Do not be angry with the rain - it simply does not know how to fall upwards.
Vladimir Nabokov
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
I’ve got a crush on you
Levantei-me da cama. Malvada insónia.
" I’ve got a crush on you"…o velho Rod Stewart, inegualável.
A música enche-me as medidas e faz-me voar para fora das minhas preocupações.
Sinto o cheio a mar que é também um outro elemento do meu eu. Praias de areia branca, coqueiros, água azul, corais à distância.
Uma cadeira à sombra, música ao fundo, jazz e blues, um bom livro, um cocktail tropical, uma temperatura sem ser de muito calor, mas amena.
Um céu azul ao longe no horizonte.
Indispensável: sereias de rabos de peixe prateados e dourados e com peitos redondinhos e flores de Neptuno em grinaldas nos cabelos ondulados.
Só falta mesmo um mensageiro correndo em direcção a mim e a gritar com entusiasmo: - acabou-se o deficit, no more debt…Portugal is back to the gold old times…
Neste momento vou voltar para a cama, pois acordei da música do Rod Stewart, aquela em que ele canta…”Long ago and far away…”
" I’ve got a crush on you"…o velho Rod Stewart, inegualável.
A música enche-me as medidas e faz-me voar para fora das minhas preocupações.
Sinto o cheio a mar que é também um outro elemento do meu eu. Praias de areia branca, coqueiros, água azul, corais à distância.
Uma cadeira à sombra, música ao fundo, jazz e blues, um bom livro, um cocktail tropical, uma temperatura sem ser de muito calor, mas amena.
Um céu azul ao longe no horizonte.
Indispensável: sereias de rabos de peixe prateados e dourados e com peitos redondinhos e flores de Neptuno em grinaldas nos cabelos ondulados.
Só falta mesmo um mensageiro correndo em direcção a mim e a gritar com entusiasmo: - acabou-se o deficit, no more debt…Portugal is back to the gold old times…
Neste momento vou voltar para a cama, pois acordei da música do Rod Stewart, aquela em que ele canta…”Long ago and far away…”
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Lowcost.com um negócio de sucesso
Tive que ir a uma Repartição do Estado e por isso fui comer qualquer coisa a uma cadeia de lojas chamada lowcost.com
que tenho vindo a apreciar como um modelo de negócio perfeito e
altamente rentável. A comida é de excelente qualidade, os pratos
variados e os salgados e bolos, óptimos. O preço do café a €0,50 e um
saco de pão quentinho com 12 carcaças custa €1,00. Está sempre cheio e é
muito compensador ver alguém ter sucesso.
Ora bem, tendo-me sentado numa mesa a comer um panini de frutos do mar que estava muito bom e fresco, enquanto o comia, ouvia ao meu lado, numa mesa de 6 homens dos seus 30 e tais, SÓ FALAREM sobre futebol! Mas um enjoo daqueles que enerva.
Que interesses têm a maioria dos portugueses? Really? Só falam da bola, e dão palpites e estratégias JÁ DEPOIS DOS JOGOS...
Incapazes quando estão juntos no "comer" de falar sobre assuntos que não sejam, a "bola", gajas, telenovelas, e assuntos do trabalho, nomeadamente sobre os Renatos desta vida que são sub-chefes de secção e sobre quem a cada dia repetem as mesmas imbecilidades...
Ora bem, tendo-me sentado numa mesa a comer um panini de frutos do mar que estava muito bom e fresco, enquanto o comia, ouvia ao meu lado, numa mesa de 6 homens dos seus 30 e tais, SÓ FALAREM sobre futebol! Mas um enjoo daqueles que enerva.
Que interesses têm a maioria dos portugueses? Really? Só falam da bola, e dão palpites e estratégias JÁ DEPOIS DOS JOGOS...
Incapazes quando estão juntos no "comer" de falar sobre assuntos que não sejam, a "bola", gajas, telenovelas, e assuntos do trabalho, nomeadamente sobre os Renatos desta vida que são sub-chefes de secção e sobre quem a cada dia repetem as mesmas imbecilidades...
