sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O Peninha e o Reveilhão 2016 - o Elefante Branco - Bom Ano de 2017


O PENINHA E O REVEILHÃO 2016

O Peninha lamentou o fecho do Elefante Branco, que entre os amigos que com ele o frequentavam, era conhecido como "o Trombinhas"!

Lá conhecera a Odete, a linda e carnuda Míriam - maravilhosa brasileira - a Natasha e tantas outras por quem se apaixonara.

Agora que tudo acabou, o Peninha não tem a certeza de que fosse reciprocado. Tantos "I love you, darling" e pedidos de permissão para novas e incontáveis garrafas de whiskey, talvez lhe tenham despertado o líbido, mas também rombos significativos no seu bolso.

O Peninha ia todas as vésperas de Natal, confessar-se à igreja do Loreto, a um padre italiano velhinho. Quando lhe relatava por alto os múltiplos pecados carnais praticados no Trombinhas e derivados, o padre levantava os olhos para ele, uns minutos, e dizia: " reze, reze, muito"! E lá vinha uma penitência valente. Até disto ia ter saudades.

Este ano, a malta tinha-o desafiado para um reveilhão numa boîte de acompanhantes de luxo chamada "o Papagaio Amarelo". O preço era puxado, mas o Peninha estava numa de compensar o desgosto, fosse a que preço fosse.

O traje obrigatório era de maillot de banho, justo, tipo tanga à Tarzan e por cima penas de papagaio a cobrir o corpo. Podiam ser penas de várias cores!

Lembrou-se dos guarda-roupas Paiva e Anahory, e foi no primeiro que arranjou um casaquinho emplumado de cor violeta, pois fornecera os teatros de revista, visto ser situado em pleno Parque Mayer!

Segundo diziam os frequentadores, havia aquecimento de sobra e até corria o rumor que se brincava ao Adão e Eva, está visto, neste caso, aves canoras do paraíso.

Bar aberto, tapas requintadas de caviar e de salmão fumado, santola recheada, lagosta Thermidor, e no fim uma omeleta surprise, neste caso era sorteada uma papagaia surpresa, entre os convivas de cada privé.

O Peninha não podia ir de metro, vestido com as plumas e de tanguinha - tinha comprado numa loja chinesa, uma com as cores da bandeira dos USA, com uns dizeres bem salientes de entre umas labaredas "burn inside"! Tinha muito sainete!

Posto isto, comprara na Rua dos Fanqueiros, no Armazém da Covilhã, umas calças de flanela cinzentas tipo ministro do antigamente, uma camisa   branca de quadrados azuis bébé num saldo do boxing day, numa loja do Conde Barão. Na sapataria Oliveira, a que calça Lisboa inteira, foi um par de sapatos de polimento preto, bicudos de matar baratas ao canto, e umas meias com as listas verdes do Sporting.

Por cima da camisa, pois está muito frio, adquirira na feira de roupas dos paquistaneses em Alverca, um blusão da tropa que tinha uma tira na manga, que dizia " Matias, 1959".

Assim planeou todo o seu fim-do-ano.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

JANTARES DE NATAL ad nauseam

JANTARES DE NATAL ad nauseam

Isto dos jantares de Natal, com as migas e migos, da escolinha, da catequese, da rua, da Câmbara ou da Junta de Freguesia, da carrêra do 29, é nôbo, caraças! Debe de ser da era do Costa, do PPC, do Marcelo dos afectos, enfim da democracia.

No tempo da outra Sinhóra, só habia festas pribadas nos lares e nas famílias e nada destes luxos, bubadeiras, rotinas de cunbersas todos os santos dias, melhor noites, e vai e volta e gasta e depois os presentes/prendinhas são uma merda...tudo tipo, topas, sabonetes, promoções, tabuletas de chicolate, meias, livros já lidos...

sábado, 17 de dezembro de 2016

O PENINHA E O TEATRO DA CORNUCÓPIA - A "BONDADE" DE MARCELO


O PENINHA E O TEATRO DA CORNUCÓPIA

O Peninha leu no jornal que o seu querido Presidente Marcelo queria salvar o Teatro da Cornucópia de fechar, vulgo ir à falência.

