sábado, 31 de março de 2018

Ser-se ou não, rico


SER-SE OU NÃO RICO

Hoje tive que passar um visto de viagem de urgência a um cidadão português, morando no Norte, que veio a Lisboa para partir amanhã para Freetown. Não houve impedimento e fi-lo com todo o gosto.

Aproveitei para conversar com ele e perguntar-lhe como ia a vida. Respondeu-me que muito bem e que a sua área é a da construção civil tendo uma média empresa em Angola aonde se fartou de ganhar dinheiro e agora quer sair e levar a maquinaria toda para a Serra Leôa aonde diz que se está muito bem e há muito para fazer.

Perguntei-lhe um pouco indiscretamente se tinha verdadeiramente feito dinheiro e ele disse-me que sim, que estava riquíssimo e que o muito trabalho que sempre teve valeu a pena.

Um tipo muito modesto, de origem humilde, e de aspecto de construtor civil discreto, sem grande escolaridade e falando inglês fruto das necessidades.

Os portugueses são uns aventureiros danados e já não é o primeiro de muitas dezenas com que tenho conversado.

Pena é que o meu Pai não tenha sido construtor civil ou talhante ( bons bifes do lombo) ou merceeiro ( biscoitos deliciosos) e que por mais que queime as pestanas nunca chegue a ter a fortuna, merecida, que estes portugueses valorosos têm.

Porca miseria!

sexta-feira, 30 de março de 2018

SÍMBOLOS DE ESPERANÇA

SÍMBOLOS DE ESPERANÇA

Aproveitando estes dias pascais, tenho vindo a ler uma série de livros de empreitada que mandei vir da Amazon, de vários cientistas afamados que se dedicam ao estudo da consciência no cérebro ou seja a uma parte do córtex que contém, segundo eles, a possibilidade de sobrevivência do espírito, mesmo na falha do corpo.

É um tema muito interessante e a ciência tem vindo a progredir neste campo, com o estudo de situações inexplicáveis de pacientes, que após terem entrado em coma, voltam a retomar a vida, narrando a saída da consciência do corpo durante o período do coma.

Tudo isto tem a ver com a existência de vida após a morte e praticamente em todas as religiões relevantes este facto é aceite e descrito, cada uma à sua maneira.

E são muitos os testemunhos em todo o mundo de pessoas que tendo passado por estas situações, transmitem quase coincidentemente versões, que na minha mente terrena, criam expectativas de esperança e tranquilidade em relação à morte e ao que se seguirá.

Bem sei que me dirão que são teorias, mas convido-vos a ler recentes publicações que pelo menos vos alertarão para a existência de outras opiniões. Sendo bem triados os autores, confirmo que não lerão “patetices” mas sim teses, ideias, e outras alternativas bem plausíveis.

Por isso, o Papa Francisco, quando ousa dizer que não existe inferno, nem Purgatório, e tende a convocar os Homens para a paz e o amor fraterno, é acusado das maiores heresias e é vítima de um movimento oposicionista perfeitamente ignorante, reaccionário e sem fundamento no que defendem.

Comparado com estas novas teorias do mundo e da vida após a morte o pobre do Papa Francisco é um “menino de côro”.

A opção é muito simples: ou cinzas, pó e nada ou um Universo diferente daquele a que estamos habituados a conceber aonde temos lugar numa vida diferente, mas sem deixarmos de ser originários da Terra.

Num segundo livro do mesmo autor que abaixo vos indicarei o nome, que é muito recente, é curiosíssimo verificar como desde sempre e nos tempos mais remotos até aos grandes filósofos da Grécia e ao longo dos séculos até aos nossos dias, este assunto era tratado com profundidade, seriedade e com uma antecipação de realidades que só hoje com os meios ao nosso alcance conseguimos progredir imensamente.

A terminar deixo-vos uma pequena lista de autores (cientistas reputados e das melhores universidades americanas e europeias) que são o objecto da minha leitura. Eu estou a lê-los em francês porque os comprei na Amazon de França em pocket book, o que significa menos custos quer no próprio livro quer no transporte, pois dos USA pagam-se taxas alfandegárias imorais. Mas estão à venda em todo o lado.

Em português: “Uma prova do Céu” o testemunho de um neurocirurgião sobre a vida para além da morte. Dr. Eben Alexander – Editora Lua de Papel – mais de 1,5milhão de exemplares vendidos. Há nas FNAC, Livraria Bertrand, WOOK e outras.

“La Carte du Paradis” ou « The Map of Heaven » - « comment la science, la religion, et les gens
de tous horizons prouvent que l’au-delà est une realité ». Acabei de ler ontem e achei muito interessante e elucidativo.

Collection « J’AI LU » :

- « Les 7 bonnes raisons de croire à l’au delá – les preuves incontestables d’une vie après la mort. » Dr. Jean-Jacques Charbonier

- « La vie après la vie – Ils sont revenus de l’au-delà » Dr. Raymond Moody – préface de Dr. Eben Alexander

- « Les preuves scientifiques d’une vie après la vie » Dr. Jean-Jacques Charbonier
Há outros, mas estes já dão uma ideia do tema.

