quinta-feira, 11 de junho de 2015

a venda da TAP


Acabei agora uma reunião e estou de volta a casa. Há sempre qualquer coisa cá dentro que deixa uma sensação de incómodo. A venda da TAP nestas circunstâncias faz-me recuar uns tempos atrás, aonde todos os Portugueses tinham orgulho na sua transportadora e nem se concebia que fosse vendida nem que tivesse prejuízos e passivos deste montante.

Pensávamos na segurança, na qualidade, na certeza de sermos bem tratados e no orgulho de ouvirmos elogios internacionais gabando uma empresa portuguesa.

Não interessa apurar se foi bem vendida, se o comprador é ou não o melhor, se o PS tem razão ou não ou se o Governo agiu bem.

Faltam-me dados para ter uma rigorosa opinião sobre o assunto em todas as suas vertentes. Irrita-me logo os "asseclas" da oposição a ameaçarem que fazem reverter o negócio, com os custos para todos nós em dois tabuleiros: as indemnizações vultosas a serem pagas por frustração das expectativas e lucros cessantes bem como o que o Estado terá que aportar para assegurar a manutenção na esfera pública da companhia, passados tantos meses.

Por outro lado, os "manteigueiros" do poder e do Governo nem lhes passa pela cabeça que o Governo possa errar. É demais!

A sensação que me dá, não sei se concordam ou já sentiram alguma vez, é a do dia do enterro de alguém que nos disse muito, quando se regressa à porta do cemitério para mergulharmos de novo na vida, fica-se com a boca sêca, sem jeito e sem vontade de recomeçar. Há como que um cansaço de encarar a vida sem a presença desse familiar ou amigo querido.

Pois é o que sinto e ninguém me convence que estamos em tempos melhores...cada dia a caminhar para situações de desencanto que não se resolvem com folhas de cálculo.

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