Indagou, indagou e percebeu que este teatro só se aguentava de pé devido a um subsídio do Estado, o que para ele queria dizer do bolso do contribuinte.

Mas se o Presidente Marcelo queria salvar o teatro alguma coisa devia valer.

Decidiu ir a uma soirée e comprou um bilhete para uma peça que estava em representação, de seu nome “ Nem queiras saber, Diógenes”. Deve ser um grego, pelo nome.

Ouvira dizer que nestes teatros de vanguarda se tem que ir vestido apropriadamente e por isso tirou do baú uma camisa toda preta que a mãe lhe comprara na Rosicler, fazia anos, e que tinha usado quando andava com o Hélder que morava em Almada e que tinha uns piercings no nariz que quando espirrava, tudo aquilo abanava, e pelos palavrões que ouvia, devia doer para burro.

Iam muitas vezes sair à noite a uma discoteca numa cave de nome " a cova da lagarta", com as paredes pintadas de negro, com as camisas pretas, e botifarras de sola de Ceilão, que herdara do pai, quando estivera na tropa. A música era tocada por uma banda gótica, que o Peninha achava deplorável, fumava-se uns charros, curtia-se a noite com umas tipas que eram cabeleireiras no centro de Almada, e o Peninha regressava a casa todo pedrado.

Com relutância procurou também uns jeans cinzentos, que usava na fase da corrente grossa que começava numa ilharga atrás e terminava à frente quase junto à braguilha. Era de metal pesado em tons de prateado o que fazia com que usasse as calças quase nos joelhos deixando as cuecas à mostra e tantas vezes a parte superior da racha do rabo, ao léu!

Reviveu esses tempos e com um boné de pala preto que tinha bordado “Klux,klux, klan – Moscavide 69” foi de metropolitano para sair no Rato e ir depois a pé até à Cornucópia.

Ficou desolado! Uma peça com mais actores que espectadores que durou QUATRO horas, com os personagens a deambular por um cenário post nuclear e a dizerem coisas sem nexo. O Diógenes, nem vê-lo e o tema incompreensível.

Uma estopada e saiu indignado. Com o dinheiro dele nunca lá poria mais os pés e decidiu mandar um telegrama seco e duro ao seu querido Presidente Marcelo:

Para : MRS – Presidente

meu ídolo. fui teatro Cintra. cócó total. dinheiro meu e contribuinte mal gasto. Presidente não deve ser catitinha. compete Governo decisão. precisamos mais carcanhóis saúde, educação, transportes e cultura sã e decente. prometo ovos pôdres e tomates cara actores e palco, se salvar falência. espero, ídolo meu, bom-senso impere. Diógenes mando pró caraças. salve país.traga de volta d.Sebastião. Assinado : Peninha Silva Poiares Relvas.

Custou-lhe uma fortuna o raio do telegrama mas ficou convicto que tinha feito um desforço que a sua consciência lhe ditara.

O TEATRO EM PORTUGAL - O fim do TEATRO da Cornucópia


O TEATRO EM PORTUGAL

O sucesso do teatro em Londres, Paris, Nova York e mesmo Madrid, sem falar em S.Paulo e em Roma, é precisamente pela variedade de tipo de peças que faz com que estejam sempre cheios.
Isto vem a propósito dos nossos teatros e do fecho do teatro da Cornucópia (subsidiado pelo Estado = nós).

Com o afluxo de estrangeiros cada vez maior e com carácter de permanência talvez fizesse sentido enveredar por uma política cultural teatral poliglota, atraindo companhias de teatro estrangeiras que como no passado ( a "saison" do teatro francês no S.Luís, que me permitiu e aos meus irmãos e amigos ver os melhores e mais famosos artistas franceses representando todo o tipo de teatro durante décadas). Era chiquíssimo, ia-se de smoking ( dinner jacket, para não me chatearem), lindamente bem frequentado, e caro....ahahaha...

Os pais ou avós de família pagavam os bilhetes dos filhos ou netos e era um regalo ver tudo quanto era a gente nova em alegre conbibência, nos intervalos e depois em ceias que continuavam pelo Tavares para os crescidos e no Gambrinus na barra, para os mais novos, com o famoso "pincho-de-gambas" com umas cervejas, acessível à nossa bolsa.

