Em ar de nada apetece-me hoje falar de vários apontamentos soltos. Aqui vão:
- se no aceso de uma discussão, se conseguisse medir o que se causa de desgaste no outro e em nós próprios, estou certo de que saberíamos evitar uma valente perca de tempo. Muitas vezes, a substância da argumentação é a mesma, só muda a abordagem, os orgulhos feridos, o cansaço acumulado, os defeitos de toda a vida para os quais se vai perdendo energia de combate, ansiando por paz e tantas vezes silêncio.
- gosto cada vez mais do silêncio, no meu caso do interior, pois pode-se pensar, repousar os fatigados ossos, olhar com outra percepção o que é essencial e até saber perdoar, ter mais paciência e valorizar o outro. Tantos que passam ao nosso lado e só aspiram a atenção, carinho, ternura, companhia e até trocam a concordância por serem “gente”! A evidência da sua argumentação ruidosa não é mais do que essa ânsia do reconhecimento.
- esta vida presente é tão exigente, requer informação actualizada a toda a hora, como se nos minimizássemos se não soubéssemos a última, se não déssemos sempre uma opinião. Aqui volta o silêncio a ser importante: já pensaram se ao nos irritarmos por escutar uma “sentença quase definitiva” sobre qualquer assunto, tantas vezes não fundamentada, ou faltando enquadramento ou sendo gratuita, conseguíssemos desligar e não contrariar, não contra-argumentar, no fundo não perder tempo por duas realíssimas razões estúpidas: não é preciso levar a “taça” para casa sempre e na realidade não contribuímos em nada para a resolução do assunto.
- corre-se o risco de ao nos remetermos vezes de mais ao silêncio podermos passar a ser ignorados, afastados como coisa que já não presta, desactualizados. Esse é um risco numa família cheia de “génios” em que a temperança, a harmonia e o respeito já não imperam mais.
Lembro-me do meu Avô paterno, de quem já tenho falado aqui neste blogue várias vezes, engenheiro brilhante formado com 20 valores e durante decénios o mais classificado em Portugal. Pois bem, ouvia mais do que falava e quando o fazia, era ponderado, fundamentado e reconhecia que nem sempre teria razão, mas ninguém, habitualmente, punha em dúvida as suas opiniões. Contava-me que se “punha à distância” e umas vezes o botão estava “on” outras em “off”! Mas não ofendia quem pensasse o contrário e prometia reconsiderar, o que fazia bastas vezes em coisas de somenos importância, pois conhecia-se bem e aceitava de bom grado correcções fraternas às suas imperfeições.
- as valsas de Chopin que oiço ao escrever estas palavras, martelam-me o cérebro com deleite e acalmam-me, são uma boa terapia para algum desalento que sinto hoje.
Os astros previram encontros fogosos, negócios fascinantes, um dia de grande rendibilidade:
Vejo o fim do mês aproximar-se e lá se vai mais uma talhada no saldo para pagamentos de “devoçõezinhas” obrigatórias tais como contas e salários, por isso pura mentira em termos de rendimento.
Quanto a rendez-vous pecaminosos, o meu colarinho à Dom Sebastião nem me permite sequer um beija-mão galante, pelas dores de uma courbette da espinha…a tal do acidente automobilístico que me teria ceifado tão precoce vida e impedido esta escrita.
Da Espanha, (neste caso nem já bom vento nem bom casamento o que achei sempre uma pura falsidade - as famosas espanholas que tanta destruição causaram em lares compostos, mas que deram sabor à vida enfadonha e monótona de um final de século já meio apodrecido) anunciam-se tempos de angústia e de temor quanto à sobrevivência de uma pátria aonde valha a pena viver.
Vou a outra bruxa, está visto! Outro orixá de santo! Verdade, verdadinha o meu horóscopo vem na internet e é de borla por isso só diz aquilo que queremos ouvir!
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