segunda-feira, 30 de maio de 2016

Life is Like a Book


prenhas ao mesmo tempo

This man is married to thirteen women and they are all pregnant at the same time. Not only are they contented with the pregnancy, but they are very happy to be his wife and they all get along very well. Each woman speaks very highly of each other. They look out for the well being of each and for their beloved husband. This is perfectly legal in their country but this is the first man to have all his wives pregnant at once…

duas maneiras de se ser feliz

venha o diabo e escolha...anda um meco feliz, porque sim, e vem este caramelo dizer berdades...

segunda-feira, 23 de maio de 2016

terça-feira, 17 de maio de 2016

O PENINHA E AS GALAS

O PENINHA E AS GALAS

O Peninha, coitado, anda sempre à cata de eventos sociais, nomeadamente adora Galas de canais de televisão, revistas e não perde uma.
Tem uma agenda amovível que vai actualizando com antecedência para não falhar.
Foi assim à da REVISTA COSTAS, pois sendo uma publicação sobre fofocas e moda, tem muita visibilidade.
Achou que ficava bem ir de modérninho, tipo vestido com cuecas de flores garridas que deixava ver num rasgão das calças na zona das nádegas. Por acaso as calças eram de moiré adamascado em cor carmim e apertavam até aos calcanhares aonde cruzavam com um par de meias de vidro transparentes deixando ver o pelame.
Calçou-se com uns sapatos de verniz alaranjado em bico pontiagudo de matar baratas ao canto. Da cintura para cima vestiu uma camisa verde-salsa com folhos dos quais pendiam corações pequeninos que abanavam aos mais pequenos gestos. Por cima um casaco apertado de veludo preto.
O cabelo com gel estava penteado em forma de pirâmide e dos lados tinha rapado com a máquina zero.
Muitas pulseiras de pano com cores sortidas que tinha comprado numa loja do Martim Moniz, de uma orixá reformada.
Meteu-se num carro da Uber, enfim sempre era dia de festa e queria parar mesmo em frente da passadeira de honra.
Ao sair do carro, veio uma polícia de serviço que lhe disse de impromptu:
- Aonde pensa que vai assim vestido? O seu convite?
Peninha não tinha de facto convite mas pensou que com este traje seria logo confundido com uma star da constelação da REVISTA COSTAS.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O Guardador de Rebanhos

Eu Nunca Guardei Rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
 

Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.


Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas ideias,
Ou olhando para as minhas ideias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predilecta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural —
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa)
Do livro “O Guardador de Rebanhos”

quinta-feira, 12 de maio de 2016

DILMA

DILMA

Fez muitas asneiras, com certeza, terá a consciência pesada de acções e omissões, corrupções, cumplicidades.

Estava no Brasil quando foi a posse dela e fiquei entusiasmado com o discurso, a pose de mulher só num país herdado de Lula, corajosa no que disse que queria e que ia fazer. Até me lembro de ter comentado e escrito do Brasil para os meus amigos.

Fui durante três anos muitas vezes a terras de Vera Cruz, quase a cada três semanas , e a vários Estados, e estive com quase todos estes que agora estão implicados - Odebrechts, Camargos Corrêas, Votorantins, etc e óbviamente não era conhecedor do que faziam ou não de pouco correcto no país deles, mas sentia-se no ar uma esperança e mesmo os meus amigos mais direitistas lhe davam o benefício da dúvida.

Em algumas das fotografias que a imprensa publica das manifestações anti-Dilma, vêem-se dondocas esticadas, com grandes bocarras pintadas mas inertes, pretensamente a gritar e a festejar. Os homens e rapazes não parecem melhores: lembram os corruptores que se congratulam pela chance de recomeçarem com nova gente ou até movendo-se na sombra para a instauração de uma reforçada ditadura militar. Sente-se no que dizem e apregoam, que era o que lhes apetecia.


Conheci gente perto de Dilma e sei que houve muita podridão, conspurcação do exercício legítimo e limpo do poder para que foi eleita e muitos apaniguados à sua volta a sugarem da máquina do poder. A falta de tudo o que diferencia os maus dos bons, não engana.


No entanto....esta fotografia de uma Presidenta desolada, a sair cabisbaixa do seu pelouro não deixa de nos chamar a atenção para quão fátuo o poder é...


