesta promiscuidade agravada por um calor insustentável para que produzam uma carne menos gorda, as doenças encontram um terreno fértil.
São empanturrados de antibióticos, os mesmos que os nossos, tornando cada dia que passa mais plausível o aparecimento de patologias que resistam a todos os nossos medicamentos.
Já tivemos as vacas loucas, a gripe aviária, a gripe suína: a próxima vez será a simples e corriqueira gripe!
O verdadeiro escândalo do sofrimento dos animais, são também os bicos e as patas de frango, mutiladas em vida, pois eles bater-se-iam entre eles para terem um mínimo de espaço vital.
O verdadeiro escândalo, são as centenas ou milhares de empregos agrícolas destruídos desde há décadas em proveito dos agronegócios e à custa da nossa saúde.
São também os milhares de visitantes das feiras agrícolas que pensam que os animais bem apresentados e “maquilhados” como se fossem manequins de produtos de cosmética, são os mesmos que acabam nos seus pratos!
Poder-se-á assim continuar a esconder o horror sem o revelar ao consumidor como é produzida a carne com que ele se intoxica.
Tenhamos a coragem para agir! Comamos menos carne para comprar somente aquela que resta com qualidade.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Não me preocupo.
ResponderEliminarSou um Toiro de lide. Nasci há quatro anos de uma vaca brava, em pleno campo bravio.
O meu dono só soube da minha existência uns dias depois. Agarrou-me (sem que antes não tenha de fintar a minha mãe que investiu com fúria...) e pôs-me um brinco amarelo que a malta da CEE acha que temos de usar.
Nestes quatro anos vivo livre no campo, com os meus irmãos, e ninguém se atreve sequer em vir incomodar-nos. Os dias passam pachorrentamente, entre banhos de sol e sombras de chaparros. A chuva não nos incomoda.
Estou muito bem saúde, porque só como erva, palha e alguma ração quando escasseia a pastagem. Não tenho de apresentar gorduras supérfluas, mas gostam que exiba uma boa massa muscular.
Enfim ... uma vida bucólica e pachorrenta.
No fim vou ter um grande desafio pela frente onde, se triunfar, passarei a ter as “vacas” todas por minha conta .....
Mas também é muito provável que perca a vida ..... Mas sempre foram quatro anos vividos À GRANDE.
Agora há uns imbecis que se dizem preocupar comigo e querem acabar com o meu estilo de vida.
Enviar-me para engordas à pressão, fechado em espaços minúsculos e ser abatido ainda com apenas seis meses de vida mas já com 1,5 toneladas de peso.
Ajudem-me
Assina TOIRO BRAVO