domingo, 28 de novembro de 2010
Metade
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro
sábado, 27 de novembro de 2010
Eu, em dia cinzento...não me apetece nada!
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Da mãe de todas as greves e dos brandos costumes mais graves
A cabeça perdida virá leve, levemente, como quem chama por nós, mas orgânica e institucional não será certamente, e as revoltas não estalam assim.
Virá por uma coisa adjacente, talvez fútil. Dois marmanjos que perdem a cabeça numa fila. Uma alínea camuflada de um Decreto que pinga no copo cheio e acende o rastilho para um buzinão no Norte, outro no All Garb, dois tiros no Sabugal com uma criança ferida, uma barragem de tractores no Ribatejo.
A Res púbica, alguns da Res púbica, foram acumulando equipamento e preparando uns pretorianos, dois blindados aqui, um corpo de intervenção acolá, e não resistirão á lógica de apagar os focos logo à nascença.
Ao contrário dos intelectuais não subestimo a mão pesada da camorra, nem das reencarnações da carbonária, sempre, sempre a proteger o povo em nome da ética publicana
Uma parte dos média, que estão mortinhos por abandonar o cadáver e passarem-se - com microfones e câmaras – do emergente eixo do mal, para qualquer amanhã que possa cantar e refazer virgindades, farão o seu trabalho incendiário e irresponsável. São como os "meninos do Huambo", precisam de saber o que custa uma bandeira.
A Res púbica , como é tradicional, não poderá contar com os pretorianos, e o equipamento não serve para Marias da Fonte.
Tudo isto existe, e nem sequer é triste num futuro inevitável.
Resta saber qual é o ponto de ebulição, o benchmark estatístico do desespero além da qual salta a faísca neste ambiente combustível ao qual todos os dias se acrescentam zilhões de comburentes.
Dom Carlos de Bragança sabia, e disse-o, que era um País de bananas governado por sacanas. Não estava inteiramente certo e morreu por isso.
Estes sacanas já sabem que todos os dias perdem bananas. Mas prosseguem imperturbavelmente a pilhagem e a fuga em frente, confiados no guarda chuva da grande coligação internacional dos Smith & Wesson. Mas o guarda chuva não chegará para todos, em todos os lugares, ao mesmo tempo. Será o cada um por si. Como já é, mas a outro nível.
Não sei nada dos gastos em hemoglobina e dos iracundos furibundos a caçarem à mão os neo-fascistas bandoleiros escondidos debaixo de camas ou em trânsito para as Venezuelangolas (O Brasil já foi). Normalmente somos poupados no que respeita a esses líquidos orgânicos.
Podíamos bem ter sido nós os inventores dessa arte marcial que é o : - Agarrem-me senão mato-o!
MLM
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Portugal
Indignar-se só não basta!
Já pouco ou quase nada que no peito cala
nesta onda que arrasta, imobiliza e abala
os pilares da "falsa" moral que fala
de mente descarada, perante a nação
tanta gente privada mete a mão na coisa pública
saqueiam os bens de quem quase nada tem
destroem os valores do povo que emprego suplica
mantêm a política imoral e humilhante
cestas, bolsas, telhas, migalhas e outros favores
como se bestas fossem seres humanos aos milhares
apenas lembrados em sazonais períodos eleitorais,
roubalheira nos meandros de poder nacionais
e, ainda têm a cara de pau de dizer convencidos
que o poder emana do povo
e que em seu nome será exercido,
mas, sugam as tetas com tentáculos de polvo
Ó gente, de vielas, cidades e aldeias
- Que mais penas, ó nação Portugal ainda temos que pagar?
- Quanto tempo ainda haverá para se libertar?
De tanta gente impune que nos explora, saqueia.
Pratica há séculos a especulação, sangria.
Empurram o povo para uma vida de pobreza
Das iniqüidades acaso és Mãe gentil?