Boa Páscoa desta vez com um presente diferente dos tradicionais ovos de chocolate.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Do cinismo

DO CINISMO

Há pessoas que são cínicas. E são-no por mau carácter. Porque uma coisa é não concordar e dizer e outra é falar mal pelas costas e disfarçar com palavras embrulhadas em veneno.

O veneno foi uma arma usada abundantemente em vários períodos da Humanidade e com muito êxito. Rápido e discreto e ao mesmo tempo elegante, pois na Renascença era de opulentos e ricos anéis que, no meio dos vapores do álcool, se deixava cair para dentro de um copo de vinho perfumado que se oferecia ao inimigo. Gosto destas técnicas requintadas, acho miseráveis estas modernices russas!

Agora, sem cinismo, todos temos por momentos vontade de envenenar inimigos, sim porque quem não os tem, é uma osga doce e cândida que se dá bem com toda a gente. Não há pior do que se ser um bom rapaz/rapariga.

Vem isto a propósito de já nem sei de quê, mas não coisa de muita importância. De vez em quando é preciso deixar sair uns fumos de ópio…para não dizer ódio, para purificar os sentimentos.

"bonis nocet, qui malis parcit" ou seja "Ofende os bons, quem poupa os maus"

O encantador de serpentes

O encantador de serpentes

Vem isto a propósito do dia da tua vida em que num gesto e num olhar
Me despertaste os sentidos. Apeteceu-me, logo ali, fazer coisas contigo.

Enquanto falavas observava a tua cara, os teus dentes e o teu sorriso.
Não atribuía nomes, pois o que eu sentia era o desejo de te conhecer e
Subir por ti acima, desde os pés à cabeça e possuir-te, sabes, com sofreguidão
Com o resfolgar impetuoso dos sentidos, despir-te loucamente, arrancar-te a roupa
Sem pudor nem contemplações.


Há lá coisa melhor que um beijo bem dado, bem trabalhado, sensual e lento, pensado.

No entanto, o tema não era este, era um trecho qualquer de poesia malparida que não me interessava.

Voltei a olhar-te e a cada som que saía da tua boca, a cada sorriso, a cada movimento das tuas mãos, voltava o desejo de te experimentar e saber como reagirias à minha imaginação fértil de prazeres imorais.

Antevia cada passo que daria para te conquistar, pois sou um encantador de serpentes.

De repente, cai a máscara da credibilidade. Tudo parecia estudado, repetido, como se fosse roupa velha, esquemática, aquela que punha em cada aventura sem fogo nem chama

Mas não era.

In “poemas dispersos” de Vicente Mais ou Menos de Souza

terça-feira, 20 de março de 2018

O PENINHA FOI AO ENTERRO DE STEPHEN HAWKING


O PENINHA FOI AO ENTERRO DE STEPHEN HAWKING

O Peninha detesta enterros e missas de 7º dia. Evita ir porque acha que acaba por ser um convívio social aonde se encontram uns e outros, contam-se histórias, fala-se de tudo menos do morto. Não é que seja preciso falar do morto, mas exige-se um mínimo de decoro sobretudo em relação à família. Claro que se a morte do morto tiver sido ansiada e desejada, por ser um estupor, ou deixar uma fortuna em vez de carpideiras, haverá festa.

Mas o Peninha andava há anos a mandar sem sucesso telegramas, cartas, e-mails para o Stephen e o raio do homem não lhe respondia. Procurou na internet, nos CTT e em revistas alguma pista que lhe pudesse dar acesso ao génio, mas em vão.

Os textos eram pequenos pois não só Peninha tinha um escassíssimo conhecimento de inglês como as traduções no Google translator acabavam por transcrever ideias e frases incompreensíveis.

O assunto era simples: Peninha queria perguntar ao mago da Ciência, se quando morresse iria para um sítio aonde encontrasse a Adélinha.

Por um lado regressara dos esquimós farto do cheiro a peixe que as mulheres locais tinham, parecendo umas idiotas quando fazia amor com elas, sempre aos gritinhos fracos! Caraças, nada como a Adélinha que bufava que nem um touro e gritava, esbracejava, e por outro não lhe saía da cabeça ter atraído a Adélinha para uma cilada, em que com o seu peso, abrira um buraco no gelo, e como não sabia nadar, afundara-se nas profundezas do Ártico.

Começara a ler coisas sobre os oceanos e a cogitar sobre o possível destino que ela tivera: ou um animal marinho a tinha roído e comido até aos ossos – ali rareavam as carnes abundantes e ela era rechonchuda – ou Neptuno a raptara e a levara para o seu palácio no fundo mar. Sentira até uns certos ciúmes, não fosse o estupor aproveitar-se dela e fazê-la sua escrava sexual. Está na moda o assédio!

Mas, por outro lado, temendo a vingança um dia no paraíso, queria saber se o Hawking lhe poderia dar algum sossego e tranquilidade em como tudo se passava e se com tanta gente que morria haveria a mais remota hipótese de se encontrarem.