Mas já repararam que estamos perto de um conflito mundial, que há
livros, música, tantos outros assuntos interessantes que dão para um
tema diferente a cada dia, para que as pessoas se conheçam melhor, se
valorizem, eu sei lá...
Fiquei desolado: somos para além de um país falido, pobre e sem grande futuro, uma Nação de imbecis e infelizmente estes meus comentários reflectem-se muito mais na juventude e nas classes menos instruídas...a antiga classe média e superior, com mais idade, sempre teve a instrução de tempos imemoriais...creio que na época dos Sumérios...
Fiquei desolado: somos para além de um país falido, pobre e sem grande futuro, uma Nação de imbecis e infelizmente estes meus comentários reflectem-se muito mais na juventude e nas classes menos instruídas...a antiga classe média e superior, com mais idade, sempre teve a instrução de tempos imemoriais...creio que na época dos Sumérios...
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente eléctrica quando tocamos a pessoa certa.
Carlos Drummond de Andrade
Uma perspectiva sobre a morte, eutanásia e quejandos...muito bem escrito
Morte, minha Senhora Dona Morte, Tão bom que deve ser o teu abraço!
Considero-me um ser racional, esforço-me por ser tolerante e prezo muito a minha independência. Nunca dela abdiquei e não tenciono abdicar agora que a vida entra a passos largos no «winter of our discontent». Talvez por isso, nunca consegui ter religião ou clube de futebol ou partido político, precisamente porque nunca me senti à vontade em apriscos, fossem eles do Senhor, da bola ou da política. Como dizia o tantas vezes citado Jesus Ortega Cortès, gitano e filósofo valenciano que conheci em tempos de juventude, «Xestelabie!»
Reservei-me sempre, seguindo o conselho de Hipácia de Alexandria, «o direito de pensar, porque mesmo pensar erradamente é melhor do que não pensar sequer» e assim vivi e vivo, com poucas concessões excepto as que o amor me dita e são uma enorme dádiva àqueles de quem gosto. Aos outros, nada, que não quero morrer santo (estado que desconheço inteiramente o que seja, mas para mim vem sempre acompanhado de incenso e ladainhas), ademais porque acredito piamente na velha máxima de mestre Gil Vicente, no Auto da Alma, de que «tudo se descarrega no porto da sepultura» e, portanto, nada mais resta, nem essa tal alma que foi mote do auto do mestre Gil. Sou, por conseguinte, incréu impenitente, fier de l’être, com a determinação que herdei de gerações de marranos dessa província onde mandam os que lá estão. É assim, não adianta, mais que não seja por teimosia minha não me hão-de converter…
E aí vamos cair no grande papão do momento, a tal eutanásia, coisa do demo, que priva o demiurgo da grande obra da outra senhora (já santa) que, na Índia, distribuía aspirinas a doentes terminais de cancro para que, pelo sofrimento, pudessem salvar as suas almas. Estranhamente, foi morrer no doce conforto de uma clínica de Zurique onde lhe deram, certamente, mais do que aspirina, mas na verdade ela já tinha lá os outros párias a gemer por ela… É estranho como também o Marquês de Peralta, na sua obra seminal Camino, afirma: «Bendito sea el dolor. -Amado sea el dolor. -Santificado sea el dolor... Glorificado sea el dolor!» Com todo o respeito, venham analgésicos, tratamentos paliativos, la totale, que essa coisa de «bendito, amado, santificado e glorificado sea el dolor» é coisa sado-masoch e eu sou definitivamente dom e não sub. Portanto, não reconhecendo qualquer valor salvífico ao sofrimento, defendo com unhas e dentes o meu direito de decidir quando chegou a hora de tirer ma révérence, como bom actor que não espera morrer trôpego do palco, a babar-se e sem saber o texto.