Corrupção histórica a corroer o frágil tecido social,
engendram tácita e imposta aceitação de métodos,
amparam colarinhos brancos e com projecção social,
Condenam à morte em lenta agonia os excluídos,
Aqueles que só representam números (ou votos)
nas estatísticas, nas camas dos hospitais,
nas filas dos desempregados, sem tectos,
excluídos do PIB, mas números, pois são eleitores.
Num modelo de uma “farsa”, falsa democracia,
de um desgoverno, de promessa em promessa,
vazia de uma minoria que fala em nome de uma massa,
na premissa de passiva, indolente, amorfa.
(afinal tudo se repete, mudam os actores, mas a peça é a mesma no arena da política)
Vagando qual zumbi nos comboios lotados da vida,
na imoralidade da informalidade forçada,
na carência absoluta de meios de sobrevivência
e ainda assim de uma gente que luta e que anseia.
Por mudanças, em quotidiana luta aguerrida,
com o seu suor mantém este país, essa sim brava gente portuguesa.
António Araújo
domingo, 21 de novembro de 2010
Tudo aquilo que é realmente nosso nunca se vai para sempre
O outro EU
Para Nietzsche, tudo é máscara, tudo é representação e, assim sendo, até mesmo aquilo que alguns definem como sendo “essência” nada mais é do que uma máscara, como qualquer outra.
Isto é fácil de verificar, na medida em que o tempo passa e aquilo que defino como “real” em mim mesmo, muda. O Manel de 1980 não é o mesmo Manel de 2010, em quase nenhum sentido, nem mesmo fisicamente falando. Estes dois Manel só são os mesmos na medida em que eu confirmo ter sido aquele de 1980.
Alguns argumentam que há uma “qualidade essencial” que permanece. Particularmente, já acreditei nisso, mas estou inclinado a duvidar. Quando pergunto que qualidade é essa que permanece, os sustentadores da ideia da essência não sabem definir ou usam termos de significado amplo, tais como “espírito”, “alma”, etc. Pois bem, se a essência é indizível, então ela não-é, na medida em que tudo o que é humano é interpretável.
Desde que me considero gente, irritam-me os despertadores. Se porventura acordo com o barulho de um despertador, fico logo mal disposto. Entretanto, percebi que quanto mais chato era para mim o som de um determinado despertador, maior era a minha tendência para acordar espontaneamente cerca de dois minutos antes de ele soar. Ao que parece, uma parte de mim resolve poupar-me ao incómodo de ouvir aquele som desagradável, acordando-me antes do barulho se produzir.
Durante muito tempo, diverti-me imenso com este fenómeno sem encontrar uma explicação plausível para ele.
Chamava-me a atenção o facto de que, apesar de existir um EU que precisa de dormir e que usa um instrumento para o acordar numa hora certa, um EU que precisa de um relógio para saber a passagem do tempo, havia também um OUTRO EU que aparentemente nunca dormia, e mais do que isso um OUTRO EU capaz de contar os segundos e os minutos, para realizar um trabalho: acordar-me cerca de dois minutos antes do despertador soar.
Este OUTRO EU que nunca dorme assustava-me pela exactidão com que actuava e pelos poderes que demonstrava.
Pode-se assim achar que o EU não relaxa e dorme superficialmente, angustiado com a expectativa do toque do despertador.
Mas não é o que efectivamente se passa. O sono daquilo que defino como sendo o EU, é profundo e reparador, e quanto mais profundo for o sono [ou distracção] deste EU, maiores as hipóteses do OUTRO EU actuar com impecável exactidão.
Obviamente, esta é uma experiência pessoal. Não estou aqui a dizer que o inconsciente de toda gente elimine a necessidade de despertadores. Contudo, o inconsciente é não apenas existente, mas, sob diversos aspectos, muito mais “consciente” do que aquilo a que chamo de EU.
No entanto o inconsciente não é a parte mais profunda do EU. O inconsciente é o OUTRO EU. E mais: ele não pode ser “mais profundo”, pois está sempre à superfície. Este OUTRO EU manifesta-se em palavras que nos escapam, em actos falhados.
