segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Shampoo de morango

Logo de manhã fui ao barbeiro. Situa-se no bairro e trata-se de um rapaz novo, inteligente, bem querido por toda a gente, bem informado de tudo quanto se passa mas não intriguista e com a enorme vantagem de custar a módica quantia de € 8,00.

Antes costumava ir às Amoreiras aonde só para as primeiras tosses aparecia uma pequena de mini-saia para lavar a cabeça, outra para pôr uma toalha quente na cara, e só depois o barbeiro vinha fazer a arte. Tudo isto no fim custava para cima de € 30,00. Havia uns gabinetes lá em cima, num mezanino claustrofóbico, aonde não raro se punham capachinhos, pintava-se o cabelo, e tratava-se dos pés e das mãos. Aí o preço, upa, upa!

Quem me conhece de agora, sabe que rapo o cabelo o que me dá um enorme prazer pois é mais higiénico, mais fácil de pentear todos os dias…ahahaah….e sobretudo, mais barato, pelo que o dito barbeiro de bairro cumpre a sua missão perfeitamente.

Muito antes disso, quando em Lisboa, ia em pequeno ao Chiado com o meu Pai, cortar o cabelo ao “Campos” que ainda existe ao pé do Hagen-Daas. Toda a gente conhecida lá ia, e lembro-me de duas coisas: uma manicura gorda que tratava os ditos conhecidos com intimidades suspeitas, fruto da sua beleza de antanho, e um shampoo de morango com que me lavavam a cabeça.

No Estoril, no Verão, ia à barbearia Paris aonde os barbeiros e nomeadamente o Ilídio cortaram o cabelo a 5 gerações da minha família. Iam todos os dias fazer a barba à nossa casa, ao meu Bisavô e Avô. O Pai, médico, era mais modernaço e era de Gillette e vinha cedo para Lisboa trabalhar para o Hospital e não tinha as vagarezas dos Senhores antigos.

Serve-me este alibi do shampoo de morango da Barbex, segundo me diziam, para justificar a minha queda do cabelo a partir dos 40 anos…ahaahahah

Faz muito sucesso no estrangeiro quando nas reuniões olham meios estranhos para a “espessura” do meu cabelo, pois acham impensável numa barbearia decente lavar a cabeça com frutos tropicais…

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