O carteiro bateu à porta da casa do Peninha e gritou para dentro: - telegrama!

Peninha lá assinou o que tinha que assinar e o carteiro partiu. Olhou desconfiado para o papel e viu que a origem era do estrangeiro e que tinha no remetente um S e um H juntos – Stephen Hawking!
Num excitamento muito próprio dos abandonados pela sociedade que chegam até a escrever-se a si próprios, rasgou com frenesim o telegrama e leu uma pequena frase:

- COME QUICKLY. SH.

Foi copiar a frase no Google translator e o resultado foi bem claro: “VEM DEPRESSA. SH”!

- Então agora que finalmente fui atendido pelo génio, não é que o homem me morre!

Ficou inconsolável e perdido mas rapidamente retomou com serenidade o seu raciocínio, e só havia uma clara e indiscutível solução: assistir ao enterro e talvez mostrar o telegrama à família, quiçá ele tivesse deixado alguma mensagem para ele.

Foi ao Anahory alugar um smoking – pensou que poderia até estar a Rainha e gente muito importante – e que apesar de ser de manhã, o traje era o adequado.

Comprou um bilhete de avião para Londres aonde depois tomaria um táxi para Cambridge pois achava uma confusão os comboios e ainda poderia ir parar a outro sítio. Vestir-se-a em qualquer pensão perto do cemitério pois não queria perder tempo.

Estava toda a comunidade científica de Cambridge e de outras Universidades de togas, bem como alunos e representantes de autoridades diversas e o Peninha de smoking.

Chamava tremendamente a atenção, isolado junto a um cipreste e ainda por cima cheio de frio, pois a temperatura estava abaixo de zero e com a pressa não trouxera nenhum abrigo.

No fim da cerimónia, viu que havia uma mulher e rapazes novos que choravam muito e eram cumprimentados por toda a gente e dirigiu-se para aonde estavam.

Muito a custo foi furando por entre a multidão e quando finalmente chegou em frente da viúva e dos filhos, tirou o telegrama do bolso e disse em mau inglês – it was a thunder of bad luck! – queria ele dizer que tinha sido “um raio de um azar!!

Ficou tudo pasmado e sem perceberem bem o que poderia vir daquele estranho, vestido bizarramente para a cerimónia, fizeram questão de agradecer em voz baixa: - Thank you!

Peninha perdeu o controlo e começou a gritar: - message, message! alguma mensagem que o esposo tenha deixado? – e dois bobbies de serviço, pegaram nele pelos braços e levaram-no para a esquadra.

No interrogatório a que foi sujeito tiveram que usar da ajuda da empregada de limpeza da esquadra, uma emigrante portuguesa, a Felismina, que a custo tentou explicar tudo.

Perceberam que Peninha o que queria era estar presente no enterro, meteram-no numa carrinha que o levou até Gatwick e embarcou no primeiro voo que partia para Lisboa.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Dia do Pai

DIA DO PAI

Para mim festejo-o no silêncio da memória que deixou rasto e marcas em mim e me faz, seguramente, ter que voltar sempre a burilar tudo o que não foi o exemplo da sua vida. Não há necessidade de retratos. Tenho-o bem presente.

domingo, 18 de março de 2018

MUNDO CÃO - PEQUENAS ALEGRIAS


 
MUNDO CÃO - PEQUENAS ALEGRIAS

Levei hoje à missa dominical na basílica de Schoenstaat no Restelo, o meu neto Gui que tem 6 anos.

Perguntei -lhe se queria ir para a frente, ao pé das outras crianças, e disse-me que queria ficar ao meu lado. Fiquei enternecido.

Esta missa é simples e serena com cânticos por rapazes e raparigas e tem muitas famílias que levam os seus filhos. Os sacerdotes são novos e sólidos na preparação do que pregam por isso o êxito em muitos países aonde operam. Têm uma especial devoção a Maria.

O Gui estava atento e respondia ao básico e de vez em quando encostava a cabeça a mim ou dava-me a mão.

Estranho e agradável de constatar que a maioria das crianças portava-se impecavelmente e sem uma chata intervenção dos país para os por na ordem, que perturba sempre a atenção.

Preparando-me para ir comungar disse ao Gui que ficasse a guardar o meu chapéu-de-chuva mas ele disse que queria ir comigo. Eu respondi-lhe que ainda não tinha feito a primeira-comunhão e que portanto não podia comungar. Assegurava-me que sim e eu dizia que não. Chegada a minha vez, larga-me a mão e põe -se de joelhos em frente do sacerdote que lhe faz uma festa e rapidamente me apresentei eu! Ufa!

À saída perguntou-me a que sabia a hóstia e eu disse que sabia a pão.

Quis a seguir ir tomar um pré-aperitivo ao "Careca" pastelaria afamada no Restelo, e com uma certeza indiscutível pediu um folhado de salsicha.

Voltámos pelo lado do comboio junto ao rio e foi-me fazendo perguntas sobre o monumento aos Descobrimentos, Jerónimos, Torre de Belém, etc.

Insaciável pediu-me um gelado "É pá" que me vi grego para encontrar.