O mesmo se aplica à dor moral de não poder comunicar, de perder o mundo por ter perdido a mente, de ter ficado num limbo onde ninguém chega e onde já ninguém existe. Me desculpem, se os meus filhos querem passar mais uns tempos comigo nesse estado, poupem-me a degradação última, deixem-me morrer e depois levem as minhas cinzas alternadamente para casa de cada um, que o resultado é o mesmo: não comunicam comigo, nem eu com eles, e tem a vantagem de não terem de me alimentar e lavar e tudo o mais e de eu ser muito mais portátil do que se estivesse vivo. Mas isto sou eu, incréu, egoísta, hombre malo y mal averiguado. Privo o demiurgo do meu sofrimento redentor, a família da minha companhia alegre, cheio de tubos e agulhas ou perdido num nevoeiro pior do que o de Dom Sebastião, e tudo porque, insisto, me recuso a abdicar do meu direito a dispor da minha vida.
Parece que não, que esse direito não existe e que gente geralmente bem-pensante, genuinamente preocupada com o futuro da humanidade em geral e o meu em particular entende que não, que essa coisa chamada vida pertence um qualquer demiurgo, que no-la deu sabe-se lá por obra e graça de que divino espírito santo, e nos obriga a comê-la com batatas e a bebê-la até às fezes (como diz, ou dizia, que ao longo da vida já assisti a várias versões das escrituras, o evangelho). E pronto, meu amigo, se tiveste o azar de ser apanhado pela neoplasia ou pela demência ou outro pesadelo qualquer, aguenta forte e feio que é tudo ad maiorem Dei gloriam como diz o lema dos jesuítas. Azarinho, portanto, como dizem os mitras…
Por estas e outras, cada vez acho mais que este mundo se está a transformar numa enorme chatice e este país, como disse o Eça, «não é um País, é um sítio! Ainda por cima muito mal frequentado!» Tudo me quer tratar da saúde, da alma, mostrar-me o droit chemin, a mim que trilhei sempre o caminho que tracei e tinha mais curvas e contracurvas que o caracol de Murça. Está tudo a perder a graça ou então sou eu que perdi o sentido de humor.
Pedi de empréstimo a Florbela Espanca os versos que servem de título.
Artur Lopes Cardoso
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
O PENINHA E O DISCURSO DE POSSE DE MARCELO REBELO DE SOUSA
O PENINHA E O DISCURSO DE POSSE DE MARCELO REBELO DE SOUSA
O Peninha foi convidado por Marcelo para lhe fazer o discurso de posse. Alegando falta de tempo para contactos essenciais para um bem preparado início do mandato, Marcelo deu-lhe uns tópicos, mas disse a Peninha: - tudo o que sugerires será levado em linha de conta.
Peninha ficou todo vaidoso pela confiança demonstrada e até pensou, quem sabe se no primeiro 10 de Junho não esgravate alguma condecoração. Pela amostra do Cavaco, foi um ver se te avias, e não foram poucas as Grã-Cruzes, mas no íntimo o que desejava era a da Ordem de Cristo. Comovia-se a pensar que bonito seria por cima da casaca, a banda de seda com a placa de Cristo. Marcelo prometera-lhe que iam começar as festas, bailes e recepções na Ajuda e até piqueniques na Tapada de Mafra.
Mas Peninha concentrou-se e traçou alguns princípios gerais a que obedeceria o discurso:
1. Nada de portuguesas e portugueses, que isso é ridículo e foge à tradição. Um bom princípio de discurso solene, começa por se dirigir aos Portugueses, nele incluindo todos os géneros, e até animais domésticos que são um prolongamento da afeição dos eleitores…canitos e miau-miaus e basta.
2. Deve focar-se em Portugal e no País a que vai presidir.
3. Deve ser curto, claro, interessante e inédito.
Comecemos então:
Portugueses,
Começo por vos dizer como me sinto contente por ter sido eleito Presidente de Portugal. É uma honra para mim e para a minha Família. Seria menos verdadeiro se não afirmasse que foi um projecto que sempre acalentei e que se tornou realidade fruto de muitas circunstâncias que concomitantemente o permitiram.