Fartei-me de ir em Londres, Paris, Madrid e NY com os meus Pais e Avós a excelente teatro e era um must antes de partirmos, reservar os bilhetes. Depois, mais tarde, já maior e adulto a minhas próprias expensas.

Porque fecham a maioria dos teatros cá? Porque a maioria das peças são de uma chatice incompreensível e sobre temas de tão elevada craveira intelectual que ninguém (diga-se, pessoas que gostam de bom teatro escorreito, compreensível, divertido, bem representado...) tem paciência de fazer "toilette" para ir ao teatro...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

We’re all snobs — however much we deny it


D.J. Taylor’s clever dissection of snobs is really two books in one. Scattered throughout are entertaining, delicious (initially), solemnly related nuggets of hardcore snobbery. He writes brilliantly, for example, about the diarist and National Trust employee James Lees-Milne, who liked a world that knew its place (ideally beneath him). Lees-Milne was steeped so far in snobbery that he couldn’t bear the vulgarity of calling a garage a garage and so called his the ‘motor-house’.
Either the absurdity of this makes you snort with laughter or it doesn’t. It does me, though I have to say the cumulative effect of a zillion snobberies is nauseating. You find yourself thinking, ‘My God, these terrible people’ on every other page. It works in both directions, kind of. Snobs is peppered with examples of reverse snobbery. My favourite is the singer Paul Weller moaning about an album being rejected by the record label:
I’m not used to people talking to me like that. Not because I think I’m Mr Superstar but because I’m not fucking having it. Basically, because I’m from Woking and I don’t give a fuck, d’you know what I mean?
All too well, mate.

Lees-Milne is compared to the Labour MP Dennis Skinner who, despite being encouraged to do so by teachers, refused to go to university because he didn’t want to be disloyal to his mining background. I’m not convinced that this is in any way equivalent to straightforward snobbery: there is a pure nobility in Skinner’s choice that is wholly absent in Lees-Milne’s creepy and obsessive stalking of dukes, or in his almost ejaculatory delight at being among aristocrats. Taylor is clearly aware of this, but he might make more of it. East Midlands working men’s clubs in the 1970s may have been hostile to the idea of admitting women, but comparing the policy to that of White’s or Brooks’s is disingenuous.
Snobs is also a historical and literary study of British snobbery, the idea being that we are all snobs in some way and that all of us are class-obsessed:
Snobbery, it might reasonably be argued, is a key to our national life, as vital to the backstreet family on benefits as to the proprietor of the grandest stately home, an essential element in our view of who we are and what the world might be thought to owe us.
However, Taylor notes, modern snobbery is ‘frequently hidden from public view’: for every ostentatious Porsche on a suburban street (unsnobbish, I would say: to do with pulling rank, surely, which isn’t at all the same thing), ‘the majority of snobs pursue their craft by stealth’. It is ‘a matter of closed circles as such; it frequently declares itself to be a matter of tone’. This is exactly right; and it’s why it’s so difficult to write well about snobbery, which is to do with microscopic, imperceptible, fairly deranged nuances. I do think Taylor sometimes conflates snobbery and conspicuous consumption, but that doesn’t really matter: he goes a long way to unravelling this knottiest of subjects and dances along the crevasses of class without falling right in.
I found the historical bits slightly boring, but that’s because my only two responses to the snobberies he describes are hilarity or anger: I am not interested enough in the whys and wherefores, only in semi-grotesque human behaviour, which is abundantly displayed here. We are all snobs, of course, about something, whether it be magazines, books, music, food or people’s postcodes. (There’s a riff on this that I found unconvincing: does anyone really still care about postcodes? It’s been a long time since Evelyn Waugh schlepped to a postbox in Hampstead from Golders Green so that his letters bore the postmarkNW3.)
My favourite chapter is about ‘snob lingo’. ‘Nothing, in the end, is more important to the snob than language,’ says Taylor, before going on the explain why with startling clarity. I learned CAUC (complete and utter c…), but I didn’t believe him when he says that some people still say NQOCD (not quite our class, dear) to semaphore unsuitability to their children. He also claims that ‘the diehard snob doesn’t have a bath, he “takes his tub”’.
Snobs also contains some pen-portraits of contemporary snobs — film snobs, City snobs and the like. These are hit and miss: some are beady, some make outdated assumptions. They reminded me of Peter York’s and Ann Barr’s slyer and more knowing The Official Sloane Ranger Handbook (1982) and, to a lesser extent, of Jilly Cooper’s Class (1979), but with a greater emphasis on Norfolk. D.J. Taylor has a sneaking admiration for his snobs, and that’s perfectly fine; but I don’t know that he finds them funny enough, or that they really deserve his forensics.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Cartuxa de Évora