Temos um caderno aonde ele assenta o dinheiro que vai recebendo e prometi-lhe que se soubesse poupar, ao fim de cada 6 meses, lhe dava mais um x.
Mas também lhe disse que quando alguém necessitado lhe pedisse ajuda devia dar e depois dizer-me pois eu lhe daria o dobro.

Muito querido e fazemos um bom par, mal sabe ele o que é ter nascido 2 dias antes da data do meu nascimento! Os astros são do melhor e por aqui me fico.....ahahah

Foi uma manhã sem história, mas com um bom calor humano no meu coração e é disto que vou ter saudades um dia que morrer: eu explico já em fase de "marinação" dentro do caixão, não terei quaisquer saudades pois estarei mudo e quedo que nem um penedo. Mas percebem-me quando digo que enquanto livre e lúcido é isto que me alegra.

Quando cheguei a minha casa no Senhor Roubado, ao ouvir as notícias de cá e do mundo, achei estranho haver uns que têm estas alegrias e outros que sofrem e morrem e têm fome e falta de carinho e vivem em países em guerra.

Por isso é bom, na nossa pequenez, termos momentos de uma grandeza inexplicável de um Universo que não entendemos e de que ouvimos génios falar, tal como o Stephen Hawking!

Muito está para vir mas também é bom estar atento a estes sinais de amor.

sábado, 17 de março de 2018

A PERFEIÇÃO E OUTRAS COISAS


A PERFEIÇÃO E OUTRAS COISAS

Cada autor de qualquer coisa, se for de facto bom, não se preocupa pelo o que os outros vão dizer na criação da sua obra.

Estou a ouvir a “"Minute Waltz"” de Chopin de que gosto muito e calculo que o Chopin ao se inspirar e escrever as notas nas pautas não estava propriamente à espera que no Facebook ou na imprensa ou nas televisões, muitos anos mais tarde, as críticas fossem boas ou más.

O mesmo se diga de um livro, de uma capa, de um tema, de uma opinião fundada no conhecimento sobre o que se opina.

É, portanto, lastimável que hoje em dia vá havendo menos gente preocupada com a perfeição do que produz, sempre com as devidas imperfeições humanas, mas dedicando-se com concentração e qualidade naquilo que quer dizer, fazer, criar.

Isto aplica-se ao FELICIANO DUARTE, coitado, que nunca terá lido a fábula de La Fontaine do Gaio enfeitado com as penas de pavão. Escusava de passar por tudo isto. Terrível ser-se tratado por coitado!

Aqui no Facebook é lamentável os “lençóis” de louvaminha que se vão multiplicando enjoativamente nos murais de figuras mais ou menos públicas ou mais badaladas. Cheira a contumélias, a sabujice, a falsidade e a maior parte das vezes não são verdade.

Por isso é que o Facebook tem grandes vantagens de triar e selecionar pessoas que nunca se tendo conhecido fazem novas caminhadas em conjunto e a enorme desvantagem de ser uma feira de vaidades que para pessoas inteligentes, incomoda e desprestigia quem é objecto de loas pois provêm de gente sem interesse que encontra um palco livre e aberto a todo o tipo de romeiros.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Instantâneo

INSTANTÂNEO

Vinha em direcção ao Terreiro do Paço mas passando em frente da Casa dos Bicos. Fizeram obras e ainda não acabaram. Está uma confusão e súbitamente aparece-me um policía barrigudo que põe as duas mãos em cima do parapeito da minha janela que abri para com ele falar.

- Eu podia multar o doutor (estou de barba, com polo azul, jeans) mas não vou! Acabei agora de almoçar - e batia na barriga sorridente - comi e bebi bem e estou muito bem disposto!

- Mas ó senhor guarda ali atrás não vi nenhuma placa a proibir o acesso, peço desculpa. - disse eu.

- Ó doutor vem aqui ter com alguma namorada? E ria-se antecipando a sua perspicácia. Não cheguei a perceber se mais adiante iria pedir uma gorja.

O meu carro tem placas CC à frente e atrás.

Disse-lhe diàfanamente: - eu sou diplomata!

Aí perfilou-se e numa grande palada disse:

- Faça favor de seguir até ao Terreiro do Paço.

Agradeci e percebi que os 500m que tinha percorrido eram completamente interditos ao público. Só a veículos da obra !

Brandos costumes. Lembrei-me do António Silva, do Vasco Santana e do Villaret naqueles filmes tão engraçados que eu revejo com frequência.

Está bem rapazes, frase que o meu Bisavô dizia no fim de qualquer situação.....ahahah

quinta-feira, 15 de março de 2018

UM AMIGO, VÁRIOS NOVOS AMIGOS


UM AMIGO, VÁRIOS NOVOS AMIGOS

Hoje apeteceu-me falar sobre a amizade e sobre o meu conceito de AMIGO que pode ser tão subjectivo.

Hoje conheci um presencialmente, de que tenho vindo a ouvir falar e ler e trocar correspondência. Foi num pequeno e típico café da Alfama, chamado de Ma’fama, e falámos logo de tanta coisa, em vírgula, como se nos conhecêssemos de há muito.