Depois gostaria que no meu mandato, Portugal voltasse a ter o prestígio internacional, o brilho de novas realizações que no passado tanto nos glorificaram. Tudo farei para contribuir para um renovado sentido do orgulho pela portugalidade de todos quantos no estrangeiro, vão lutando bravamente pelas suas vidas. Eventualmente um dia desejarão regressar à Pátria e devemos criar todas as condições para que isso aconteça nas melhores condições.
Como Comandante Supremo das Forças Armadas, quero desde já manifestar uma enorme solidariedade pelo papel fundamental que desempenharam no passado ao serviço de Portugal, que ainda desempenham e que pretendo que venham a fazê-lo no futuro. Muitas Famílias portuguesas têm no seu seio, militares que combateram, morreram e deram o seu melhor pela Pátria. É tempo de o reconhecer, sem hesitação e sem complexos.
Desejo também dizer-vos quais são os valores porque pautarei a minha conduta como Presidente de todos os Portugueses:
- coragem na prática da verdade;
- honestidade e total transparência na minha conduta pessoal e institucional;
- cordialidade, mantendo um sentido inato do humor que me caracteriza;
- firmeza nas minhas convicções, nomeadamente assegurando a prática do bem comum, da defesa das tradições, da cultura e do modo de vida dos portugueses, a protecção dos valores da honra, da lealdade, do respeito pelos mais velhos e dos mais desfavorecidos, da liberdade de expressão e de tudo quanto está contido na Constituição;
- uma representatividade no estrangeiro que dignifique o nome e a capacidade de diálogo e de intervenção de Portugal;
- finalmente um mandato de proximidade e de simplicidade sem no entanto descurar o brilho que se espera das funções de um Presidente da República.
O meu papel é o de um verdadeiro agente do diálogo entre os Portugueses, nas diversas formas por que estejam representados: no Parlamento, nas Autarquias, nas Regiões Autónomas, nos órgãos de Soberania, nos partidos.
Por um lado fazer-me lembrado e de que existo mas por outro com subtileza, discrição e sensibilidade actuar quando e se for preciso intervir.
O meu objectivo é o de que o país possa ser governado e posto a funcionar em plenitude pelos órgãos a quem compete gerir os destinos do povo português, de uma forma harmoniosa e complementar.
Anunciarei a seu tempo uma série de iniciativas que pretendo implementar e que sendo, talvez, inéditas procurarão ir ao encontro dos interesses dos Portugueses.
Peço-vos pois que me acompanhem no meu pedido da protecção divina para que possa desempenhar o meu cargo de Presidente ao serviço de Portugal com a maior felicidade para o povo português.
Muito obrigado e assim Deus me ajude.
Peninha reflectiu que a referência a Deus pudesse incomodar uns quantos, mas como a maioria do povo português é católico, na realidade é mesmo importante que Deus ajude Marcelo pois o barco está difícil.
Peninha vestiu-se com uma camisa de riscas azuis, uma gravata do Clube Naval, de blazer navy blue e calças cinzentas de flanela, e com uns sapatos mocassin pretos.
Na lapela pôs o emblema do Sporting de Braga….apesar de ser do Sporting, mas nada como ter um gesto de amizade e foi entregar ao escritório de Marcelo umas folhas com o draft do discurso.
A secretária disse-lhe que aguardasse uns minutos pois o Professor estava a acabar uma reunião. De saída surge o Duque de Bragança e Marcelo ao acompanhá-lo à porta disse-lhe:
- Um dia será Vossa Alteza Real! Vou deixar-lhe em dois mandatos um País real…
Peninha ficou contente, pois tudo concorria para um sonho numa noite de Verão…neste caso de Inverno e bem frio…
O Peninha foi convidado por Marcelo para lhe fazer o discurso de posse. Alegando falta de tempo para contactos essenciais para um bem preparado início do mandato, Marcelo deu-lhe uns tópicos, mas disse a Peninha: - tudo o que sugerires será levado em linha de conta.
