Fui apanhar fresco a Sintra, e as praias locais estavam com um barrão e
nada de se ir como se das Caraíbas se tratasse. Mas também não era ao
que ia.
Parei numa sombra lá para os altos da serra e com uma boa música, e fresquinho muito mais do que na capital, fechei os olhos.
Transportei-me não sei porquê, à casa dos meus Pais aonde nessa altura ainda só havia três manos e todos pequenos.
Revi como hoje um almoço de Domingo. Havia três criadas e uma
cozinheira, tudo dormindo num quarto grande mas sem privacidade nenhuma.
Serviam o almoço e saíam até ao jantar no único dia de folga.
O que seriam os horizontes desta gente honrada, competente e amiga que nos adoravam e nós retribuíamos, claro.
Isto veio a propósito do estupor da Turquia que quer prender os que
fugiram de helicóptero para a Grécia e que estão preocupados com a
família que deixaram para trás.
A Emília que foi cozinheira e óptima
durante 50 anos e que já fazia parte da família, namorava com um
polícia nesses ditos Domingos à tarde, e estou seguro que nunca houve
nada de carnal entre eles, até porque não se casou com ele e foi
envelhecendo lá em casa.
O que Sintra pode fazer à cabeça de um moço
como eu...é bem verdade que inspirou Byron, mas acho que não num dia de
calor como este de hoje!
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