Há sempre em mim uma renovada vontade de recomeçar e pôr o conta-quilómetros a zero e sobretudo ouvir novas vidas, novas esperanças e planos e também desaires passados que todos temos, senão mesmo presentes.

Partimos desta conversa para outras aventuras de que ambos vamos tentar ser bem sucedidos, enfunar as velas da caravela, numa sintonia entre o piloto e o navegador pois o navio não singra se não houver união de esforços.

Mais novo, com filhos e com uma vida bem interessante e experimentada. A conversa de hoje não passou de um ensaio, vamos ver se dá em peça de teatro. Como tenho escrito, os actores no palco, o que exprimem para os espectadores, o riso ou o drama, nem sempre corresponde ao que vai na alma, mas o “contrato” com o autor da peça é representá-lo tal como ele a escreveu. E por vezes, quanta vontade há de chorar e ter que sorrir na rotina diária da representação, mas é isto que qualifica o bom actor e o faz diferir do mau.

Entre nós não houve teatro e pelo contrário, no pouco tempo disponível, pareceu-me que houve vontade em edificar um edifício em comum, pedra a pedra, aonde em cada andar haja uma variedade de coisas interessantes para mostrar a quem tenha a sensibilidade e vontade de ver e entender.

É um bom desafio e une-nos, entre outras coisas, a nossa prática de anarquistas civilizados, o que vai sendo um luxo nos dias que correm. Atenção, por isso, para o facto de ao tentarmos ser eficazes na discrição e na acção, não significará que não possamos ser glorificados e lembrados mais tarde na História pelos feitos realizados….ahahahaah

O outro Amigo, mais velho do que eu, conheci-o este Verão num hotel do Algarve aonde fiquei hospedado uns dias. Hotel de uma família que conheço desde há muito, bem situado, simples e cómodo e com uma praia excelente e uma cabana aonde se comem óptimas iguarias, nomeadamente peixe.

Foi-me apresentado com a Mulher por amigos comuns e passado uns momentos de conversa ficou claro que eram sogros de um primo meu.

Fomos convivendo na praia, eu passava no toldo e trocávamos uns dedos de conversa mas ainda um pouco formal ainda que natural. Um dia na dita cabana, convidaram-me para almoçar a que eu acedi de bom grado e honrado. Falámos sobre tudo, numa tarde de Algarve, com uma luz e meia-sombra esplendorosas e com um tempo magnífico.

Voltámos a falar várias vezes antes de eu partir e assim ficámos.

Já não me lembro quem tomou a iniciativa de contactar de novo e temos vindo a almoçar os dois e a tagarelar por WhatsApp e telemóvel.

Como posso descrever este meu novo AMIGO? Impecável, com um passado honroso na defesa da Pátria pois é militar, inteligente, com sensibilidade e uma cortesia inexcedível que passou a ser gestos de amizade e falamos e comentamos e rimo-nos sobre tudo. Sentimo-nos bem em conjunto.

Temos algumas diferenças insanáveis: de clubes de futebol e sobre a perspectiva do 25 de Abril. Eu um anti-fácista….e ele um pró-regime anterior…ahahahah

Como somos ambos suficientemente equilibrados, só falamos nestes dois assuntos quando é para taquinar o outro a propósito de alguma coisa.

Tenho tido estas experiências ao longo da minha vida pessoal e profissional pelos sítios por onde tenho andado e vivido e trabalhado, no Oriente, no Brasil, nos USA e em África que me têm enriquecido como ser humano e desenvolvido em mim uma maior compreensão dos outros, a obrigação de não julgar fàcilmente, o respeito e a admiração por outras formas de pensar e estar e isto tanto com homens como com mulheres, mais jovens ou mais velhos/as de todas as raças e credos.

Espero que no paraíso existam vagas de Public Relations para acolher tanta gente boa e algumas vezes má ( essa irá para o inferno..que não existe, mas mereceriam ir anyway) que tem tornado a minha vida verdadeiramente numa aventura plena de experiências e de riqueza interior.

Há muitos conhecidos e até velhos amigos de toda uma vida, mas o tempo vai seleccionando os momentos de escolha. No entanto estou sempre disponível para quem consiga despertar em mim a vontade de premir o tal botão atrás do ouvido e passar a ouvir de novo mesmo depois de muitos anos.