Peninha ficou todo vaidoso pela confiança demonstrada e até pensou, quem sabe se no primeiro 10 de Junho não esgravate alguma condecoração. Pela amostra do Cavaco, foi um ver se te avias, e não foram poucas as Grã-Cruzes, mas no íntimo o que desejava era a da Ordem de Cristo. Comovia-se a pensar que bonito seria por cima da casaca, a banda de seda com a placa de Cristo. Marcelo prometera-lhe que iam começar as festas, bailes e recepções na Ajuda e até piqueniques na Tapada de Mafra.
Mas Peninha concentrou-se e traçou alguns princípios gerais a que obedeceria o discurso:
1. Nada de portuguesas e portugueses, que isso é ridículo e foge à tradição. Um bom princípio de discurso solene, começa por se dirigir aos Portugueses, nele incluindo todos os géneros, e até animais domésticos que são um prolongamento da afeição dos eleitores…canitos e miau-miaus e basta.
2. Deve focar-se em Portugal e no País a que vai presidir.
3. Deve ser curto, claro, interessante e inédito.
Comecemos então:
Portugueses,
Começo por vos dizer como me sinto contente por ter sido eleito Presidente de Portugal. É uma honra para mim e para a minha Família. Seria menos verdadeiro se não afirmasse que foi um projecto que sempre acalentei e que se tornou realidade fruto de muitas circunstâncias que concomitantemente o permitiram.
Depois gostaria que no meu mandato, Portugal voltasse a ter o prestígio internacional, o brilho de novas realizações que no passado tanto nos glorificaram. Tudo farei para contribuir para um renovado sentido do orgulho pela portugalidade de todos quantos no estrangeiro, vão lutando bravamente pelas suas vidas. Eventualmente um dia desejarão regressar à Pátria e devemos criar todas as condições para que isso aconteça nas melhores condições.
Como Comandante Supremo das Forças Armadas, quero desde já manifestar uma enorme solidariedade pelo papel fundamental que desempenharam no passado ao serviço de Portugal, que ainda desempenham e que pretendo que venham a fazê-lo no futuro. Muitas Famílias portuguesas têm no seu seio, militares que combateram, morreram e deram o seu melhor pela Pátria. É tempo de o reconhecer, sem hesitação e sem complexos.
Desejo também dizer-vos quais são os valores porque pautarei a minha conduta como Presidente de todos os Portugueses:
- coragem na prática da verdade;
- honestidade e total transparência na minha conduta pessoal e institucional;
- cordialidade, mantendo um sentido inato do humor que me caracteriza;
- firmeza nas minhas convicções, nomeadamente assegurando a prática do bem comum, da defesa das tradições, da cultura e do modo de vida dos portugueses, a protecção dos valores da honra, da lealdade, do respeito pelos mais velhos e dos mais desfavorecidos, da liberdade de expressão e de tudo quanto está contido na Constituição;
- uma representatividade no estrangeiro que dignifique o nome e a capacidade de diálogo e de intervenção de Portugal;
- finalmente um mandato de proximidade e de simplicidade sem no entanto descurar o brilho que se espera das funções de um Presidente da República.
O meu papel é o de um verdadeiro agente do diálogo entre os Portugueses, nas diversas formas por que estejam representados: no Parlamento, nas Autarquias, nas Regiões Autónomas, nos órgãos de Soberania, nos partidos.
Por um lado fazer-me lembrado e de que existo mas por outro com subtileza, discrição e sensibilidade actuar quando e se for preciso intervir.
O meu objectivo é o de que o país possa ser governado e posto a funcionar em plenitude pelos órgãos a quem compete gerir os destinos do povo português, de uma forma harmoniosa e complementar.