E também para quem, como eu, que gosto da magnanimidade, na hora incerta e infeliz, de solidão e aflição...o que se deve é respeitar os vencidos.

Compete a quem de direito julgar, fazer pagar e culpar ou não dando direito à defesa, mas é com o silêncio que, como seres humanos, devemos olhar para quem sai derrotada e amargurada.

Quem sabe, alguma vez, nas nossas vidas e à nossa medida, não tenhamos já sentido este sabor da derrota.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O PENINHA EM MOÇAMBIQUE COM O PRESIDENTE MARCELO.


O PENINHA EM MOÇAMBIQUE COM O PRESIDENTE MARCELO.

O Peninha é muito amigo de um sacerdote da Comunidade de Santo Egídio, em Roma, de nome padre Ritalino.
Ora tendo ouvido dizer que o Presidente Marcelo passaria por Roma a caminho de Maputo, o Peninha antecipou-se e meteu-se num voo da Air Belin (um láu cost, como dizem os que nunca aprenderam inglês) e partiu uns dois dias antes, para se confessar ao padre Ritalino e tentar sacar antecipadamente algumas informações.
Assim sendo, tendo chegado ao albergue das Doroteias que alugam quartos mais baratos em Roma, telefonou para a dita Comunidade de Santo Egídio e marcou para o dia seguinte de manhã o sacramento da reconciliação com o padre Ritalino.
- Ciao, estás bom? – começou por perguntar o padre Riatalino ao Peninha, que de joelhos estava na grelha do confessionário.
- Saiba V. Reverência que sim, estou bonzinho. Gostava de lhe
fazer umas perguntas sobre a vossa ida a Moçambique com o meu Presidente, pois ouvi dizer que iam dar uma mãozinha à Renamo e tentar um acordo com a Frelimo.
- Primeiro o dever, mio figlio. Vou-te ouvir em confissão.
Peninha já não se confessava há muitos anos, tinha perdido o treino e nem se lembrava dos eventuais pecados que tivesse feito.
- Olha, como tem sido a tua sexualidade Peninha? Muitos pecados contra a carne, maus pensamentos, actos e omissões? Conta-me ao detalhe, figlio mio!
- Olhe padre Ritalino: tanto quanto me lembro não vejo carne já há uns bons anos, pois sinto-me desajeitado, sem romantismo e sempre com a cabeça ocupada com a maldita da política! Maus pensamentos tenho tido muitos contra o BE, o PCP, mesmo contra o Costa e ultimamente sonho com o PPC e o Paulo Portas no inferno. Em actos, e como estou no estrangeiro não há perigo de se saber, confesso que foi com gosto que ajudei vários banqueiros relapsos a esconderem o dinheiro nas offshores…fui, vá, o portador das notas..muitas notas, muitos milhões..
- Mio figlio, se foi por uma boa causa, fizeste bem. Mas, tu não tens uma namorada, uma amiga assim mais íntima com quem estejas assim mais caldo? Capisce?
- Padre Ritalino, caldo só como de vez em quando do verde com chouriço e sem batata pois dizem que engorda. Andei aí enrolado com uma deputada do PC, a dª Odete Santos, mas nada de sexo. Só estratégia política. De feia que era só me causava prejuízos quando com ela era visto.
- Figlio, fala-me agora da tua vida material? Pensas muito em dinheiro? Roubaste alguma vez?
- Sim, gosto muito, mas tenho pouco. Só gostava de ter mais para dá-lo todo, todinho ao meu ídolo. Seria para financiar tudo o que ele quisesse, assim ele me ligasse mais.
- Mas figlio, Deus olha para todos de igual e se o teu ídolo é Deus, Ele vai-te ajudar. Fiquei muito comovido com a tua sinceridade do coração e pelo amor que sentes pelo Altíssimo.
- Mas padre Ritalino, qual Deus nem qual carapuça! O meu ídolo é o Presidente Marcelo! Por isso, com sacrifício vim aqui a Roma para que o possa ajudar na missão nobre que intenta fazer em Moçambique. Diga-me pois, há algum plano com os senhores para apresentar à Renamo?
- Olha não te devia falar nisto, mas como temos ambos o dever de segredo, vou-te dizer qual é o plano: o Presidente Marcelo vai propor à Renamo uma verba mensal de 30 milhões de dólares para se manter a paz. O dinheiro sai parte do OE Português, outra parte de um fundo de várias empresas portuguesas que lá têm negócios em Moçambique e finalmente uma significativa tranche das receitas do jogo de Macau. Mas tu guarda para ti. O que tem estado a emperrar é o Costa, que não consegue arranjar o dinheiro da contribuição do OE Português…mas já o disse em petit-comité que quem vai pagar esta fatia de leão é o povo português, através dos seus contribuintes!
- Mas então é só isto que ele lá vai fazer? – perguntou descorçoado e perplexo o Peninha.
- Sim é isto só mesmo. O resto é folclore e até consta que vai ser o Governo de Moçambique que vai emprestar a Portugal o dito dinheiro, o qual por sua vez volta a mandá-lo para Maputo. Olha figlio mio, é uma grande trapalhada.
O Peninha recebeu a absolvição e levantou-se titubeante, pesaroso e com um progressivo desencanto no seu Marcelo.
Então todo este folguedo na imprensa, estas parangonas e estes planos de paz que foram mencionados por alto, nada têm a ver com Moçambique?
Peninha foi chorar amargamente para junto da Fontana dei Trevi. Estava ele assim tristonho quando uma mão se poisou no ombro caído de Peninha.
- Quem és? – perguntou Peninha para um homem dos seus sessenta e muitos anos que o contemplava com um ar amigo, com um boné na cabeça um pouco descaído, com uma capa à espanhola…tipicamente, um embuçado!
- Eu sou o Marcelo!