Na verdadeira amizade, não há tempo nem intensidade favoritas. Há sobretudo vontade de ir ao encontro.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Portugal


Apercebo-me que Portugal está neste momento a viver um período de aparente estabilidade e de crescimento. É indubitável, mas suspeita-se que por debaixo do manto diáfano do sucesso, um dia destes quando ficarem à mostra as mazelas vão estar em sangue vivo.
Não adianta estar sempre a criticar pois todos os Governos têm uma cosmética própria de actuação e de perpetuação no poder.
Vale a pena combater este Governo e criticar construtivamente apresentando soluções viáveis e possíveis, mas enquanto não se apresentar uma alternativa credível de PM e programa uma mudança súbita será mais do mesmo.
Este silêncio de Rui Rio, espero que augure a preparação de um programa, primeiro de um governo-sombra, depois de propostas eleitorais de vitória nas próximas eleições.
Temos que lhe dar o benefício da dúvida, mas se não servir e for fraco, substitui-se por alguém que nós os cidadãos portugueses devem exigir que os bons, sérios e capazes deste país, saiam do seu comodismo e sirvam o País.

imprensa e tvs estrangeiras

Continuo sucessivamente a ver a televisão estrangeira, a ler a imprensa internacional de vários países e verifico que há desejo de paz e de concórdia na maioria dos povos. Talvez me engane, mas esta aproximação das Coreias e a pré disposição para a do norte restringir o seu arsenal nuclear, demonstra que "penetras" como os USA e sobretudo com Trump deixem de interferir directamente em assuntos que podem melhor ser resolvidos por povos iguais, ainda que divididos, espera-se, temporariamente.

Grande perplexidade


Grande perplexidade, porém, me faz a situação na Síria. Conheci há cerca de 25 anos um grupo de milionários libaneses e sírios de grandes famílias locais de que fui Advogado aqui em Portugal para tratar de vários investimentos. Conversámos muito sobre uma Síria e até um Líbano que já não são os desse tempo. Pessoas encantadoras, raffinées, com uma enorme e interessante cultura, homens de negócios exímios e internacionais. Todos com residência em Paris em caríssimos e belíssimos apartamentos beneficiando por isso também de um conhecimento sofisticado da cultura europeia e francesa.
O presidente Hafez Al Assad ainda não governava mas sim o seu pai, sendo esta família de raça alaoita e por isso menos radical do que quer os sionistas ou chiitas.
Posso entender que o Governo Sírio queira controlar todo o território e expulsar/vencer os terroristas. É um desiderato político de qualquer governo.
Já não compreendo a que custo combatem bolsas de resistência com uma violência exterminadora sem dó nem compaixão.
A Rússia, a Turquia e o Irão estão a contar com o após guerra na reconstrução do país, nas concessões riquíssimas de petróleo, obras públicas, aeroportos, urbanizações....TUDO quase do zero.
Os USA por outro lado estão a dar apoio militar aos rebeldes que são facções terroristas da AlQuaida sempre naquela atitude de "atirar ao lado" por muito que queiram ter uma palavra a dizer na região. Com que direito? Deverão ser os países da região que devem estabelecer os parâmetros geoestratégicos e entenderem-se entre eles.
São purgas geracionais de muitos milhões de mortos e feridos e cujas famílias desaparecem do mapa para sempre. Há como que um rejuvenescimento da raça.
Tem seguramente por detrás o móbil do lobby das armas que só é eficaz quando se criam guerras. É da vida e dos livros.
Apesar de tudo o que criticamos na UE e em Portugal temos que estar agradecidos de termos nascido aqui.

segunda-feira, 5 de março de 2018

A inevitabilidade da morte


Um dia a morte inevitavelmente vem

Lembrei-me desta frase a propósito do Ricardo Salgado e da derrocada do GES. Às tantas e já gravemente "doente" foi ao Banco de Portugal, ao PM, ao Presidente de Angola e a banqueiros pedir dinheiro para não "morrer". As portas fecharam-se como quem diz os remédios já não atuavam e vergou e "morreu" sem acreditar que para ele também chegasse a hora da derrota e da falência que vira acontecer a tantos outros sabe Deus por culpa de quem.

Connosco é igual: luta-se, acredita-se que os remédios ou a terapia vai fazer melhorar, salvar.

Por causas diferentes, talvez Ricardo Salgado e o GES se pudessem ter salvo.

Connosco a hora está marcada e inevitàvelmente a morte chegará.

O salmo De Profundis é ao mesmo tempo terrível e assustador mas reconfortante.

Só que já nada tem a ver com ESTA vida terrena.

Oxalá exista uma outra aonde possamos recomeçar de diferente forma, pois este corpo será cinza, pó e nada.

TEMPUS FUGIT

sábado, 3 de março de 2018

WHY I LOVE TO WRITE


WHY I LOVE TO WRITE

I’ve been living inside my head since I was a child. When I was bored in class, my mind would drift to some world from my imagination – rich with characters and conflict.

WHY I WRITE

It’s who I am. It’s what I love. I even write for fun. I couldn’t NOT write. I need to write like I need to breathe, to eat, it’s vital to me.

O desejo de escrever um novo livro


UM MEU NOVO LIVRO - ESCREVER BEM

Antes de haver amigos daqui e de fora do fb que me pedem insistentemente para que escreva um livro, já há anos que tenho planos para o fazer e não é só um único (apesar de já ter escrito dois genealógicos sobre a minha Família).

Para que isso aconteça são necessários vários ingredientes:

1. O tema do livro (já tive vários e umas vezes volto a trás e depois ainda não senti a "pancada" que me empurra para a frente).

