sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Florbela Espanca



Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

2 comentários:

  1. "Porque essas honras vãs, esse amor puro
    Verdadeiro valor não dão à gente.
    Melhor é merecê-lo sem o ter,
    Que possuí-lo sem o merecer!"
    Mas... Será mesmo assim?
    Não será assim certamente...
    Se for... perdidamente!

    Quem disser que se pode amar alguém
    Durante a vida inteira é porque o sente!
    Ou será que afinal mente à gente?
    Amar! Amar! E não amar ninguém!
    Não é amar... certamente!

    Adaptado de Luis Vaz de Camões e Florbela E.

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  2. Muito bem:-) dotes de poeta certamente!

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