domingo, 1 de maio de 2016

À MEMÓRIA DA MINHA MÃE


À MEMÓRIA DA MINHA MÃE

Fui ao cinema. Voltei com fome pois não tinha jantado. Fiz-me uma bela ceia. Reparei que já era o dia da Mãe. Antigamente era no dia 8 de Dezembro. Pouco importa.

O que importa sim, é pensar nas saudades que eu tenho da minha Mãe.

O tempo vai esbatendo a ausência e quando sobretudo sobrevêm tempos mais difíceis, no mundo, em Portugal, nas famílias, se não se tem cuidado não se cuida do passado bom…um pouco como no colesterol (há o bom e o mau!).

E o passado bom é o de uma Mãe normal, equilibrada, generosa, inteligente, bonita, bondosa, atenta, dotada de qualidades artísticas para escrever prosa, poesia e peças de teatro, amiga das suas e seus amigos, Mulher e Filha exemplar…tantos encómios que eu faço sem me poupar, pois senti tudo isto na minha vida vindo dela. E testemunhei a prática junto dos outros.

Defeitos também os tinha mas hoje que é o dia da Mãe, não é a ocasião para falar de imperfeições…que nunca abafaram, porém, as suas qualidades.

Apetece-me elevar-me acima do meu dia-a-dia e da sua rotina cinzenta e voltar a sentir a ternura, o brilho nos olhos, a protecção, o amparo e refúgio que encontrei sempre na minha Mãe, para além de uma grande cumplicidade e interesse em tantas coisas afins e igualmente díspares com respeito mútuo pelas diferenças.

De facto o passado não volta e é estúpido e incauto viver só dele, mas tenho pena que o futuro não possa contar com a presença de quem tanto amei.

Não posso deixar de constatar que se foi uma Mãe extraordinária, muito do que fez e conseguiu foi devido também ao amor que o meu Pai por ela tinha e que tanto a fez feliz, projectando essa harmonia nos seus filhos com uma estabilidade exemplar.

Gostava de poder acreditar que um dia voltarei a estar com esta minha Mãe terrena, aquela a quem dei beijinhos, apertei nos meus braços, dei as mãos, chorei junto e socorri nos últimos tempos da sua vida.
Não me interessam especialmente nuvens, nem almas, nem infinito. Deixo sempre uma porta aberta para a novidade. Oxalá ela exista!

Mas o principal testemunho é o de amor e saudades imensas pela sua ausência. Acho que é muito bom e consolador dizer isto de alguém, sobretudo se é a minha Mãe.