Anunciarei a seu tempo uma série de iniciativas que pretendo implementar e que sendo, talvez, inéditas procurarão ir ao encontro dos interesses dos Portugueses.
Peço-vos pois que me acompanhem no meu pedido da protecção divina para que possa desempenhar o meu cargo de Presidente ao serviço de Portugal com a maior felicidade para o povo português.
Muito obrigado e assim Deus me ajude.
Peninha reflectiu que a referência a Deus pudesse incomodar uns quantos, mas como a maioria do povo português é católico, na realidade é mesmo importante que Deus ajude Marcelo pois o barco está difícil.
Peninha vestiu-se com uma camisa de riscas azuis, uma gravata do Clube Naval, de blazer navy blue e calças cinzentas de flanela, e com uns sapatos mocassin pretos.
Na lapela pôs o emblema do Sporting de Braga….apesar de ser do Sporting, mas nada como ter um gesto de amizade e foi entregar ao escritório de Marcelo umas folhas com o draft do discurso.
A secretária disse-lhe que aguardasse uns minutos pois o Professor estava a acabar uma reunião. De saída surge o Duque de Bragança e Marcelo ao acompanhá-lo à porta disse-lhe:
- Um dia será Vossa Alteza Real! Vou deixar-lhe em dois mandatos um País real…
Peninha ficou contente, pois tudo concorria para um sonho numa noite de Verão…neste caso de Inverno e bem frio…
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
The most harmful lie
The most harmful lie is a lie that is cunning, complicated and wrapped in solemnity and splendor.
Tolstoy
Tolstoy
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
o antes, o durante e o depois
Tenho contactado recentemente com pessoas simples e felizes, com
pessoas pobres e infelizes, com pessoas ricas e infelizes, com pessoas
arrogantes e convencidas e infelizes, com pessoas menos simples e
felizes e finalmente com pessoas tout court.
Este meu constante labor de observação das gentes, inserido a maior parte das vezes no âmbito profissional, tem vindo a apurar o meu sentido de felicidade. Ou seja os "do's and don't" que vou querendo filtrar para evitar mal estar e sofrimento desnecessários, o esforço em me situar numa plataforma cada vez mais simples na forma de pensar e agir.
Este meu constante labor de observação das gentes, inserido a maior parte das vezes no âmbito profissional, tem vindo a apurar o meu sentido de felicidade. Ou seja os "do's and don't" que vou querendo filtrar para evitar mal estar e sofrimento desnecessários, o esforço em me situar numa plataforma cada vez mais simples na forma de pensar e agir.
Ideias singelas, escorreitas, seguras, abertas, com tolerância e não
radicalismo e na busca de momentos da dita felicidade: a leitura de um
livro, uma conversa interessante, um prato requintado, um ambiente
selecto, uma música divinal, um pensamento sublime...não é necessário
obrigatoriamente a presença de dinheiro em cada um destes cenários.
Naturalmente que a justa e generosa remuneração material do fruto de trabalho seja de que forma for é um incentivo para sempre se melhorar e possibilitar uma sofisticação da nossa vida.
Tenho para mim que o antes, o durante e o depois, sejam em que circunstâncias se apliquem, vêm sempre carregados de tonalidades diferentes.
O antes, é o momento da esperança, do sonho e da antecipação do prazer. O durante nunca corresponde ao imaginado, mas pode ser muito bom ou quase bom. O depois é o campo fértil da imaginação, de uma certa narração mentirosa daquilo que gostaríamos que tivesse acontecido e não ocorreu.
Vou assim deitar-me no antes de adormecer, na esperança que o meu sono de hoje me possa revigorar para uma semana que se augura de muito trabalho e de emoções.
Naturalmente que a justa e generosa remuneração material do fruto de trabalho seja de que forma for é um incentivo para sempre se melhorar e possibilitar uma sofisticação da nossa vida.
Tenho para mim que o antes, o durante e o depois, sejam em que circunstâncias se apliquem, vêm sempre carregados de tonalidades diferentes.
