O PENINHA E A TIA UMBELINA (continuação)
Yrina desceu para jantar com um vestido que a Tia Umbelina lhe emprestou, e que naturalmente, ficava-lhe largo e comprido mas tapava-lhe os seios que espetados eram uma tentação para o Peninha.
A Tia Umbelina deu as graças e mais contente por ver que o decoro tinha voltado à sua casa, foi simpática para Yrina e explicou-lhe através do Peninha de que constava o jantar:
- sopa caseira de couves da horta com fios de azeite puríssimo e batata, feijão verde e um pedaços de carne. Vinha a ferver do fogão a lenha. Yrina deu uns gritinhos de prazer depois de a provar.
A Tia Umbelina olhou para o Peninha intrigada e perguntou-lhe o que eram aqueles guinchos! Peninha explicou-lhe que era a expressão da sua admiração pela sopa que achava deliciosa.
A Tia Umbelina ficou sorridente e perguntou-lhe: - então gostaste? Só te fica bem porque é tudo natural e da horta e é saudável. E deu um estalo com a língua.
A seguir veio um arroz de refogado com pato dentro em bocados macios e com chouriço e entremeada, acompanhado tudo com uma salada de alface e tomate que de frescura e colorido pulavam da tigela de barro. Uma delícia. Pão de triga-milha quente do forno do pão, e um vinho tinto que a Tia Umbelina tirou de um pichel e serviu os copos generosamente.
O calor humano e da comida ia fazendo os seus efeitos e a cada novidade Yrina fazia umas leves festas nos braços peludos da Tia Umbelina que já percebera e gostava dos elogios.
A sobremesa era um pudim de ovos rico com um molho de caramelo a cair pelos lados que fez as delícias dos três.
A Tia Umbelina foi buscar uma jeropiga e sentados à lareira disse numa saúde: - olha que gosta da moça, pois é bonita mas tem que se vestir de uma maneira mais decente. Vamos rezar o terço agora e depois cada um para os seus quartos.
Lá se puseram de joelhos em frente de uma imagem da Senhora do Ó, de muita devoção da Tia Umbelina e durante meia-hora, ele foram as contas de um rosário, ladainhas e preces particulares. A cara da Tia Umbelina estava em alvo e nem olhava à volta, senão teria visto os dois calados e com um ar compungido, como se baixinho a acompanhassem.
Findas as orações, boas-noites à Tia Umbelina, que se desculpou que não subia ainda pois tinha de arrumar a cozinha. Disse que o pequeno-almoço era pão quente, manteiga e café-com-leite.
No fundo queria ser a última para dar uma espreitadela em cada quarto para ver se cada ocupante lá estava como tinha determinado.
Subiram os dois devagar e já fora da vista da Tia, agarraram-se aos beijos e apertaram-se um contra o outro sentindo os sentidos à flor da pele. Para não arriscarem a fúria da dona-de-casa foi cada um para o seu quarto e deitaram-se fingindo dormir.
Dali a bocado ouviu-se o peso pesado dos pés da Tia Umbelina a subir os degraus de madeira velha, fazendo estalar fendas antigas. Vinha de candeia na mão e abriu as portas devagarinho e lançou para dentro de cada quarto uma olhada e avançou para o seu, sossegada pelo respeito a que se devia naquela casa sobre o patrocínio da Virgem.
Uma meia-hora depois, Peninha em procissão de pé-descalço e com todas as precauções entrou no quarto de Yrina e enfiou-se na cama quentinha aonde estava o corpo nu dela e uns cobertores de papa pesados.
Yrina entregou-se, fez-se de gata, beijaram-se, lamberam-se, afagaram-se e ela pôs-se em todas as posições e deixou-se fornicar pelo Peninha que estava excitado pela jeropiga e sobretudo pelas técnicas dos montes do Ural que eram conhecidas como excedendo mesmo os prazeres do Kamasutra!
Tudo isto durou horas mas a meio da noite Peninha teve que voltar ao quarto para não ser apanhado, eventualmente, pela Tia Umbelina.
De manhã acordaram tarde e a Tia tinha ido à missa do Pe. Adelino só, mas decidindo que no dia seguinte Yrina a acompanharia, por causa das vizinhas e da boa reputação da sua casa e família. Nestes meios tudo se sabe como um rastilho de pólvora.
Yrina e Peninha pediram à Tia Umbelina se podiam antes do almoço ir dar um passeio pela quinta e ver as ovelhas e vacas e não houve nenhuma oposição da Tia Umbelina. Até lhes pediu que lhe trouxessem uns figos maduros para o almoço. Sugeriu-lhes que fossem até ao moinho que estava abandonado, mas que não entrassem pois podia dar-lhes tentações e persignou-se.
Claro que tudo começou na pastagem e mais uma vez ouviram-se gritos orgásmicos que chamaram a atenção de umas pacatas ovelhas que olharam nostálgicas lembrando-se de outros tempos! O moinho ainda era longe e ao passarem num riacho de água limpa, despiram-se e tomaram uma banhoca sensual deixando uns atrevidos peixinhos roçarem-se pelas partes púdicas. Na margem deitados, Peninha debicou os bicos duros dos peitos de Yrina com os dentes de mansinho e avançou com as mãos e boca e em cima dela dava-lhe beijos no lóbulos das orelhas segredando-lhe declarações de amor. Lá completaram o que tinham começado, no meio de beija-flores e gafanhotos que saíram meio arranhados e esmagados pelo arroubo do Peninha.
Por azar quando chegaram ao moinho estava um cachopo que era o pastor a quem perguntaram aonde estava a figueira para colherem os figos e os levarem para o almoço.
Retornados a casa, ainda era cedo para o almoço e a Tia Umbelina disse que queria falar a sós com Yrina no quarto dela.
Lá chegadas, pediu-lhe que lhe mostrasse os vestidos, os dessous, a roupa interior, os soutiens, e as cosméticas com que se pintava. Yrina ficou simultaneamente encantada, um pouco assustada e lá lhe foi fazendo a vontade.
A Tia Umbelina tocava nas sedas, apalpava-as, punha-as na frente dela e miroscava-se no espelho grande do armário de madeira.
- O Yrina, tu ensinas-me a ser mais atraente e a vestir-me melhor e a pintar-me? É que tenho um caso com o Pe. Adelino há anos e ele está farto do meu bigode e das roupas trapalhonas e ainda tenho medo que mo roubem.
Yrina não acreditava no que os seu ouvidos ouviam, mas assentou-se na cama e perguntou-lhe se estava a falar a sério ou era para a atacar depois. A Tia Umbelina para provar a boa-fé pegou num soutien da Yrina que ainda que muito exíguo, dado os seios grandes, eram, carnudos.
A Tia Umbelina tirou uns trapos velhos do peito dela e pôs os da Irina. Ficou encantada!
Antes do almoço a Yrina foi ao quarto do Peninha e com a gilette e a espuma de barbear rapou o buço da Tia Umbelina, ajeitou-lhe o cabelo pôs-lhe um pouco de laca e também um báton discreto. Escolheu um vestido dos mais possíveis da Tia Umbelina e desceram as duas até à sala.
Peninha estava a ler um livro e ao sentir o barulho da chegada de pessoas, levantou-se e não reconheceu a Tia Umbelina. Julgou que fosse uma vizinha.
- Que tal me achas meu garoto? – perguntou a Tia Umbelina com uma voz muito mais jovial.
Peninha desmaiou no sofá e tomaram-se os devidos preparativos para o reanimar.
(continua)