2. preciso de tempo que agora tenho

3. preciso de calma que ainda não tenho

4. quero que seja uma obra minha sem pretensões e ao meu nível de candidato a escritor

5. Não procuro a exposição e pretendo ficar satisfeito comigo quando chegar ao fim e o ideal será que possa agradar ao maior número de pessoas

6. Tenho vários estilos de escrita : irónica e de crítica de costumes e de observação apurada do género humano,divertida, dizem-me mas leve valendo o que vale

7. outro tipo de escrita mais rigoroso e científico com pesquisa e conhecimentos sobre o que me pronuncio seja o tema que aborde

8. Finalmente o que me agrada mais e que sinto dentro de mim a querer sair e que tem a ver com uma escrita fria e dura e ao mesmo tempo honesta sobre situações da vida, da minha vida porventura de tipo autobiográfico ou de terceiros que conheci bem. Naturalmente que a minha autobiografia em si tem pouco interesse para o universo literário, mas particularidades dela e como as vivi e as causas podem ter um interesse diferente pela frescura e novidade que darei à descrição e pela invulgaridade de tantas situações. Classifico-me como um observador de comportamentos humanos numa perspectiva humanista e não científica, mas elaborada e fina, com atenção a detalhes e a causas e efeitos . Viajei muito pelo mundo e conheci muita gente e estudei as características de cada encontro e do impacto que tiveram na formação do meu carácter e da prudência na formulação de juízos e não julgamentos.

Por isso vou esperar que me apareça uma inspiração ou uma sugestão que me motive.

Sou profeccionista e organizado e a minha escrita é actual e escorreita sem elaborações de estilo,mas obviamente uma amálgama de tudo e de todos quantos li ao longo da vida e me influenciaram: em suma o meu estilo.

Se me deixar levar por mim e por aquilo que brota de dentro de certeza que sairá melhor do que influenciado para agradar a uns e outros ou por motivos comerciais.

Se quiserem dar a vossa opinião along these lines e suscitarem algum tema que vos possa parecer adequado a mim, agradeço.

quinta-feira, 1 de março de 2018

PENINHA ENTRE OS ESQUIMÓS



PENINHA ENTRE OS ESQUIMÓS

Peninha ia gozando docemente a presença de Nafta e Lina,ora uma vez no igloo de uma ora no da outra. Tinham acabado por aceitar a situação e Peninha tomara cores tisnadas e sentia-se um nababo.

Ia à pesca todos os dias com uns esquimós com quem fizera amizade, faziam um buraco no gelo, lançavam os iscos e vinha peixe fresco para a mesa a cada dia.

No acampamento dos cientistas a que ia a cada semana mandava mensagens urgentes para o IKEA despachar a mobília para o navio que estaria a zarpar. Ele eram armários, estantes, camas, bibelótes…ahahaah…e móveis de cozinha e loiças e talheres. Frigorífico e máquinas não eram precisas pois por um lado não havia energia e pelo outro havia braços a mais inactivos que tratavam dessas mordomias.

O IKEA respondeu que quando quis debitar a conta bancária, esta fora bloqueada pelo co-titular.

Raio da Adélinha que desconfiou de qualquer coisa. Nunca se deve ter contas em conjunto, pensou o Peninha. Acabou por recorrer ao crédito ao consumo pessoal que lhe iria custar mais caro mas não exigia a concordância da esposa.

Finalmente o IKEA informou que estava tudo resolvido e Peninha veio ufano mostrar o papel da mensagem ao Chefe da tribo. Claro que era como se fosse chinês pois ele não sabia ler nem escrever, mas ficou mais confiante.

Entretanto em Lisboa, Adélinha preparava a viagem surpresa que iria fazer a Peninha, só suspeitando que algo não estava bem mas sem fazer a menor ideia da tribo de esquimós e das Naftalina…ahahaha

Embarcou num navio de reforço da expedição e achou estranho que no meio do equipamento técnico e científico da carga, fossem muitos caixotes do IKEA. Teve curiosidade e perguntou se era para a expedição mobilar as casas aonde se alojavam, mas o imediato foi ver o bill of lading e disse que era para um sr. Peninha Silva.

Adélia ficou a cismar e fez-se luz no seu espírito quando percebeu que o montante da conta bancária conjunta que iria ser debitado e que ela em boa-hora bloqueara, era para pagar esta despesa.

Cada vez percebia menos e a única ideia que lhe veio à cabeça foi a de que Peninha arranjara um emprego no acampamento e ao ter que ficar numa casa com ela, queria dar-lhe todo o conforto que lhe poderia proporcionar.

A viagem decorreu sem incidentes e aportaram de novo no Ártico, no Polo Norte.

Adélinha tinha feito uma exuberância e tinha comprado na Rua dos Fanqueiros, um casaco de carpélio fofinho e quente com a aparência vaga de um casaco de vison. Sentia-se vestida apropriadamente para o clima que estava realmente de cortar à faca de frio.

Perfumou-se pôs um gorro de pele e desceu pelo portaló e chegando ao cais, não avistou o Peninha.

Ficou desolada e pensou que talvez estivesse ocupado e a viria buscar mais tarde.

O material do IKEA foi descarregado e posto em vários trenós gigantes puxados com cães que estavam prontos a partir para o seu destino.

