Quando estou na praia, para além de dar mergulhos e tomar banho, como detesto estar deitado ao sol, apesar de lagarto, adoro cuscar o que me vai passando à frente.
Hoje, havia uma série de ninfas do Mondego muito bem apessoadas e novinhas, já despontando para o robusto e generoso peito e também para caudas muito redondinhas….ahahah.
Passou às tantas um “patrão” com um chapéu à Panamá papers e fato-de–banho de qualidade em conversa com uma donzela, seguramente uns 35 aninhos, mais nova, tipo secretária.
Ele conversava a borbotos e ela ouvia respeitosa mas olhando para o horizonte e assim foram de uma ponta a outra da praia, junto ao mar.
Apeteceu-me extrapolar e “sair “dali visionando um jantarinho romântico à luz de velas, ele de bom fato de seda e bela camisa aberta e ela (esta, pelo menos) de bestido mal enjorcado, amarelo, com muitas pregas e um decote grande, mas feio, que nem sequer deixava ver os alvos peitos, branqueando! como diria o Luiz Vaz.
Mas o que quero comentar na atitude do "patrão" é esta presunção de dominar a conversa, contando histórias mil vezes repetidas, desinteressantes, gabarolices, falando de dinheiro gasto e de luxos ou de comentários sobre trivialidades….e a pikena, teúda e manteúda, a ter que aturar tudo aquilo…uma chatice, um frete…mas para o Armindo a poder ter no apartamento que o patrão lhe pusera, era preciso ter paciência. O Armindo é que tinha conversas interessantes…falava-lhe das telenovelas, das revistas do coração, e de ideias…sim de ideias bem quentes...
Ora, havendo tanto tema interessante para conversar, explorar a ciência e inteligência da menina, até iniciar, from time to time, alguma conversa picante preparatória de voluptuosas mil e uma noites…suspeito que os temas seriam de bocejo.
Até porque fazer de Coronel Higgins e My Fair Lady ou qual Pigmalião, é tão mais interessante…molda-se, assiste-se ao desabrochar das qualidades, têm-se momentos de desânimo, mas no final é um apogeu real.
E depois destes pensamentos longínquos, caí na real e fui mergulhar. Ainda estava fria, a maldita da água, mas enrijece as carnes, they say…
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