quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nada te turbe, quedate en silencio


Uma maravilha para ouvir e ficar em silêncio....

http://youtu.be/fzXh2voD1Xc

Ao leitor das poesias do meu blogue


Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros sou eu que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.

Neles porás a tua tristeza
Ou bem o teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza...

(Trecho de Manuel Bandeira)

terça-feira, 26 de junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Falta de gente coexistível


Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito.

Fernando Pessoa

domingo, 17 de junho de 2012

Bailarico de Santo António na China profunda



Lá parti para mais uma viagem, na China profunda desta vez.

Esperava-me uma gentil moçoila de 28 aninhos, de sua graça “Miss Mandy”, fluente em inglês e com um sorriso encantador.

Saímos do aeroporto desta cidade com mais de 10 milhões de habitantes, modesto aliás, comparado com o “internacional da Portela”, em Lisboa! No entanto servindo quase toda a população do nosso país.

Um bafo de calor (38º, com 90% de humidade) e um “fog” que me lembrou Londres nos seus piores dias.

Nas ruas e avenidas, milhares de habitantes com as máscaras na boca: a nossa Miss Mandy diz-me com um ar doce e convincente – esta manhã quando acordei para o vir buscar, fiquei pasmada pois nunca houve um dia assim aqui, com tanto nevoeiro!

A poluição entrava-me pelas “ventas adentro” mas por uma questão de delicadeza não lhe comentei a visão dos concidadãos com sinais indesmentíveis do medo ao “smog" chinês”!!!

Check-in num hotel por eles escolhido por ser perto da empresa, que nem sei bem como descrever: bastará dizer que me custava Euros 20,00 (vinte euros) por noite!

Acho que nunca estive numa coisa assim! Não que me caiam “os parentes na lama”, bem pelo contrário, acho graça a sítios exóticos e “very typical”, ainda por cima com um preço que me convinha, mas vou descrever sucintamente, algumas razões para o meu espanto:

- ninguém falava uma só palavra de qualquer língua, sem ser o mandarim;

- não aceitavam cartões de crédito, débito ou mesmo falsos…

- no corredor do andar para o meu quarto, a passadeira estava coberta por aquelas faixas de juta que se vêem nos prédios em construção a publicitar, tipo “J.Pimenta – Construções” em letras garrafais, só que do avesso e com caracteres chineses;

- o meu exíguo quarto tinha um chuveiro e ar condicionado e uma cama, tudo isto limpo, e sobretudo um apetrecho indispensável que não há mesmo em Pequim ou Xangai nas mais finas empresas: uma retrete, pia ou sanita como se queira chamar! Já várias vezes, em desespero de causa, “caguei de alto”, literalmente, perdoe-se-me a vulgaridade! Só na tropa e em pleno acampamento da recruta em Santarém e já depois do 25/4…sim porque eu sou militar de Abril!

- estaria, quiçá, incluído o pequeno-almoço ou café da manhã, mas sendo canja com asas de galinha ou guisado de vegetais, foi uma borla que dei ao estalajadeiro.

- não tinha, hélas, nenhum hot spot para internet, por isso fiquei isolado do mundo conhecido em pleno Império do Meio. O grave não era não poder ir ao facebook…ahahah….completamente barrado por ser perigoso para uma “primavera chinesa”, mas porque o quarto dava para umas traseiras sombrias e eu com a minha claustrofobia, nem com pastilhame em dose dupla para dormir, conseguia relaxar! Um horror. Acabei por adormecer exausto pelas horas de voo e jet lag e por não me restar outra alternativa.

Passo adiante a parte profissional que correu muito bem e na noite seguinte, véspera da minha partida para Hong Kong e Macau, jurei que iria ao melhor hotel da cidade, um internacional, nem que fosse para me consolar e comer e ter acesso à internet, com o meu iphone.

Estávamos em noite de santos e a caminho do hotel civilizado que foi um bálsamo, passo por um arraial popular que retrato acima. Por gestos ainda perguntei se tinham por lá uma marchinha, mas ou não me fiz entender (esboçei uns passos de dança e cantei umas trovas do “Lá vai Lisboa”) ou não tinham mesmo!

Madrugada adentro, ou seja pelas 4 da manhã, na rua de malas à espera para ir para o aeroporto, ficaram de me vir buscar. Miss Mandy mandou-me por sms a matrícula do carro, mas com espanto meu uns quantos carros-de-praça faziam fila à minha espera, por mais que lhes tentasse dar a entender que já tinha transporte.

Miss Mandy, segundo me disseram as coleguinhas da empresa, causa aos visitantes de todo o mundo a quem serve de intérprete, profundas marcas de afeição, amor, propostas de casamento, uniões de facto, de tudo um pouco.