O inconsciente está sempre à superfície.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Preocupa-te mais com a tua consciência do que com a tua reputação
terça-feira, 16 de novembro de 2010
O acto de fazer anos por Álvaro de Campos
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
O Romualdo, marido de D. Eufêmia
O Romualdo, marido de D. Eufêmia, era um rapaz sério, lá isso era, e tão incapaz de cometer a mais leve infidelidade conjugal como de roubar o sino de São Francisco de Paula; mas - vejam como o diabo as arma!
Um dia D. Eufêmia foi chamada, a toda a pressa, a Juiz de Fora, para ver o pai que estava gravemente enfermo, e como o Romualdo não podia naquela ocasião deixar a casa comercial de que era guarda-livros (estavam a dar balanço), resignou-se a ver partir a senhora acompanhada pelos três meninos, o Zeca, o Cazuza, o Bibi, e a ama-seca deste último, que era ainda de colo.
Foi a primeira vez que o Romualdo se separou da família. Custou-lhe muito, coitado, e mais lhe custou quando, ao cabo de uma semana, D. Eufêmia lhe escreveu, dizendo que o velho estava livre de perigo, mas a convalescença seria longa, e o seu dever de filha era ficar junto dele um mês pelo menos.
O Romualdo resignou-se. Que remédio!... Durante os primeiros tempos saía do escritório e metia-se em casa, mas no fim de alguns dias entendeu que devia dar alguns passeios pelos arrabaldes, hoje este, amanhã aquele. Era um meio, como outro qualquer, de iludir a saudade.
Uma noite coube a vez ao Andaraí Grande. O Romualdo tomou o bonde do Leopoldo, e teve a fortuna ou a desgraça de se sentar ao lado da mulatinha mais dengosa e bonita que ainda tentou um marido, cuja mulher estivesse em Juiz de Fora. Nessa noite fatal a virtude do Romualdo deu em pantanas: tencionando ele ir até o fim da linha, como fazia todas as noites, apeou-se na Rua Mariz e Barros, ali pelas alturas da Travessa de São Salvador. A mulata havia se apeado algumas braças antes.
E ele viu, à luz de um lampião, o vulto dela saltitante e esquivo, e apressou o passo para apanhá-la, o que conseguiu facilmente, porque, pelos modos, ela já contava com isso. - Boa noite!
- Boa noite.
- Como se chama?
- Antonieta.
- Pode dar-me uma palavra?
- Por que não falou no bonde?
- Era impossível... estava tanta gente... e estes elétricos são tão iluminados.
- Mas o sinhô bolinou que não foi graça! vamos, diga: que deseja?
- Desejo saber onde mora.
- Não tenho casa minha; tou empregada numa familia ali mais adiante, por sinal que não estou satisfeita, e ando procurando outra arrumação.
- Onde poderemos falar em particular?
- Não sei.
- Você sai amanhã à noite?
- Amanhã não, porque saí hoje, e não quero abusar.
- Então, depois de amanhã?
- Pois sim.
- Onde a espero?
- Onde o sinhô quiser.
- Na Praça Tiradentes, no ponto dos bondes. As oito horas.
- Na porta do armazém do Derby?
- Isso!
- Tá dito! Inté depois d'amanhã às oito hora.
- Não falte!
- Não falto não!
No dia seguinte, o Romualdo contou a sua aventura a um companheiro de escritório que era useiro e vezeiro nessas cavalarias... baixas, e o camarada levou a condescendência ao ponto de confiar-lhe a chave de um ninho que tinha preparado para os contrabandos do amor.
Antonieta foi pontual; à hora marcada lá estava à porta do Derby, com ares de quem esperava o bonde.
O Romualdo aproximou-se, fez um sinal, afastou-se e ela seguiu-o...
Dez dias depois, estava ele arrependidíssimo da sua conquista fácil, e com remorsos de haver enganado D. Eufêmia, aquela santa! Procurava agora meios e modos de se ver livre da mulata, cuja prosódia era capaz de lançar água na fervura da mais violenta paixão.