Na Cartuxa de Évora, não falta, nem sobra tempo. Os horários estão definidos, mas a espiritualidade não se rege pelos ponteiros do relógio. O dia começa por volta das 6h30.

"Estamos em celebração até às 8h00 com missa cantada. Das 9h00 até às 17h00, trabalhamos. Depois cantamos novamente, seguindo-se oração até às 20h30. Dormimos até à meia-noite e a seguir voltamos a cantar até às 3h00 e a partir desta hora até às 6h30, voltamos a dormir", descreve à Renascença o padre Antão Lopez, prior da Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli.

"Resumindo: dormimos sete horas em duas vezes".

É a rotina dos monges. O silêncio e a oração caracterizam o dia-a-dia dos cartuxos, recolhidos em celas. Cada uma composta por um oratório, um quarto para dormir, uma divisão para estudar e um quintal onde podem desfrutar da natureza.

Uma vida de simplicidade e rigor, onde é testada a capacidade de passar os dias, apenas na companhia de Deus, o que é cada vez mais raro. "Quando eu digo 'Deus basta' esta frase já não tem a força que tinha antigamente. Não entendem o que significa a palavra 'Deus'. Essa explicação de ser capaz de viver só com Deus é que justifica o estarmos aqui. O problema actual é que a sociedade não prepara para isto. Costumo dizer que há atractivo, mas não há preparação. Há fé, acreditar em Deus, mas a palavra Deus já não significa o que significava antes", sublinha o padre Antão Lopez.

Domingos de convívio


Uma vida de despojamento e rigor consentidos, num convento que aos domingos "veste-se" de convívio. "É dia de comermos juntos, cantamos mais tempo na Igreja e passamos a tarde conversando", conta.

Não é fácil entender a vocação destes homens que comem uma vez por dia e passam as sextas-feiras a pão e água. Há tarefas a executar diariamente, sempre entre o resguardo, o silêncio e a comunhão com Deus.

A própria comida chega às celas através de uma pequena porta que não permite o contacto visual. Apesar da aparente rigidez, os monges não estão alheados do mundo e recorrem à imprensa escrita para se actualizarem, depois de uma rigorosa selecção noticiosa.

"Os jornais, por exemplo, dedicam muitas páginas à economia. Nós seleccionamos apenas a temática que nos interessa e fazemo-las passar por todas as celas. Dedicamos parte da tarde de convívio (domingo) a comentá-las". Quanto à internet serve apenas para visionar o correio electrónico.

Os monges dispõem de uma imensa biblioteca, um espaço com obras de valor incalculável das mais antigas às mais actuais. A leitura é sempre feita nas celas.

Encontrar a felicidade? É como o parafuso e a porca
"Estou em paz e tranquilo dentro de mim. Não tenho, inquietações. Nada me perturba. O silêncio depende mais de nós próprios do que dos outros. E muitas vezes estamos tão recolhidos que passa um avião ou toca o relógio e não ouvimos", assegura o padre Antão.

Eremitas dentro de um convento e uma forma de vida que confunde muitos. Mas para os monges é como tocar o "Alto" já na terra.

"Ser feliz consiste em ser aquilo para que estamos preparados para ser. É como o parafuso e a porca. Podem ser muito diferentes, mas cada um encontra a sua. Então, a felicidade consiste nisso: encontrar o seu sítio, encontrar a sua vocação", conta-nos o prior.

Mas há mais: fidelidade a Deus, a si próprio e muita perseverança. "Eu digo que o infeliz não persevera. Nós, aqui, somos felizes e estamos cá por isso. Esta é a maior felicidade: ser capaz de ser eu próprio".

A fundação assegura a manutenção e conservação do mosteiro enquanto património espiritual, artístico, histórico e cultural único em Portugal.

Vassourada


Mas a vida é uma coisa imensa

Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem.

