TEXTO ESCRITO POR MIM EM CAXIAS, PRESO EM GREVE DE FOME, DEPOIS DA REVOLUÇÃO
Eu sou muito teimoso e destemido, mas nunca me tenho arrependido de
dizer o que penso, ainda que com oportunidade, boa-educação e respeito,
mas com verdade.
Como diz um primo meu, “tenho as ruas para passear” por isso o que me interessa é quem sirva o meu País.
Assisti à entrevista do Prof. Mário Centeno (não o conheço de lado
nenhum para o tratar por tu) e gostei. Gostei, porque me pareceu calmo,
seguro e disposto a servir o tal dito meu País.
Logo vi,
comentários execrandos de putos do CDS, a começar pelo de um dos
opositores a Paulo Portas que tinha como programa inovar, dizendo em
suma, que estavam enojados, que era incompetente, que tinham ouvido
dizer que era péssimo economista…e não continuo para não vos e me
enervar.
Lá fui perguntando o que faziam na vida, se tinham
preparação técnica para se compararem como iguais a quem criticavam….e
ninguém me respondia. Seria do tarde da noite que se aproximava?
Li igualmente outras críticas de várias outras origens, também do mesmo
género, e ia respondendo que tinha humildemente vindo a aprender com o
tempo que não se deve julgar, para já, nunca…mas ter uma opinião
negativa sem se conhecer.
E pergunto-me se com mais uma manif que
me dizem marcada para Sábado e cujo objectivo não estou a ver qual
poderá ser, e com as diversas e taxativas opiniões de que Cavaco Silva
deve dar posse de novo a PPC e mantê-lo num Governo de gestão, pergunto
de novo: será que as forças adversas ao eventual executivo de António
Costa, não entendem que o país se tornará ingovernável? As manifs nas
ruas a cada dia, as greves, os poderes restritos que o putativo Governo
teria, traduzir-se-iam num inferno e numa derrocada final?
Creio
ser conhecido como não sendo socialista, nem das áreas para adelante.
Sou por isso insuspeito nas minhas simpatias pela esquerda radical,
totalitária e anti-democrática.
Dito isto, não quereria estar na
pele de António Costa e do seu Governo. Qualquer cabeça de mediana
inteligência perceberá o porquê deste meu raciocínio.
Por isso,
estranho, irrita-me e indigna-me assistir a este espernear diário da
direita, com um apego insolente e indigno ao poder, aos empregos e ao
protagonismo, quando, sinceramente, agora que todo o povo português
virou economista, jurista, jornalista….não senti na minha pele, nem no
meu bolso, realmente qualquer melhoria significativa.
Terá sido
do Governo Sócrates, talvez. Terá sido da troika, talvez. Terão corrido
com a troika para fóra, sim, mas só por dignidade ufana de provincianos
inchados, pois o combate pela sobrevivência continuou, com austeridade,
com desemprego, com emigração, com pobreza.
É culpa de quem? De
todos nós, que como já nos conhecemos, somos indisciplinados,
encantadores na desordem, na mania da grandeza, no porreirismo nacional,
na improvisação, no sol e nas praias e no porreiro, pá!
Há
desonestos em todas as áreas do poder e em todos os partidos….até agora,
parece…que não se conhecem nem BE nem no PC, assim suculentos como o
Sócrates, o Macedo dos vistos, o Dias Loureiro, para só nomear alguns de
primeira água.
Portanto e a concluir, deixemo-nos de tretas e
vamos ao que interessa: temos um Parlamento, vamos ter um novo
Presidente e o actual não tem mais do que nomear António Costa como
Primeiro-Ministro.
E sabem que mais, o povo deve ser mesmo quem
mais ordena e como? Pois no rigoroso escrutínio a cada dia no Parlamento
do que fizerem e no final em eleições quando tiverem que ser. Nada de
querer antecipar e cortar as asas a quem tem que provar que merece lá
estar.
Se não merece, há mecanismos democráticos para serem substituídos.
Vamos mas é trabalhar, para ver se criamos riqueza e emprego e melhores condições de vida para todos nós. |
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