A mim, fez-me um grande elogio: que sou forte e bonito. Este elogio faz-me lembrar o que se passa em Macau, para aonde partia: o túnel das vaidades.

No Hotel Lisboa, o primeiro casino de Macau do Stanley Ho, há uma passagem subterrânea cheia de lojas e aonde pululam “piquenas” de todas as nacionalidades, muito jovens e bem apessoadas.

Gente de Macau aconselha aos visitantes, que se passe por esse túnel: é uma massagem ao ego tremenda e sai-se tonificado, acompanhado ou não, isso depende mais do bolso de cada um.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Verdade, verdadinha


Numa altura em que os relacionamentos estão e estarão na ordem do dia, ou seja a ocupar as nossas mentes cada um com os seus problemas... ocorreu-me dizer que não há vencedores nem vencidos nestas "querelas" e que a maior luta é connosco próprios.

Esta é a verdade verdadinha.

Na sua maioria as pessoas até sabem o que está em jogo. Aceitar é que se torna complicado!

Na maior parte das vezes são as próprias pessoas que estão em processo de libertação, crescimento, mudança, mas têm medos, vai contra tudo o que idealizaram na vida e tira-as da zona de conforto.

Verdade, verdadinha, uma relação amorosa tem que significar crescimento, liberdade de se ser, prazer e paz para os dois.

Se se enumerar o que a relação com o outro(a) trás : a calma de uma rotina, os filhos dos dois, o facto de se sentirem amados, a ideia de que tudo está como devia estar, o hábito, a situação financeira, os amigos e a envolvente social, o companheirismo de anos, o arrumar de "coisas", o sexo e muito mais... há, no entanto, um factor que perturba tudo isto, as emoções complementares, que nos magoam, que nos desequilibram.

É aqui que se torna importantíssimo que as pessoas se conheçam amplamente, que saibam aceitar enganos, ilusões, receios, traumas, e que convivam com o que são hoje, despidos e desmascarados.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O cavalo Lusitano


O cavalo Lusitano é um cavalo com origem em Portugal continental, com especial incidência nas zonas do Ribatejo e Alentejo.

Estes cavalos já eram montados pelos Romanos à cerca de 5000 e consideravam ser este o melhor cavalo de sela conhecido.

Blá, Blá, Blá, Blá...ahahaahahahaahahah

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Pureza


Sou lúcidamente insano, malucamente calmo.
Sou lágrima, sou sorriso.
Pureza e pecado.
Sou silêncio contido, palavras abstractas.
Sou eterno no amor e efémero na mágoa.
Sou tudo ou nada!

O amor sonha com a pureza
o sexo precisa do pecado
o amor é o sonho dos solteiros
o sexo é o sonho dos casados.

filhos melhores para o nosso planeta


FALA-SE TANTO DA NECESSIDADE DE DEIXAR UM PLANETA MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS, E ESQUECE-SE, OU IGNORA-SE, A URGÊNCIA DE DEIXARMOS FILHOS MELHORES PARA O NOSSO PLANETA, COMO SE NÃO FOSSEM ESTAS DUAS NECESSIDADES, FACES DA MESMA MOEDA.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A idiotice é vital para a felicidade.


A idiotice é vital para a felicidade.

Pessoas chatas são as que querem ser sempre sisudas, profundas e viscerais. A vida já é um caos, então porque querermos torná-la num tratado cheio de regras? O ideal é ser-se sisudo nos momentos inevitáveis: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria-se dos seus próprios defeitos. E de quem acha que os tem. Ignore o que o estúpido do seu chefe lhe disse. Pense assim: quem tem que andar com aquela cara tão feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele.

Milhares de casamentos acabaram não pela falta de amor, dinheiro, sexo, química, mas pura e simplesmente pela falta de idiotice.

Quem lhe disse que é bom partilharmos a vida com alguém que tem conselhos para tudo, soluções sensatas, mas que não se consegue rir quando tropeça?

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas que não tem a menor ideia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

É muito vulgar haver pessoas que se sentem perdidas quando se acabam os problemas.

Desaprenderam de como se brinca. Brincar é bom. Ouviu bem?

Esqueça os que lhe falaram sobre o que é ser-se adulto, ou seja ter maneiras à mesa, não se dizer asneiras, não se ser imaturo, não chorar, não andar descalço à chuva.

Os adultos podem (e devem) contar anedotas, passear nos parques, rirem alto e lamberem as tampas dos iogurtes.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "senão" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida fazer uma de duas coisas: ficar de mau humor ou sorrir...

O que é verdadeiramente bom é ter-se problemas na nossa cabeça, sorrisos na boca e paz nos nossos corações!

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que caia o pano!

domingo, 3 de junho de 2012

Para além da curva da estrada


Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.

Não sei nem pergunto.

Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.

De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.

Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos. Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.

Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.

Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.

Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"