Adélinha aproximou-se do escritório do acampamento e puxando do seu espanhol, dirigiu-se a um cientista escocês que estava sentado numa secretária e perguntou-lhe:

- Por favor, osté sabe onde estay mi maridio, sr. Peninha?

O outro olhou para ela pasmado de a ver naqueles preparos totalmente inadequados para o ambiente do acampamento e respondeu:

- I beg your pardon, Madam?

- Não, Peninha, yo soy su madama.

O outro chamou um técnico argentino que era ajudante de cozinha e que lhe perguntou:

- Puedo ayudar Señora?

A Adélinha respondeu, vindo cá de dentro num arremesso de uma avó peixeira da Nazaré das de sete saias e pondo as mãos nas ancas disse-lhe em voz já alterada e em bom português:

- Ou me dizem aonde está o meu marido o sr. Peninha ou parto os cornos a quem o está a esconder. Quero saber já.

Ao fim de algum tempo e de muita paciência do argentino, prometeu ir indagar e regressou dizendo que ele estava numa aldeia esquimó e se queria ir ter com ele, que aproveitasse a boleia dos trenós que iam para lá.

Escolheu-se um trenó que levava os colchões da cama e lá os puseram dentro de um armário com portas e Adélinha deitou-se e adormeceu protegida do frio durante a viagem.

Como estava cansada, pouco habituada a estas temperaturas, caiu em cima dos colchões e bem abafada com o carpélio/vison e o gorro dos chineses, adormeceu profundamente com o movimento dos trenós no gelo em que deslizavam.

Passado uma hora chegaram e Adélinha vinha no trenó detrás e continuou a dormir, enquanto descarregavam os caixotes do IKEA.

Peninha estava impante e toda a aldeia assistia impressionada ao cumprimento das promessas de Peninha e as Naftalinas encostavam-se sensualmente a Peninha, já agradecidas, excitadas e com olhos de promessas sem fim.

Chegou a vez do último trenó e surpreendentemente parecia que alguém estava dentro do armário e queria sair.

A porta abriu-se e sai Adélinha de gorro à banda, cabelo despenteado, e o carpélio/vison amachucado.

Quando encara com Peninha deu um guincho animalesco de fúria ao ver as Naftalinas agarradas ao esposo e avança para ele, que abismado não sabia o que dizer.

A tribo ficou surpreendida e o Chefe perguntou a Peninha quem era aquela mulher louca que tinha vindo ao seu encontro.

Peninha teve que lhe dizer que era a sua mulher do seu país, mas que preferia ficar com as duas filhas do Chefe, a voltar com ela.

As Naftalinas desapareceram assustadas e com o instinto de mulher perceberam que havia sarilho.

Ficaram os dois frente a frente e Peninha ajoelhou e numa lamúria pediu-lhe perdão pela traição e começou logo a congeminar um plano. Nessa noite dormiu cada um num igloo separado e a meio da noite as Nafatalina foram visitar Peninha que compensou as duas pelos susto e tranquilizando-as.

Fizeram amor até ao nascer do sol e elas esgueiraram-se e Peninha caiu num sono reparador.

Entretanto Adélinha acordara e dirigira-se ao igloo de Peninha aonde o viu a dormir. Esperou que ele acordasse e assim que o fez, começou num disparate de gritos a pedir-lhe explicações.

Ele jurou que não tinha havido nada e que sendo as filhas do Chefe tinha que as respeitar, não faltava mais nada. Tudo muito decente!

Adélinha começara a acalmar e perguntou-lhe se as mobílias do IKEA eram para uma casa aonde habitariam os dois. Peninha disse-lhe que sim e propôs-lhe ir conhecer um reef lindo e romântico que estava gelado sobre o oceano.

De mão dada iam avançando e a dada altura aonde o gelo estava mais frágil, Peninha pediu a Adélinha que se fosse pôr contra o sol mais para a frente para ele a admirar naquela paisagem.

Adélia seduzida pela ideia da reconciliação avançou com o seu peso todo para um pedaço de gelo que já apresentava fissuras e de repente o gelo partiu e Adélia mergulhou na água gélida do oceano e foi como um fuso para o fundo.

Peninha com remorsos ainda tentou gritar: Adélia, Adélinha filha, diz-me que estás aí para eu te salvar. E nada.

Adélia nunca soubera nadar e quando ia à praia dava uns gritinhos à beira-mar e nada de entrar na água.

Após uma hora o gelo voltou a fechar-se e o corpo de Adélia não mais apareceu.

Peninha voltou á aldeia e foi-se enfiar no igloo depois de ter explicado o sucedido ao Chefe.

Emborcou uma ou duas garrafas de vodka, e dormiu durante duas noites.

Quando acordou, estava bem disposto e começou a descarregar os móveis do IKEA e a montá-los na sua casa ajudado pelas Naftalina que de boca aberta nunca tinham visto tais belezas de móveis….ahahah

A vida continuou pacífica e Peninha sentia-se muito feliz até que um dia no seu igloo ouviu passos de fora, e quando abre a porta entra o fantasma da Adélinha.

(continua)