O antes, é o momento da esperança, do sonho e da antecipação do prazer. O durante nunca corresponde ao imaginado, mas pode ser muito bom ou quase bom. O depois é o campo fértil da imaginação, de uma certa narração mentirosa daquilo que gostaríamos que tivesse acontecido e não ocorreu.
Vou assim deitar-me no antes de adormecer, na esperança que o meu sono de hoje me possa revigorar para uma semana que se augura de muito trabalho e de emoções.
domingo, 7 de fevereiro de 2016
Homem de um só parecer, dum só rosto e d'ua fé, d'antes quebrar que volver (Sá de Miranda)
Título da Carta a D. João III, de Sá de Miranda:
«Homem de um só parecer,
dum só rosto e d'ua fé,
d'antes quebrar que volver outra cousa pode ser,
mas da corte homem não é.»
DEVIA PODER PEDIR-SE O DIVÓRCIO POLÍTICO ENTRE AS PESSOAS
DEVIA PODER PEDIR-SE O DIVÓRCIO POLÍTICO ENTRE AS PESSOAS
Isto de se comentar publicamente as actuações de políticos ou de governos, de banqueiros ou de sindicalistas, de partidos e até de pessoas requer que se tenha prudência, verdade, serenidade, perspicácia e independência. Tantos outros requisitos são necessários, mas fiquemo-nos por estes e já não iremos mal servidos.
A vida em sociedade cria inevitavelmente diferenças entre as pessoas pois ninguém é parecido com ninguém, e por isso as discordâncias em relação aos comportamentos são naturais.
Há por isso um conjunto de normas desde tempos imemoriais, apelidados por uns de direito positivo e por outros de direito divino, que regulam a coexistência entre os seres humanos e na sua vida gregária.
São as conhecidas normas de conduta básicas – não matarás, não roubarás…etc – e delas derivam muitas outras que se têm vindo a adaptar ao tempo e ao modo ou seja ao progresso e à cultura de cada povo.
Há no entanto um princípio que para mim é vital, sagrado e irrenunciável que é o da liberdade. Não há regime político que se possa arrogar de coartá-la ou limitá-la.
Numa subsecção da liberdade há um conceito e prática de enorme importância - a liberdade de expressão, de livre opinião.
Nas relações pessoais há que saber olhar com imparcialidade para os outros, respeitando o seu direito de errar até podermos emitir juízos de valor, ou seja julgar. Muito mais se poderia dizer, mas hoje não é este o meu mote.
Refiro-me ao que enunciei no início: os comentários públicos sobre a vida das nossas sociedades civis.
Acontece que Portugal está neste momento a atravessar uma fase difícil de ajustamento a um novo figurino político e com novos agentes políticos.
Não seria salutar, ESPERAR antes de criticar e destruir o que se pretende fazer? Serve de alguma coisa exprimir sempre de modo negativo opiniões, só porque se é de outra côr política? Eu penso que não.
Deveria poder pedir-se o divórcio político entre as pessoas, sem ter efeitos na esfera jurídica pessoal de cada um.
Amigos e amigas que no campo político estariam definitivamente divorciados sem que fosse obrigatório que no campo da amizade, do sexo e das relações profissionais se apartassem os corpos, as mentes e os contratos de trabalho.
Eu já teria muitos e muitos divórcios afichados…de fichas ou seja elencados em listas negras…ahahahahah
Isto de se comentar publicamente as actuações de políticos ou de governos, de banqueiros ou de sindicalistas, de partidos e até de pessoas requer que se tenha prudência, verdade, serenidade, perspicácia e independência. Tantos outros requisitos são necessários, mas fiquemo-nos por estes e já não iremos mal servidos.
A vida em sociedade cria inevitavelmente diferenças entre as pessoas pois ninguém é parecido com ninguém, e por isso as discordâncias em relação aos comportamentos são naturais.