Vendo que não podia evitá-la, tomou o Romualdo a deliberação de fugir-lhe, e uma noite deixou-a à porta do ninho, esperando debalde por ele. Lembrou-se, mas era tarde, que havia prometido dar-lhe um anel, justamente nessa noite.
- Diabo! pensou ele, Antonieta vai supor que lhe fugi por causa do anel!
Voltou, afinal, D. Eufêmia de Juiz de Fora. Veio no trem da manhã, inesperadamente, e já não encontrou o marido em casa.
Estava furiosa, porque a ama-seca de Bibi deixara-se ficar na estação da Barra. Podia ser que não fosse de propósito. O mais certo, porém, era o ter sido desencaminhada por um sujeito que vinha no trem a namorá-la desde Paraíbuna.
Quando D. Eufêmia contou isso ao marido, acrescentou indignada:
- Que homens sem-vergonha!... Não podem ver uma mulata!...
O Romualdo perturbou-se, mas disfarçou, perguntando:
- E agora? E preciso anunciar! Não podemos ficar sem ama-seca!
- Já mandei o Zeca pôr um anúncio no Jornal do Brasil.
No dia seguinte, o Romualdo saiu muito cedo; ao voltar para casa, a primeira coisa que perguntou à senhora foi:
- Então? Já temos ama-seca?. .
- Já; é uma mulatinha bem jeitosa, mas tem cara de sapeca. Chama-se Antonieta.
- Hem? Antonieta?
- Que tens, homem?
- Nada; não tenho nada... E jeitosa?... Tem cara de sapeca?... Manda-a embora! Não serve! Nem quero vê-la!...
- Ora essa! Por quê? Olha, ela aí vem.
Antonieta chegou, efetivamente, com o Bibi ao colo; mas o Romualdo tinha fechado os olhos, dizendo consigo:
- Que escândalo!... rebenta a bomba!... este diabo vai reclamar o anel!.
Mas como nada ouvisse, o mísero abriu os olhos e - oh! milagre! - era outra Antonieta!.
Ele pensou, os leitores também pensaram que fosse a mesma; não era.
Decididamente, há um Deus para os maridos que enganam as suas mulheres.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
o que fazer quando um homem é chato?
Dedico este posting à minha cunhada Ana, à Manucha e a tantas leitoras que ficaram sinceramente zangadas com o meu anterior posting " a mulher chata":-)
o que fazer quando um homem é chato?
WAW!
Homem já é um material escasso no mercado, mas quando você arruma um e o sujeito é chato.
Ah, não!!! Ninguém merece isso.
Homens não podem ser chatos. Homem tem que ser coisa boa. Eles não podem dar trabalho.
Eles precisam servir para alguma coisa, nem que seja para dar massagem na gente.
Homens chatos precisam ser exorcizados, retirados do convívio humano, queimados em praça pública.
Já não basta as mulheres chatas, ainda teremos que aguentar homens também. Isso não!!!
Homem que é homem tem que ter atitude. Não gosto de quem fica esperando por mim. Se é homem, então tome iniciativa. Homem tem que ter mais coragem do que eu. Não precisa ser o Super-homem, mas que saiba me proteger do escuro ou quando uma rã cruzar o meu caminho.
Que seja divertido, que me faça rir muito, o suficiente para eu ficar sem ar e que me deixe com as bochechas rosadas de tanto achar graça. Que tenha bom humor, não precisa ser tão ácido quanto o meu, mas que seja bom, muito bom. Que seja inteligente e saiba conversar sobre qualquer coisa. Que seja mais ágil do que eu e chame o garçom antes de mim.
De preferência que eu não tenha que pedir certas coisas pra ele, porque ele sabe como e quando fazer. É bom que ele me deixe sem graça uma vez ou outra, porque quando eu sou muito segura de mim, eu sou insuportável.
Homem que é homem precisa dirigir pra mim, enquanto eu olho a paisagem pela janela. E pode se quiser dizer que eu não sei estacionar, é verdade, eu não nego. Isso é coisa para homem, eu não sirvo pra isso.
