O pardal esvoaçava todos os dias em frente da janela dela.
Via-a espreguiçar-se,
quase nua, seios redondos, novos e cheios de seiva de juventude, com bicos rosáceos.
E pensava, que bom seria debicar as pontas. Para isso servia o bico.
Com sofreguidão dava a
volta no ar e fazia em voo lento e em círculos, miradas para dentro e ela já
estirada, mostrava as costas de onde a pouco e pouco escorregava o lençol de
linho deixando entrever um traseiro sensual, roliço e bem feito, com uma leve penugem
clara.
E pensava, que bom seria
pousar docemente e roçar a sua penugem na dela. Afinal ambos a tinham.
O pardal tinha esta sina
diária e perguntava-se a que levaria isto?
Um dia ela abriu a janela
e viu-o e olharam-se a direito, ela nua a querer apanhá-lo e ele a bater as
asas, a bater.
E tudo ali acabou, pois o
pardal cedeu.
in poemas raros de Vicente Mais ou Menos de Souza
Sem comentários:
Enviar um comentário