quarta-feira, 27 de junho de 2018

Ficar adulto


Só ficas adulto depois de teus pais morrerem, porque deixou de existir a última coisa que existia entre ti e a morte.

António Lobo Antunes

sexta-feira, 15 de junho de 2018

A necessidade do endeusamento

Não sou um fanático de nada nem de ninguém. Gosto do Ronaldo e reconheço o muito trabalho e dedicação que presta ao futebol. Tem arte e um dom de saber jogar. Não acho obrigatório ficar cagalizado quando marca golos estupendos dentro da arte, mas há circunstâncias e pessoas mais elaboradas que me merecem igualmente ou mais respeito ainda. O facto de precisar de se evidenciar e todas vezes que marca um golo ou se despe e mostra um corpo fisicamente distorcido por exagero de musculação ( ainda que entenda que possa ajudar) ou espeta um par de bandarilhas virtuais num toiro qualquer, não me ajuda a respeitá-lo. Já era altura de as pessoas o reconhecerem sem ele se sentir mal-amado ou eventualmente querer ser um deus. Enfim, como infelizmente digo com frequência, nós somos sempre "um bocadinho ao lado"! Alguma vez vamos lá ganhar este campeonato e se não fosse o Ronaldo a equipe é o melhor que se arranja na Mouraria para cantar o fado. Vamos lá rapaziada!

terça-feira, 5 de junho de 2018

O Tomaz Maria Corrêa d'Oliveira de Noronha e Andrade, meu sobrinho, morreu


O Tomaz, meu sobrinho, morreu esta madrugada, em paz e sem sofrimento por estar sedado. Foram meses de ora muita esperança ora de desânimo. Este retrato do Tomás é no dia do casamento em Belinho.

PAZ À SUA ALMA.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

QUE DIFÍCIL É AQUILO A QUE SE CHAMA VIDA


QUE DIFÍCIL É AQUILO A QUE SE CHAMA VIDA

Se olharmos para o tempo que medeia entre o nascimento e a morte de qualquer um de nós, raramente nos lembramos de tudo quanto se passou: as dificuldades do crescimento até sermos adultos ( erros, asneiras, desacertos, e também boas obras pois nem tudo é ao lado) novamente as decisões que se tomam até aos 50 anos ( casamento ou não, ligações, negócios e vida profissional, desencontros, infelicidade, solidão ou filiação, azares ou sortes…se pensarmos bem lembrar-nos-emos do ror de altos e baixos e das dores e alegrias) e finalmente dos 50 até à velhice em que o tempo passa mais devagar e se ganhámos algum juízo, saberemos melhor apreciar cada momento que na ampulheta faz cair a areia dos dias da nossa vida até à morte.

E o que mais nos dói é realizarmos quão apressados somos, como aquele que não engole até ao fim o bom sabor do golo de uma bebida retemperadora, porque não tem tempo para gozar. Está já noutra, passe o plebeísmo, e as invejas, os rancores, a luta tantas vezes desleal para vencer os desafios que muitas vezes nem merecem o nosso esforço, esta mania de termos que ser melhores do que os outros nas posições sociais, no trabalho, na riqueza – tudo isto esgota-nos e distrai-nos do importante.

E há gente, pouca em relação ao grosso da população dos países e do mundo, que se preocupa em ser moderada e justa, em pensarem nos outros, em se sacrificarem genuinamente pelos outros mais pobres e desfavorecidos e nada disto significa renunciar a prazeres legítimos nem a bem-sucedidas vidas familiares e profissionais.

E um dia vem a doença impiedosa e cruel que pode enganar ao princípio, mas segue o seu curso até à morte: umas vezes com grande sofrimento, outras rápidas e fulminantes.

Por isso, volto sempre a reflectir qual é verdadeiramente o nosso papel neste mundo. Entra-se por uma porta, está-se um tempo numa sala e depois sai-se por outra e desaparecemos sem deixar rasto.
Vale de facto a pena aproveitar o tempo que nos é concedido e mesmo sem bem compreendermos, fazermos o possível para viver bem a nossa vida seja ela curta ou longa.

O desaparecimento de alguém que amámos deixa momentaneamente dor, saudades e tristeza, mas este curso inexorável do nosso tempo de vida e ainda bem, faz com que recomecemos no dia seguinte. É como o corpo do desportista de profissão: cheio de mazelas de pancadas fortes e dolorosas que fazem até às vezes chorar – tem que seguir jogando e concentrando-se no que tem pela frente.

Pena é que a maior parte das vezes olhemos pouco para a nossa própria vida.

O “COMBOIO” DA NOSSA VIDA APITA UMA SÓ VEZ



O “COMBOIO” DA NOSSA VIDA APITA UMA SÓ VEZ

Andamos tão distraídos no lufa-lufa diário que nem damos conta de que um dia a vida acaba. E, aparentemente, acaba o sofrimento e sobre-vem a paz.

Nunca tinha reparado que a morte apesar de ser fruto de muitas causas, traz nem que seja por minutos, solidão.

Quem nos rodeie, por muito que de nós goste, está "fóra" de nós. E essa solidão seria bom que tivesse um fim rápido, ou seja, enquanto o corpo vai dando de si, a consciência, que muitos cientistas afirmam que sobrevive, merece ter um acolhimento sobrenatural, isto é, desejavelmente noutra vida.

O cenário que eu veria com agrado acontecer a toda a gente seria uma sequência em que havia a morte do corpo, um tempo de solidão e de “viagem” e de retrospectiva da nossa vida e finalmente um relançamento de uma nova vida.

Seria muito bom que não carregássemos o passado e que nos fosse dada a oportunidade de começar de novo, noutra realidade sem o mesmo corpo e circunstâncias.

A alternativa, muito tristonha e inexplicável, será a do nosso corpo se destruir como sabemos que acontece e rapidamente, diventare/tornar-se cinza, pó e nada. Então para quê tudo isto?

O ritual dos mortos é aquele que mais interrogativas suscita aos que o escutam ou vivem em sintonia com o morto: fala de um futuro desconhecido e propõe e deseja que se realizem situações que são totalmente ignoradas.

No nascimento vê-se o fruto e na recuperação de uma doença vê-se a cura. Aqui na morte, é uma espécie de despedida na estação, em que à medida que o comboio se afasta mais se vai perdendo de vista o passageiro que acena à janela.

domingo, 3 de junho de 2018

Arraial em honra da Mariana e do Frank



No arraial da Mariana e Frank éramos 75 dos dois lados PB e NA. Só netos são mais que às mães. Vieram cá de férias e foi a apresentação à Família dos dois lados.