Quem quiser que queime o seu sutiã, mas eu prefiro que homens e mulheres sejam SEMPRE diferentes.
Prefiro que mulheres sejam mais chatas sim e que homens sejam mais surpreendentes.
Prefiro homens calados, deixa que falar eu falo.
Prefiro que homem veja futebol, eu faço companhia.
Prefiro que os homens sejam calmos e mantenham o controle nos momentos certos.
Deixa que confusão faço eu.
Homem tem que me dar é segunça e me fazer bem.
E se for chato, não me serve. Pronto, falei!!!
A qualquer momento podemos ser notícia
A qualquer momento podemos ser notícia!
Se a minha empresa criar um produto ou serviço, um livro, uma ideia ou qualquer outra coisa que atraia um número determinado de pessoas, ou que seja inovador, é bem provável que passe a ser notícia na grande imprensa.
Se não se estiver bem preparado é péssimo para a imagem e negócios da empresa, uma vez que uma imagem que não se controla, será reproduzida por alguém, normalmente, da forma menos favorável para os envolvidos.
Acontece que, como as pessoas e as organizações muitas vezes não se manifestam sobre assuntos do seu interesse, o que mais se noticia são os aspectos negativos da situação.
Reconheço que nem sempre os órgãos de comunicação dão o mesmo espaço para acusadores e acusados, porém muitas organizações nem se pronunciam, defendendo-se, piorando a situação e a imagem desgasta-se cada vez mais, por conta disso.
A inabilidade para conviver com a opinião púbica é um traço característico de muitos empresários. Já se imaginou os efeitos de um boato de que a empresa está a beira da falência?
Pois é, muitas vezes as empresas preferem calar-se, em vez de esclarecer os factos. Admitir deficiências e problemas não se trata de incompetência, mas de tratar com clareza o público alvo e os mercados aos quais a empresa deve explicações: clientes, funcionários, fornecedores, accionistas e sociedade.
Informar, em vez de calar, é a melhor estratégia para monitorizar a própria imagem, desenvolver boas relações corporativas e criar novos mercados. Quando a nossa empresa, nada diz quando é solicitada a falar, esclarecer, corre-se o risco de deixar por conta do acaso algo que se levou muito tempo a construir: a boa imagem.
Quem não cuida da sua própria imagem, deixando-a a cargo de acasos e ao sabor do vento, pode ter surpresas bem desagradáveis quando se vê envolvido em situações inesperadas.
Pense nisso! Talvez nos encontremos na próxima manchete jornalística ou televisiva?
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Prometo que fica para a próxima
São muito poucos aqueles que ganharam mais do que um Prémio Nobel. Sem contar com as instituições, houve Marie Curie a única mulher a ganhar dois Nobel e a única pessoa a conseguir o feito em duas disciplinas científicas distintas. Linus Pauling ganhou também dois prémios, o da Química e o da Paz. Houve ainda Sanger, que ganhou dois Prémios Nobel na Química e finalmente John Bardeen, que antes de Sanger foi o primeiro laureado a receber mais de um prémio na mesma área científica, a Física.
Aquando da recepção do primeiro, em 1956, pela invenção do transístor, John Bardeen levou consigo a Estocolmo apenas um dos seus três filhos. Os restantes dois estavam a estudar em Harvard e Bardeen não quis perturbar os seus estudos. O Rei Gustav IV, no entanto, repreendeu o cientista por este não ter trazido à cerimónia o resto da família, ao que Bardeen terá respondido, que traria todos os filhos da próxima vez. Em 1972, quando homenageado pela teoria da supercondutividade, cumpriu a sua promessa e levou os três filhos à entrega do prémio.
os dias cinzentos voltam sempre
Há dias em que tudo é cinzento.
Não só o céu e o ar, mas a alma também.
São dias em que pensamos na vida e, por mais que estejamos felizes com ela, não nos sentimos satisfeitos.
Dá para pressentir esses dias à distância, e é engraçado porque parece que os dias cinzentos são colectivos.