A vida é o que eu estou a ver: uma manhã majestosa e nua sobre estes montes cobertos de neve e de sol, uma manta branca onde uma ovelha acabou de parir um cordeiro, e duas crianças — um rapaz e uma rapariga — silenciosas, pasmadas, a olhar o milagre ainda a fumegar.

Miguel Torga, in "Diário (1941)"

hope


Pois eu também acho, mas precisamos de uma candeia...dão-se alvíssaras a quem a encontrar depressa, enquanto há tempo!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O BARBAS

O BARBAS

Hoje deu-me para estar reflexivo.

Neste meu incidente recente em que fiquei com o lóbulo da orelha rasgado, bem como de um corte profundo na cara, tudo isto já cosido e descosido e em franca normalidade, resta como vestígio uma barba que nunca tive.

Quando me olho ao espelho para tratar das cicatrizes, estranho-me e revejo a minha debilidade. Eu explico: meço 1,90m e estou forte e entroncado. Portanto uma massa corporal significativa....ahah

Quando, suspeito, depois de ter perdido e recobrado os sentidos na escuridão do meu quarto de cama, dei comigo desamparado, perdido, com dores enormes e quando abri a luz, a sangrar abundantemente, fiquei perplexo!

E é, não tanto nestas consequências já ultrapassadas, mas na minha sensação de impotência e de impossibilidade de antecipação para evitar, que vislumbro a ideia da morte.

Deve ser esta inevitabilidade de uma derrota depois de uma luta mais ou menos consciente ( hospitais, tratamentos, ciência, assistência médica e medicamentosa) versus o que me aconteceu, perfeitamente imponderado, que configurará a rendição sem condições.

Foi essa a visão que tive, não a da morte, mas a de nada poder fazer, no momento do acontecimento: ultrapassou a minha vontade e decisão.

Com esta vida danada em que andamos, é um azar se, podendo ir paulatinamente arrumando os cadinhos nas prateleiras da nossa vida, deixarmos como que uma cozinha num nojo ou um laboratório desarrumado.

Nestas coisas de boas intenções, dizem que está o inferno cheio, mas já agora vale a pena tentar dar um arrumo.

Até para quem fica!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A PARÓQUIA DA MINHA INFÂNCIA - S.MAMEDE


A PARÓQUIA DA MINHA INFÂNCIA - S.MAMEDE

Hoje fui à missa a S. Mamede, paróquia da minha infância, adolescência e juventude. Às 18h30m celebra aos Domingos e dias Santos o Pe.Tolentino. A igreja estava cheia de meus conhecidos e amigos.
Durante a celebração voei até uns bons anos atrás e vi-me com a minha família toda viva e florescente, na missa aos Domingos aonde acompanhávamos os meus Pais, Avós e Bisavós e de todos os "paroquianos" com quem confraternizávamos à saída da missa, ficando no adro demoradamente em alegre cavaqueira.
Tudo gente, ao nível da geração de cima, parentes e amigos íntimos dos meus Pais e Avós e de cujos filhos e netos fiquei amigo para o resto da vida, estando com uns mais do que outros e, no entanto, basta estarmos juntos em jantares, anos, enterros para, ao nos falarmos, ser como se continuasse tudo em vírgula, com uma pausa de anos.
Tive um aperto no coração, pois vi desfilarem tantos momentos da minha vida, aperto esse de saudades.
O Pe.Tolentino, com a magia e profundidade das suas palavras escorreitas e directas, situou-me no tempo.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

CALISTA e ENGRAXADOR


CALISTA e ENGRAXADOR

Gosto muito dos programas típicos de Lisboa: fui a um calista dos antigos, para os lados do Martim Moniz ( que a bem dizer me disse que tinha tido como Clientes bastantes dos inspectores da PIDE conhecidos, e tendo-lhe perguntado se tinha igualmente tido algum democrata me disse que não sabia o que era...ahahah) e a seguir fui ao Rossio engraxar uns Alden que comprei em NY, bordóns...ahahah, muito bonitos. O engraxador é um personagem e depois um dia destes vos contarei as aventuras.

O Rossio é um mundo igual ao que deveriam ser estes sítios típicos de Lisboa com tão variegada gente, no século XVI.