Há por isso um conjunto de normas desde tempos imemoriais, apelidados por uns de direito positivo e por outros de direito divino, que regulam a coexistência entre os seres humanos e na sua vida gregária.
São as conhecidas normas de conduta básicas – não matarás, não roubarás…etc – e delas derivam muitas outras que se têm vindo a adaptar ao tempo e ao modo ou seja ao progresso e à cultura de cada povo.
Há no entanto um princípio que para mim é vital, sagrado e irrenunciável que é o da liberdade. Não há regime político que se possa arrogar de coartá-la ou limitá-la.
Numa subsecção da liberdade há um conceito e prática de enorme importância - a liberdade de expressão, de livre opinião.
Nas relações pessoais há que saber olhar com imparcialidade para os outros, respeitando o seu direito de errar até podermos emitir juízos de valor, ou seja julgar. Muito mais se poderia dizer, mas hoje não é este o meu mote.
Refiro-me ao que enunciei no início: os comentários públicos sobre a vida das nossas sociedades civis.
Acontece que Portugal está neste momento a atravessar uma fase difícil de ajustamento a um novo figurino político e com novos agentes políticos.
Não seria salutar, ESPERAR antes de criticar e destruir o que se pretende fazer? Serve de alguma coisa exprimir sempre de modo negativo opiniões, só porque se é de outra côr política? Eu penso que não.
Deveria poder pedir-se o divórcio político entre as pessoas, sem ter efeitos na esfera jurídica pessoal de cada um.
Amigos e amigas que no campo político estariam definitivamente divorciados sem que fosse obrigatório que no campo da amizade, do sexo e das relações profissionais se apartassem os corpos, as mentes e os contratos de trabalho.
Eu já teria muitos e muitos divórcios afichados…de fichas ou seja elencados em listas negras…ahahahahah
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Homenagem
Apetece-me interromper a pausa a que me dediquei depois da campanha que fiz por Marcelo Rebelo de Sousa no facebook, como amigo e eleitor da sua candidatura.
Correu bem, ganhou, passámos uma página.
Hoje e ainda sem ler o OE venho aqui prestar a minha homenagem a António Costa pela serenidade com que tem somado vitórias na estratégia que traçou para o seu Governo e para o País como PM.
É sabido que não sou socialista e não admito graças indirectas, mas sou
português e orgulho-me de ver um PM do meu país fazer frente à CE sem
rupturas e ganhar.
O OE não é perfeito, é verdade. Mereceu reservas, é verdade. Mas apesar de tudo isto serem constatações reais, o que é um facto é que não nos rendemos antes da batalha. e vencemos.
O resto não me interessa comentar. Sou dos que gosta dos vencedores. Até agora Marcelo e Costa têm dado provas de serem lutadores e vencedores.
Vamos ter problemas no futuro…talvez! Porque não salta para a ribalta quem tem soluções milagreiras? O povo português agradece.
Mais uma vez repito aqui que cada vez me apetece menos dar-me com velhos do Restelo. A vida é para ser vivida no dia-a-dia e este foi um dia de vitória para os Portugueses, pelo menos para o orgulho de termos tirado a “canga” dos ombros, nem que seja por pouco tempo.
O OE não é perfeito, é verdade. Mereceu reservas, é verdade. Mas apesar de tudo isto serem constatações reais, o que é um facto é que não nos rendemos antes da batalha. e vencemos.
O resto não me interessa comentar. Sou dos que gosta dos vencedores. Até agora Marcelo e Costa têm dado provas de serem lutadores e vencedores.
Vamos ter problemas no futuro…talvez! Porque não salta para a ribalta quem tem soluções milagreiras? O povo português agradece.
Mais uma vez repito aqui que cada vez me apetece menos dar-me com velhos do Restelo. A vida é para ser vivida no dia-a-dia e este foi um dia de vitória para os Portugueses, pelo menos para o orgulho de termos tirado a “canga” dos ombros, nem que seja por pouco tempo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)