Dá cá uma tristeza... uma tristeza que não é egoísta, pois também se apoia nas coisas do mundo: uma criança na rua sem abrigo, um amigo que perdeu uma pessoa querida, um desconhecido chorando no metro.
Dá vontade de abraçar todas as tristezas do mundo, e dizer que tudo vai ficar bem.
São dias em que tudo parece sem sentido, porque mesmo que tudo esteja a correr bem na nossa vida parece que ainda falta alguma coisa que não sabemos identificar o que é.
Mas a verdade é que por mais tristes que esses dias sejam, são eles que nos apelam ao nosso melhor.
Ao pensarmos no que nos falta, descobrimos outras (maravilhosas) coisas que não conhecíamos de nós próprios.
E por mais que nos completemos, por mais que fiquemos felizes, os dias cinzentos voltam sempre, porque, afinal, precisamos muito deles.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Mal nos conhecemos
Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill
domingo, 7 de novembro de 2010
2012 e Carreira Medina
Olá a todos!
2012 é um assunto muito discutido actualmente, principalmente para aqueles a quem eu chamo de "recém-acordados", por assim dizer.
Não os chamo assim por desrespeito, nada disso, é uma forma de dizer, pois são pessoas que estão a "acordar" agora, despertando aos poucos da ilusão em que vivemos na nossa actual sociedade.
Algumas rápidas observações:
-Se pensam que alguém vai "descer" à Terra para os salvar, como Jesus por exemplo, podem ir tirando o cavalo da chuva, pois isso não vai acontecer. Se estão na lama, são VOCÊS que têm que sair dela.
Se pensam que o mundo vai acabar em 2012, podem esquecer, pois isso é uma mentira completa. A Terra ainda vai passar por muitos e muitos ciclos.
Se pensam que o mundo em que vivemos actualmente, de corrupção e de guerras ao chegar a 2013 será todo florido com paz e amor, também podem ir tirando o cavalo da chuva!
É tão simples quanto isto : ou trabalham e se mexem, ou são « retirados » da Terra e levados para outros sítios no espaço, com deficits elevados do género Portugal ou Grécia !
Vai existir uma "compatibilidade" energética, onde se encaixarão.
Eles vão vigiá-los todos os dias, a todas as horas, a todos os momentos, e têm um registo completo da vossa existência desde a origem espiritual até ao presente.
Eles observam atentamente, e se virem que não estão a trabalhar e a nada fazer, irão "sofrer as consequências".
E se por acaso acreditam um pouco no que vos estou a avisar, fiquem atentos, pois o vosso tempo está contado!
Não sou Deus, nem sou Jesus nem o Prof. Karamba e não tenho especial autoridade para lhes dizer isto tudo, mas sei como o universo trabalha. E isso já é o suficiente.
Reflictam sobre isto tudo!
Carreira Medina
A tenda de "tintins"
Espantam-se? Mas que geração é esta que está hoje no poder e no mando no sector público, mesmo onde eram dispensáveis, e no sector privado onde conseguiram tornar-se úteis porque necessários?
Aquela que gerámos, cobaias na instrução do propedêutico e do serviço cívico e do unificado, fruto na educação dos nossos complexos de progenitores liberais e permissivos. A que aprendeu a arregimentar-se nos partidos como forma de fazer carreira, os partidos a que demos existência, entregando-lhes primeiro o Estado, depois o País. Os consumistas, egoístas, aqueles que não passam os apontamentos das aulas aos colegas para que eles não lhes passem à frente na classificação. Os que se colam aos pais e deles vivem, incapazes de deitar a mão ao esforço do sustento próprio. O fruto da desagregação dos nossos lares. Aqueles para quem o último mestrado corresponde o primeiro desemprego.
Somos, enquanto País, a mistura complexa de cinquenta anos de ditadura de Estado que caiu de podre e de vinte e cinco de socialismo de Estado que se desmoronou. À lógica do funcionalismo somámos a do clientelismo.
Falido e desacreditado esse Estado, damos connosco a boiar no charco liberal da desregulação, no pântano do mercado e suas monstruosas criaturas: a economia sufocada pelas finanças, a produção ao serviço da dívida.
A República Popular da China compra a dívida externa de Portugal, porque a Nação dos Portugueses se tornou numa tenda de tintins. O Fundo Monetário Internacional pode tomar conta disto, porque tal como os que vão aos Casinos de Macau, na roleta do mercado de capitais, estamos nas mãos das casas de penhores. As seitas encarregam-se do resto.
José António Barreiros
sábado, 6 de novembro de 2010
pessoa mais ou menos
A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...
TUDO BEM!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
Chico Xavier
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Tirem-me daqui
Tirem-me daqui
Expluda uma bomba
Rebente uma revolução
Mas tirem-me daqui
Rápido
Que venha um furacão
Antes da minha próxima respiração
Tirem-me daqui
Chamem os bombeiros
Deixem-me
Deixem-me sair a correr porta fora
Gritar os meus rancores
Sentir as minhas raivas
Deixem-me
Deixem-me chorar de tristeza
Num lugar qualquer
Mas tirem-me
Tirem-me daqui que não aguento mais
Não suporto
Preciso elevar a minha alma
Dar um pontapé na minha personalidade
Por isso necessito sair depressa daqui.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Superar os grandes traumas inventando uma nova vida
Na vida humana, nem o bem-estar nem a felicidade duram muito. Quando eram felizes, os antigos temiam a inveja dos deuses. Mas não é preciso invocar os deuses; a inveja dos homens basta.
É fácil passar do aplauso ao pelourinho, da glória ao insulto. Sócrates foi condenado à morte, Cipião ao exílio, Galileu foi preso, Lavoisier, o criador da química, foi guilhotinado rodeado dos insultos do povo.
No entanto, a maior parte das vezes não é por causa da inveja que a nossa prosperidade e a nossa felicidade têm fim, mas por acidente, por causa de uma doença grave ou de um desastre económico.
Seja como for, o trauma é sempre repentino, inesperado, e nós reagimos com incredulidade. Parece um pesadelo e parece que em breve vamos acordar. Esforçamo-nos por continuar a nossa vida normal, só que aos poucos percebemos que a ansiedade não é um sonho, mas a realidade.
Para superarmos o trauma, para continuarmos a viver, para encontrarmos paz de espírito, só há um caminho: aceitar a nova situação, compreendê-la, adaptar-se a ela. É como sermos abandonados num novo mundo, desconhecido; não podemos manter os hábitos do passado e deixar-nos paralisar pela nostalgia.
Temos de aprender rapidamente a viver no novo ambiente, a estudá-lo, a perceber as oportunidades que nos oferece, a construir algo de novo nele.
Esta atitude serve, por exemplo, para enfrentar uma doença que nos obriga a tratamentos prolongados que nos deixam debilitados e nos força a mudar completamente de hábitos. Contudo, também se aplica quando ficamos sem um emprego e temos de aceitar outro mais humilde.
Lembro-me de alguns amigos intelectuais húngaros que emigraram depois da revolução: alguns conseguiram continuar a trabalhar em universidades, outros tiveram de passar para actividades comerciais.
Os judeus educados dos países de Leste foram obrigados a fugir da pobreza, das perseguições, dos massacres. Quando chegaram ao Novo Mundo tornaram-se comerciantes, banqueiros, joalheiros, escritores, músicos, cineastas, criaram Hollywood.
Tudo isto se aplica de uma forma muito particular hoje, com a globalização, a concorrência da China, o rápido desenvolvimento tecnológico. Em pouco tempo, a sociedade transformou--se e os velhos ofícios, os velhos negócios desapareceram. A escola continua a preparar os estudantes para profissões que já não existem. Neste território desconhecido, que devemos fazer?
Observar as pessoas, ver o que lhes faz falta, de que precisam: há oportunidades, necessidade de novas profissões. Não devemos ir para onde vão todos os outros, mas sim para onde vão apenas alguns e onde a procura é maior.
Francesco Alberoni
Jornalista e sociólogo
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
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